quinta-feira, 16 de novembro de 2006

CAPAS DAS NEWSMAGAZINES COMO TEMA DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Ontem, na Universidade Nova de Lisboa, Carla Rodrigues defendeu a dissertação de mestrado em Ciências da Comunicação sobre capas das newsmagazines. Para tal, escolheu como análise as revistas Newsweek, L'Express, Veja e Visão, confrontando as capas e procurando encontrar pontos comuns e distintos. Se a Visão tem uma agenda mais nacional, visível nas suas capas, a Newsweek tem uma agenda internacional, de que resulta uma visão mais global. Das quatro publicações, a Visão é a que se foca num público mais feminino, com assuntos de interesse prático, família, comportamento, celebridades e interesse humano, sendo aquela em que a relação de capas com elementos masculinos e femininos é a mais equilibrada.

Mas há, evidentemente, padrões comuns. A agora mestre comparou 48 capas das quatro publicações, observando os contrastes gráficos e a economia gráfica (que elimina sinais de pontuação). Como elemento que atravessa as quatro publicações, Carla Rodrigues detecta um predomínio claro da imagem sobre o texto. E o peso da cor - ou da multiplicação das cores - não é despiciendo. Mais de 50% das capas estudadas optam por tons escuros nos títulos, embora as chamadas de capa tenham maioria de tons claros. Mais de 90% das capas tem imagens a cor, indo de fotografias de reportagem a ilustração ou fotografia de produção (estúdio). A revista Veja é a mais colorida das quatro publicações.

Sobre os títulos, a autora destacou a predominância dos expressivos, com as nominalizações (substantivos) a terem o papel principal (por exemplo, adjectivos só os encontrou quatro vezes), usando o artigo definido ao substantivo, o que acrescenta relevância e localiza o acontecimento. O escasso uso de verbos é outro sinal da construção dos títulos.

Um outro padrão ocorre na personificação. 80% das capas registam figuras humanas, tendendo para a representação de uma só pessoa por capa, com 60% de género masculino e maioria de membros de origem racial caucasiana e de estatuto social e económico elevado. Dos temas, há uma evidente colagem aos assuntos da semana, mostrando que os media se submetem às agendas noticiosas.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

UN BLO A LEER

UM BLOGUE A LER

Trata-se da Casa das Letras, animado por Librería y Centro de Actividades Culturales / Libreiría e Centro de Actividades Culturais, Casa das Letras/Gráficas Santiago, em Ribadeo, na Galiza, ali do outro lado do rio Minho. Lê-se no blogue: "La Casa das Letras y la librería Gráficas Santiago de Ribadeo conforman un todo que incluye el comercio librero (en la planta baja) y un centro de actividades culturales (plantas primera y segunda), que es de iniciativa privada y está abierto al público en general".

Claro, a Casa das Letras trata de livros. Saudemos esta empresa de livros da Galiza e que tenha muito sucesso, agora que iniciou o seu blogue (Outubro de 2006). Um blogue é, no final de contas, um excelente canal de distribuição de informação e promoção.

118 IGNORA EXISTÊNCIA DE MINISTÉRIO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES

Ontem, por volta das cinco da tarde, pretendi falar para o ministério dos Assuntos Parlamentares. Pedi o número de telefone ao 118, serviço da Portugal Telecom que informa números e moradas através do cruzamento de um destes dados ou da indicação da propriedade do número de telefone. Fiz três telefonemas: do primeiro, deram-me o número do Parlamento Europeu; do segundo falei com um operador e uma supervisora que me disseram ter apenas números de telefone de grupos parlamentares como o Partido Social Democracia (assim mesmo) e Partido Social (assim mesmo); do terceiro, a supervisora (diferente da da segunda chamada) disse-me para eu fornecer uma indicação mais precisa, pois, por ministério dos Assuntos Parlamentares, não havia qualquer informação.

Fiz agora uma pesquisa através de um motor de busca na internet. Efectivamente, por ministério dos Assuntos Parlamentares não se vai a qualquer lado. Mas procurando no portal do Governo, há uma indicação de
Gabinete do Ministro dos Assuntos Parlamentares. E descobri o número de telefone geral - 213920500 - que, hoje, já não me faz falta.

Em suma, o 118 não sabe da existência do ministério dos Assuntos Parlamentares. Por seu lado, este não aparece directamente identificado na internet. Ou será que há ministro sem ministério? Sendo ele que tem a tutela da comunicação social, será que desconhece esta falha de comunicação?


