O QUE É FEITO DE SI?
Este é o título do texto de Pedro Rolo Duarte na última página do Diário de Notícias. Jornalista que eu elogiei aqui quando ele era o responsável do "DNa" (antigo caderno da sexta-feira daquele jornal), e que tem agora uma coluna semanal, questiona hoje sobre o desaparecimento de temas que surgiram nos media como sendo muito importantes e desapareceram quase sem dar rasto: gripe das aves, vacas loucas, nitrofuranos, escândalo dos selos Afinsa.
Estou de acordo com a perspectiva do jornalista. Porém, pergunto: quem constrói a agenda dos media? As notícias não são veiculadas pelos jornalistas? Não são eles que veiculam teses e temas e dão uma dada importância, medida pela espectacularidade dos títulos, manchetes e "gordas"?
Logo - procurando responder às minhas perguntas -, há uma grande responsabilidade dos profissionais dos media na ampliação dos acontecimentos e no seu silenciamento posterior. A agenda (ou pauta) é isso mesmo - estar em dia com os acontecimentos e puxar para título o que parece mais espectacular e sensacionalista. Estamos, como escreveram os cientistas políticos e sociólogos Thomas Patterson e Michael Schudson, no domínio das notícias leves e de um olhar cínico sobre as causas que originam dadas ocorrências e seus agentes, com crítica feroz frequente e em espiral do que esses agentes sociais fazem ou opções que tomam. Por outro lado, a concorrência entre títulos dos media conduz a uma maior encenação de manchetes, no sentido de vender mais.
Tudo isto parecem coisas que o próprio jornalista torna implícito para quem lê os dois primeiros parágrafos do texto, mas é preciso clarificar. Os jornalistas acabam por ser, afinal, vítimas do que escrevem: as histórias nunca têm final, ficam paradas algures sem resposta ou solução.
Olá, Rogério!
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