domingo, 12 de dezembro de 2004

LIV ULLMANN

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Recordo-me de vê-la nos filmes de Ingmar Bergman, de quem tem uma filha. Norueguesa, embora nascida em Tóquio (1938), foi-lhe atribuído ontem, em Barcelona, um prémio pelo seu contributo ao cinema (conferência de actores). E a revista dominical do El Pais de hoje dedica-lhe um artigo, donde retiro parte de uma página, onde se vê Ullmann ao lado de Bergman.

A actriz de Persona (em Portugal recebeu o nome de Máscara), um dos filmes mais emblemáticos de Bergman, reivindicou, no encontro de Barcelona, a ética do cinema. Para ela, os actores podem contribuir para um mundo melhor, indo além dos discursos vazios dos políticos. A profissão deve comprometer-se com a sociedade, disse. Para além da sua actividade como actriz, Ullmann é também realizadora e tem-se destacado como membro da ONG International Rescue Committee (IRC), que apoia refugiados, e como embaixadora da UNICEF.

Retiro, da edição do El Pais de hoje (p. 42), algumas das suas palavras proferidas na cerimónia de ontem, ao falar do filme Umberto D., de Vittorio de Sica, que ela viu quando tinha 13 anos: "Apesar de ser uma menina do norte, querida e mimada pela sua família, via no ecrã aquele ancião sem lugar vaguear pelas ruas, e sabia perfeitamente como se sentia; a sua dor era a minha dor; a sua solidão impregnava-se no meu corpo; o seu medo faz bater o meu coração com mais força; o episódio da perda do cão fez-me chorar. Umberto D. e eu éramos um, inclusive hoje reconheço-me na história".

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