terça-feira, 14 de dezembro de 2004

BLOGUES E COMENTÁRIOS

Um blogueiro anda (ou deve andar) sempre atento ao que a blogosfera produz. E sugerir visitas a outros blogues. Por questão de fidelidades e de escolha muito apertada [não selectiva mas apenas apertada], coloquei aqui na coluna do lado direito um conjunto muito pequeno de blogues de referência (para mim). Mas há muitos outros que eu visito regularmente (ou nem sempre, porque o tempo é escasso).

Hoje, quero saudar um blogue do outro lado do Atlântico - até pela referência simpática que é feita ao I.C. - Every flower is perfect, de Raquel [não sei o nome de família], jornalista, professora universitária e doutoranda em Comunicação e Informação pela UFRGS (Rio Grande do Sul, Brasil).

Mas também quero destacar o trabalho notável de João Paulo Meneses, o lisboeta que mora em Vila do Conde e trabalha no Porto e em Vila Nova de Gaia, no seu Blogouve-se. E distinguir ainda um comentário de um seu leitor assíduo, Luis António Santos, do blogue Atrium - que eu também leio frequentemente (nós lemo-nos uns aos outros, fazemos parte de uma rede cada vez mais forte).

Comentava Luís António Santos no domingo passado: "...e importava retomar também uma outra conversa sempre adiada: um relatador (penso que é assim que se diz!) desportivo (como o que, hoje mesmo, tão entusiasticamente gritou o golo de Pedro Emanuel no Japão) é um jornalista?".

Ao que é que se refere o blogueiro de Braga? Ao locutor da Antena 1 que relatou o jogo de futebol em que o F.C.Porto se sagrou campeão mundial de clubes de futebol no domingo passado. O Luís António Santos é muito sensível à rádio e eu compreendo a sua posição. Contudo, eu fiz uma leitura oposta à dele sobre esse pequeno bocado de emissão.

A rádio não pode competir com a televisão, pois não tem imagem. O locutor de rádio tem de dar o colorido. Como é que o fez? Ficando rouco, pedindo quase ao Céu que o Porto ganhasse e que o azar fosse para os columbianos. Foi correcto nessa postura? Não, mas deu uma dinâmica tal que eu, normalmente frio a essas manifestações, quase que deixava o carro ir abaixo (ia a conduzir entre o Porto e Matosinhos, depois de ver a exposição de Paula Rego), tamanha a emoção ao ouvir as suas palavras na rádio.

Um quase silogismo: a voz do locutor encheu a rádio. A rádio é o medium mais importante de todos. A transmissão do jogo (aqueles momentos finais) ficará memorável (pelo menos na minha memória).

3 comentários:

  1. Já não me chamavam (!) lisboeta há tantos anos que - é verdade - me esqueço dessa condição genealógica.
    Um abraço e obrigado
    jpmeneses

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  2. Caro Rogério,

    Agradeço a referência e cá estou eu a substanciar uma das suas afirmações - é mesmo verdade que temos os nossos 'webrings', as nossas comunidades de interesses. É mesmo verdade que nos lemos uns aos outros.
    Voltando ao relatador - aquele comentário, como o entendi na altura da escrita, não continha qualquer apreciação valorativa. Tentava, apenas, relembrar uma das muitas 'zonas difíceis' da profissão que sucessivos conselhos deontológicos escolhem evitar
    Confesso, aqui, que partilho a imagem feliz do João Paulo Meneses: o relato de futebol é uma expressão artística.
    Os bons relatadores transmitem-nos a emoção do estádio e fazem de nós participantes na acção. Fazem rádio como ela deve ser quando está no seu melhor.
    Mas não fazem jornalismo, como o entendemos nos seus traços mais vitais.
    E talvez fosse mais saudável para todos que a distinção salientasse os méritos autónomos de cada uma das actividades.

    luis antónio santos
    www.atrium.weblog.com.pt

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  3. Quase no momento em que o Luís António Santos colocava este seu comentário, eu estava a fazer o mesmo no blogue do João Paulo Meneses. Sustentando a minha opinião. Mas a discordância (?) vale a pena: definimos melhor os conceitos e as atitudes.

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