
Dividido em três partes (definição, objectivos e tipologias; história e análise da infografia de imprensa em Portugal e Espanha; infografia jornalística digital animada), o livro começa por abordar a definição da palavra. Infografia, que parte do inglês information graphics, decompõe-se em info (informação) e grafia (de desenho), aliando dois tipos de linguagens, a textual e a visual.
Área de fronteira entre o texto e a imagem, a infografia estudada no livro é a que diz respeito ao jornalismo. A infografia costuma acompanhar as notícias de ruptura (acontecimentos imprevistos e de grande impacto na vida e na opinião pública) e é produzida por profissionais mestiços (oriundos de áreas como as belas-artes e design publicitário, a que juntam a necessidade do discurso jornalístico), com características específicas de utilidade e visualidade.
Na segunda parte do texto, Susana Almeida Ribeiro estuda a história da infografia da imprensa em Portugal e Espanha, comparando a produção de infografias em quatro jornais (dois portugueses, Público e Diário de Notícias, e dois espanhóis, El Pais e El Mundo). Os jornais espanhóis são os que editam mais infografias próprias.
Curiosa a descoberta da autora sobre a mais antiga infografia portuguesa e que ilustra a capa do livro, a publicada originalmente na Gazeta de Lisboa Ocidental, em 21 de Janeiro de 1723. Trata-se do desenho de uma baleia que teria entrado no rio Tejo e subido até à zona de Madre de Deus e seguira para a área de Cacilhas, onde ficou em seco após a maré vazar, urrando de modo tão veemente que assustou os moradores daquele local (p. 98). Susana Almeida Ribeiro entende que a imagem da baleia é o segundo mais antigo infograma de imprensa identificado em todo o mundo.
A terceira parte do livro editado pela Minerva de Coimbra aborda a infografia jornalística digital animada, definida pelas seguintes características: multimedia, hipertextualidade, interactividade, personalização do conteúdo e imediatismo/actualização constante. Trata-se de uma área ainda jovem em Portugal.
O trabalho apurado da investigadora leva-a a contabilizar o número de infografistas nos jornais nacionais, as suas origens académicas e a produção semanal ou mensal de trabalhos. E ainda a revelar a inexistência de disciplinas ou cursos universitários numa área de crescente importância no mundo dos jornais. Num mundo cada vez mais dominado pela imagem (televisão e internet), há uma maior necessidade da visualização de factos e acontecimentos, possibilitada pela combinação de imagens e textos.
Trabalho que parte de tese de mestrado defendida na Universidade de Coimbra, Susana Almeida Ribeiro é jornalista no serviço noticioso do Público "Última Hora".
Gostaria de comprar este livro.
ResponderEliminarSou professora de Design da Informação, no Brasil.
Você pode me dar informações?
Obrigada!
Olá estou me formando em Design Gráfico e fazendo meu TCC sobre infografia, mas encontrar livros sobre esse assunto é realmente difícil, ficaria muito grata se você pudesse me ajudar a encontrá-lo.
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