[imagem: telefonista dos serviços de informação, por volta dos anos de 1950, muito antes da automatização e informatização dos serviços, retirada do meu livro História das telecomunicações em Portugal, 1877-1990, p. 122, uma edição de Telefones de Lisboa e Porto, 1990]

O QUE DISSE O MINISTRO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES NO SEMINÁRIO DO CIMJ

Ontem, na sessão de encerramento do seminário do CIMJ (Jornalismo e Actos de Democracia), Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, fez uma comunicação sob a forma de quatro reflexões em torno do tema do próprio seminário.

Para ele, a democracia é um conjunto de procedimentos assentes em três princípios: direitos das pessoas, livre escolha dos cidadãos e controlo (exercício sobre o poder). Com esta base, Santos Silva traçou a primeira reflexão: o jornalismo não é apenas uma maneira de se perspectivarem os actos de democracia, pois o jornalismo é, em si, uma condição de acto de democracia. O que conduz à segunda reflexão, em que o jornalismo, por ser um acto de democracia, deve ser ele próprio escrutinado democraticamente. Isto é: os que escrutinam a democracia têm de ser escrutinados pela democracia.

Para o sociólogo e político, o escrutínio democrático sobre o jornalismo implica: 1) discutir o jornalismo como poder (citou a questão da agenda mediática), 2) saber como se processa a relação entre o poder dos jornalistas e o poder dos cidadãos, 3) defeder o direito à imagem, privacidade, contra intrusões na vida íntima, 4) pugnar pelo direito da diversidade e do pluralismo.

Quanto à terceira reflexão, Santos Silva falou da democracia no jornalismo. Os jornalistas, para cumprirem a missão de interesse público ligado ao funcionamento das democracias, precisam de estar protegidos. Para o ministro, os conteúdos não podem matar o jornalismo, o jornalismo não pode ficar subsumido pelos media. Assim, considera que o serviço público do jornalismo é uma garantia na prática dos actos de democracia.

Finalmente, partindo da base da democracia como assente em direitos das pessoas, livre escolha dos cidadãos e controlo (exercício sobre o poder), Santos Silva enunciou a quarta reflexão: os jornalistas não podem ser um corpo estranho aos poderes, auto-excluindo-se, mas devem ter uma cultura profissional jornalística crítica, activa, auto-reguladora e sem medo da regulação democrática. Sem jornalismo não há democracia, concluiu o ministro que tem a pasta da comunicação social.

REVISTAS E LIVROS ONTEM LANÇADOS NO SEMINÁRIO DO CIMJ



Alguns dos lançamentos de revistas e livros ontem, durante o seminário internacional do CIMJ, foram as revistas Comunicação & Cultura, nº 2 (Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa) e Media & Jornalismo, nº 9, do CIMJ, assim como os livros Televisão: das audiências aos públicos, organizado por José Carlos Abrantes, Jornalismo político em Portugal. A cobertura de eleições presidenciais na imprensa e na televisão (1976-2001), de Estrela Serrano, e A televisão das mulheres: ensaios sobre a recepção, coordenado por Isabel Ferin.

Observação: peço desculpa pela qualidade da reprodução das capas das publicações; o meu scanner está a funcionar com deficiências.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE JORNALISMO ORGANIZADO PELO CIMJ - SEGUNDO DIA

O blogueiro continuou a acompanhar o seminário internacional organizado pelo CIMJ, embora não tenha estado todo o dia, por razões profissionais.

Registei dois momentos em vídeo, respectivamente de Rita Figueiras (Universidade Católica Portuguesa) e Pedro Magalhães (ICS), em mesa presidida por Isabel Gil, directora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.

Conto fazer, até ao fim da semana, uma síntese do seminário, apresentada por Isabel Ferin (Universidade de Coimbra), e da alocução do ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva [a partir de registo digital de som]. De destacar ainda que foram lançadas várias obras ao fim da manhã de hoje (revistas e livros), assunto a que voltarei, dado que o dia de hoje foi muito longo e amanhã ele promete ser igualmente longo e cansativo.


CONFERÊNCIA DE JOSÉ MIGUEL SARDICA

Amanhã, pelas 19:00, na Biblioteca Museu República e Resistência (à rua Alberto de Sousa, Zona B do Rego, Lisboa), o professor José Miguel Sardica profere uma conferência intitulada Rodrigues Sampaio, político e governante da Regeneração. O conferencista é docente da Universidade Católica Portuguesa.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE JORNALISMO ORGANIZADO PELO CIMJ

Nas sessões de hoje, mostro imagens da mesa inicial (António Belo, Jorge Pedro Sousa e Nelson Traquina), comunicação de Doris Graber e aspecto da sala (bem menos cheia que durante a maior parte do dia). Quanto aos vídeos, eles representam pela ordem as seguintes apresentações: Nelson Traquina, Doris Graber, Kees Brants, José Pacheco Pereira e James Stanyer.





