E SE A BURKA SE TORNAR MODA?
Li no El Mundo de domingo, em artigo de Mónica G. Prieto. O ponto de partida foram um desenhador italiano, dez mulheres de Cabul e uma agência da ONU. Eles trabalham uma ideia curiosa: adaptar a roupa tradicional afegã à moda europeia. O projecto é esquecer a imagem fantasmagórica de uma mulher vestida da cabeça aos pés e adoptar uma túnica vaporosa de linho com carapuço e manga curta, baseada no traje asiático e que seja igualmente interessante para afegãs e europeias.
A organização da ONU Fundo para o desenvolvimento das mulheres, que tem desenvolvido trabalho junto de mulheres afegãs, descobriu uma grande capacidade nestas em produzir trabalhos têxteis. Daí ter investido na formação. Muitas das mulheres da capital do Afeganistão, que abandonaram o estilo de vestuário imposto pelos talibãs e têm poder de compra e gostam de estar na moda, mostram já cansaço com as roupas vindas do Paquistão ou da China, todas semelhantes.
Por isso, procuravam algo que conciliasse a tradição com a inovação. A organização da ONU convidou o designer italiano Daniel Verola a trabalhar num novo estilo. Surpreendido com o que as afegãs vestem por baixo das burkas, objectos quase tão atrevidos como os que as europeias usam, Verola prepara túnicas, casacos, mini-saias. Da fase dos esboços seguir-se-á a produção. As modistas de Cabul andam num turbilhão de propostas de trabalho.
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