Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quarta-feira, 14 de setembro de 2005
Já não tenho memória dos anos que conheço a discoteca Roma. Não sei se desde a minha juventude, pois nem sempre vivi em Lisboa e, nestas coisas, as recordações são baças. Mas é um espaço com memória que se perde [anúncio do Público de hoje]. Na cave, lembro-me de ver sempre imensas novidades em música clássica.
Comprar CDs vai sendo cada vez mais raro. Hoje, num curto e cientificamente pouco válido inquérito que fiz aos meus alunos, 48% ouvem música através da rádio, 44% fazem downloads na internet e apenas 8% compram discos (4 em 48 respostas).
No mesmo jornal Público, um dos artigos editados na secção de economia dá conta do crescimento da quota de mercado da grande distribuição face ao comércio tradicional. Isto quer dizer que os hipermercados continuam a aumentar e o comércio de rua ou de bairro estiola. Não estaremos a perder a especificidade de uma cultura local - com animação e movimento pedonal nas ruas e emprego local - e a trocá-la apenas por uma cultura impessoal das lojas que apenas alcançamos por meio motorizado?
Tenho muito boas recordações da discoteca Roma, uma das que não se limitava ao que era editado por cá, fazia a diferença nesse campo, tal como a discoteca do Carmo e a Compasso.
ResponderEliminarQuanto à dicotomia grandes superfícies / comercio tradicional, acho que depende das zonas. Vivo numa freguesia de Lisboa onde o comércio tradicional é forte e as pessoas conhecem os lojistas. Acredito que dentro de Lisboa deve ser uma freguesia minoritária nesse aspecto, mas tem razão quando fala no impessoal das grandes superfícies.
O comércio tradicional só pode subsistir se se notoriezar pelo atendimento e pela comodidade ou especificidade de produto.