PINTURAS DO TECTO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA (GUIMARÃES)


Maria Miguel Pereira apresentou, na passada sexta-feira dia 10, uma dissertação de licenciatura em Comunicação Social e Cultural da Universidade Católica versando as pinturas do tecto de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães.

A igreja deve ter começado a ser construída antes de 949. Depois, D. Afonso Henriques e João I terão sido responsáveis pelo seu crescimento, o primeiro apoiando o mosteiro e a colegiada (local de habitação de frades); o segundo, sendo um grande devoto da senhora da Oliveira em especial após a batalha de Aljubarrota, reformou a velha igreja (1387). O templo , inicialmente de matriz latina bizantina, passou a românico, transformou-se em gótico e sofreu ainda acrescentos estilísticos em séculos posteriores. Alguns dos materiais encontram-se também no museu de Alberto Sampaio (Guimarães), nomeadamente o tesouro da colegiada.

A pesquisa de Maria Miguel Pereira consistiu fundamentalmente no estudo das pinturas que se situam no tecto da igreja, na nave central e nos braços do transepto. A data das pinturas anda à volta de 1387-1425, não se sabendo exactamente quem foi o seu ou seus autores. Situadas à altura de 14 metros, as pinturas são invisíveis aos olhos dos fiéis que circulam na igreja.


Seguindo trabalhos anteriores de investigação, a agora jovem licenciada dividiu o conjunto das pinturas em cinco grupos distintos: motivos decorativos, cenas de género, heráldica, temática religiosa e bestiário. Representações da Anunciação a Nossa Senhora, fuga de Maria, José e Jesus para o Egipto, cenas de guerra e de caça, dragões e grifos, cães e lobos, harpia e luta de homens com centauros fazem parte de uma colecção muito rica de imagens.

A investigadora conclui pela necessidade de tornar públicas estas pinturas através de acções no local e da sua dinamização através de folhetos, internet e encontros internacionais. Além disso, sendo um trabalho actual sobre um espaço de património muito rico, a minha sugestão vai no sentido de ser publicada a monografia, com alterações adequadas a uma edição. Guimarães (a sua autarquia ou alguma entidade local), agora projectada como capital europeia da cultura, bem pode apoiar a publicação e aproveitar as propostas de dinamização da igreja e as pinturas do seu tecto presentes no texto.


As indústrias criativas e culturais da região (turismo, publicidade e promoção de eventos), edição (folhetos, eventual publicação do texto de Maria Miguel Pereira) e audiovisuais lucrariam, tudo dentro do conjunto de eventos que irão projectar a cidade nesse acontecimento europeu.


[manipulada data e hora da mensagem]

domingo, 12 de novembro de 2006

SEMINÁRIO SOBRE JORNALISMO ORGANIZADO PELO CIMJ

Amanhã e na terça-feira, na Escola Superior de Comunicação Social (Lisboa), vai decorrer o Seminário Internacional Jornalismo e Actos de Democracia, organizado pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ).

O blogueiro espera dar conta do que lá se vai passar. Do que sei, parece-me haver um grande sucesso, com mais de uma centena de inscritos para além dos conferencistas indicados no desdobrável do encontro. Além do registo de jornalistas presentes para a cobertura do encontro, que encerrará com a presença do ministro dos assuntos parlamentares (e pelouro da comunicação social), Augusto dos Santos Silva.

Em baixo, a apresentação do seminário pelo professor Nelson Traquina (em inglês) e professora Isabel Ferin (em português).



PÚBLICOS DE BLOGUES


No ano lectivo passado, três dos meus alunos escreveram um trabalho intitulado Público de blogues. São eles Dinis Correia, Filipa Manha e Gonçalo Caldas. Deixo o texto para o apreciarem.

Sei que, entretanto, o Dinis Correia continua a trabalhar nesta matéria, a qual terá uma implementação prática. Segundo me disse, será "uma «rede» de blogues especializados, totalmente em português". Desejo muita sorte, pois a blogosfera portuguesa ficará mais rica.

sábado, 11 de novembro de 2006

TEATRO PARA A INFÂNCIA


No Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, no dia 16 de Novembro, pelas 10:30. Representa: arte pública 2006.

