O que diz o texto? Fala de uma recente sondagem feita em Portugal sobre a possibilidade de união a Espanha, o que terá causado surpresa no país vizinho. Se, diz o texto, no século XIX, teria havido a ideia do iberismo, no século XX, tal projecto foi abandonado, apesar da longa amizade entre os ditadores Franco e Salazar. Agora, a sondagem veio reabilitar esse ideal, com Espanha a apresentar prestígio e capacidade. Transição pacífica para a democracia (constituição de 1978), integração na União Europeia e reformas económicas e sociais. Isto no momento em que sectores de opinião espanhóis têm a propensão para a secessão.
Claro, o artigo é de uma extrema atenção para com Portugal, "país irmão, encantador", que os cidadãos recordam de modo semelhante ao país Vasco francês, ele próprio uma putativa extensão de Espanha. Depreende-se, destas palavras, que o alvo final não é Portugal, mas sim as "secessões", leia-se: Catalunha, País Basco. O sonho da Grande Espanha esbarra exactamente na actual Espanha. Incompreensível? Paradoxal?
Embora não constitua a parte final do seu texto, Andrés de Blas Guerrero escreve que a opinião manifestada na sondagem dá um alento à sociedade espanhola como tendo viabilidade enquanto Estado e Nação. Conclusão minha: em Portugal, uma grande crise de auto-estima parece levar-nos para os braços de Espanha; em Espanha, o país ameaça implodir em vários países, como se fosse a Jugoslávia. Dá para entender?
O meu obrigado a Fernando Paulino, um amigo brasileiro muito cosmopolita. Até breve, no congresso do CIMJ, aqui em Lisboa.
muito bom! pode ser que daqui se tire uma noção do nível de conhecimentos que o português tem em relação ao país vizinho... provavelmente chega-lhe saber que o nível de vida é bem melhor, e o resto não interessa.
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