NOTÍCIAS DA RTP1, SIC E TVI E O ON-LINE

No working report de Gustavo Cardoso e Sandra Amaral, com o título acima indicado e publicado já este mês pelo OberCom, são "abordadas as apropriações da Internet realizadas no contexto de três empresas de jornalismo televisivo português, visíveis nos respectivos sites, focando também as perspectivas dos seus profissionais no que diz respeito às mudanças introduzidas pela Internet, nomeadamente ao nível da produção e distribuição da informação noticiosa, da relação com o público utilizador da mesma, bem como sobre quais as futuras tendências do jornalismo televisivo on-line".

Segundo os autores, a RTP foi a primeira televisão a marcar presença na internet (1995), seguindo-se a TVI (1996) e a SIC (2001). Após a euforia da ideia da internet como fonte de lucro e reforço da imagem de marca, seguiram-se reajustamentos (recursos humanos, tecnológicos e de investimentos).

As redacções on-line da SIC e da TVI localizam-se no mesmo espaço físico que a redacção principal, open space segmentado por editoras e tipo de redacção, com equipas pequenas (até 10 elementos). Coordenada por um jornalista sénior, as equipas possuem profissionais jovens com formação em jornalismo televisivo e jornalismo para a internet. Comparativamente aos jornalistas da redacção principal, os jornalistas da redacção on-line têm formação mais qualificada em construção de textos.

Continua o texto aqui citado: "As rotinas profissionais subjacentes à redacção on-line da SIC e da TVI também se assemelham quanto às práticas, traduzindo uma relativa autonomia editorial face à redacção principal, sem prejuízo da complementaridade entre os dois tipos de edições noticiosas". Um elemento comum às redacções on-line dos três canais estudados é o uso do e-mail para interactividade com os utilizadores. A edição on-line da TVI efectua um contacto directo e personalizado entre utilizadores e jornalistas ou editores que assinam as peças, a da SIC disponibiliza um endereço de correio electrónico geral, embora os e-mail sejam reencaminhados, e a da RTP disponibiliza o contacto geral da RTP Multimedia.

Como grandes conclusões do estudo agora publicado pelo OberCom, indicam-se as seguintes: 1) tempo de consolidação da importância dos sítios televisivos, 2) jornalismo on-line à procura da marca do jornalismo de terreno, por escassez de tempo e prioridades editoriais, 3) falta de recursos (humanos, tecnológicos e financeiros), 4) constrangimentos de ordem técnica traduzidos na incompatibilidade de formatos e tradicionais hábitos de leitura, 5) interactividade imprescindível no jornalismo on-line, 6) peso do relacionamento personalizado entre jornalistas e utilizadores, 7) importância do fomento da criação de comunidades de utilizadores, 8) papel determinante dos departamentos multimedia das estações televisivas face à mobilização de recursos, 9) adaptação da oferta on-line aos interesses dos utilizadores, 10) diversificação de fontes de receita dos sítios quanto a auto-sustentabilidade, 11) dificuldade de pagamento dos conteúdos noticiosos do sítio, 12) aposta em modelo de negócio em parceria, 13) ideia da internet como complemento e não substituição dos media tradicionais, o que inibe a auto-sustentabilidade dos sítios.

Finalmente, para Gustavo Cardoso e Sandra Amaral: "A generalidade dos resultados indicia, por um lado, o reforço da imagem de marca que socialmente está associada às emissões tradicionais da RTP, SIC e TVI (por exemplo: credibilidade, rigor, actualização, diversão, proximidade com os telespectadores) e, por outro, a necessidade de se fazer algumas rupturas de carácter funcional e conceptual face ao jornalismo tradicional e face aos modelos de interactividade tradicionais, não obstante o reconhecimento de que uma tecnologia (quase) nunca é explorada no seu máximo potencial".

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

EM DEFESA DO MAP

No sábado, deixei passar um artigo assinado no semanário Expresso em apoio do Museu de Arte Popular (MAP). Hoje, no jornal Público, um artigo assinado por João Leal e Raquel Henriques da Silva, professores na Universidade Nova de Lisboa, manifestam igualmente apoio à permanência do MAP e não à sua substituição por outro museu.


ESTOU EM PLENO ACORDO COM O TEXTO! O MAP DEVE MANTER-SE!

30DIAS

Vozes do fado e entrevista com Carlos Vaz Marques são dois motivos principais do mais recente roteiro cultural de Oeiras. Para além do espectáculo que começou há minutos com Ricardo Ribeiro, ainda há mais dois espectáculos de fado no Auditório Municipal Eunice Muñoz. Um, no dia 17, com Maria Ana Bobone, o outro, a 24, com Rodrigo.

Já Carlos Vaz Marques, uma voz entevistadora da TSF (Pessoal e... Transmissível), tem sido apresentador-moderador do Café com Letras, na Biblioteca Municipal de Oeiras. O jornalista, entrevistado por Guiomar Belo Marques, conta uma série de histórias da TSF e de alguns nomes mais sonantes daquela estação.

SOBRE O LIVRO DE EDUARDO CINTRA TORRES


Ontem, no Jornal de Negócios (p. 47), saiu o seguinte texto escrito por mim sobre o novo livro de Eduardo Cintra Torres, Anúncios à lupa. Ler publicidade.

Escrever sobre publicidade significa possuir muitos conhecimentos (história, pintura, cinema, música, artes gráficas, linguística, literatura) e ter elegância na abordagem dos temas. Mas escrever sobre publicidade num jornal implica também rigor e concisão, pois o espaço é um bem escasso, além da dificuldade do exercício regular, haja ou não boa matéria-prima para tal.

São estas as primeiras palavras acerca do livro de Eduardo Cintra Torres (ECT), Anúncios à lupa. Ler publicidade, autor que já editara este ano um outro livro importante, A tragédia televisiva. Ora, e de que nos fala ECT? De marcas, de produtos, de campanhas institucionais, em textos elaborados durante 51 semanas (2003/2004), acerca de automóveis, bebidas, relógios, moda, telemóveis, medicamentos.

Apesar da variedade, existe uma escolha criteriosa de temas, com encadeamento ou retomar de ideias, em contraste e complementaridade. Com frequência, elogiou campanhas ou anúncios; algumas vezes disse: “não gostei” (como na página 120). Expressando os seus pontos de vista, e apesar de fazer poucas citações de autores que escreveram sobre publicidade, Roland Barthes está lá. Mais as suas massas Panzani (p. 101), com a distinção entre denotação e conotação, elementos caros à semiologia, uma das bases científicas mais expressivas do trabalho deste autor.

Embora com poucas referências académicas, ECT intenta construir uma teoria da publicidade: figuras de estilo literárias, como metáforas e metonímias (p. 64), visualidade (p. 90), uso dos sinais gráficos como asteriscos e reticências (p. 87), elementos distintos na publicidade de televisão e de imprensa (p. 140), codificação (p. 112), publicidade como construção onírica (p.92), persuasão (p. 111) e emoções positivas ou prazer (p. 174). Chama a atenção para a escrita das frases, nomeadamente quando as vírgulas distorcem o sentido da ideia. E revela a importância de campanhas que envolvam a responsabilidade social, caso de empresas que elaboram campanhas de apoio a grupos específicos de risco ou insuficiência física.

O livro inclui também textos onde se fazem alusões directas aos limites da publicidade: bebidas alcoólicas (texto 28), brinquedos (texto 33) e separatas de jornais (texto 34), os dois primeiros devido à pressão sobre públicos jovens e sensíveis, o último porque se confunde jornalismo com publicidade e promoção. Aliás, e na minha perspectiva, o texto sobre separatas dos jornais é dos mais significativos, pois analisa mais que um produto ou marca, observa o medium em si. O mesmo ocorre com o slogan da TVI (páginas 124-126), marca construída pelo espectador, espécie de autor-consumidor.

Cada texto é como um videoclip ou pequeno conto, em que o anúncio serve para apresentar um argumento, narrativa ou estória à volta do título, slogan, imagem, cores e transposição da campanha de televisão para a imprensa e outdoors (o autor deixou de fora a rádio e a internet). Sexualidade, sedução, moda, teatralidade – eis alguns ingredientes da publicidade analisados no livro. Mas também a persistência, eficácia e sentimento de confiança, mesmo em anúncios menos conseguidos, por oposição ao choque e surpresa provocados por outros (p. 165).

Há um olhar jornalístico no tratamento dos textos, porque se trata de uma colaboração num jornal e porque traz a actualidade à discussão, assim como o pragmatismo das campanhas e anúncios: publicitar e vender. Nesse sentido, a escrita de ECT contextualiza, valoriza. O autor vê a publicidade como sendo passível de leitura profunda (ou preferencial, como escreve na página 138) mas fala igualmente da superfície da imagem, a qual estimula e convence públicos (consumidores). O esforço do autor é trabalhar essa leitura profunda ou segunda leitura (“este meu suado exercício de análise”, p. 160).

Para concluir: a capa do livro é muito bem conseguida. Não deixo contudo de tecer um reparo. O autor fizera um comentário ao asterisco como forma usada em excesso por alguns publicitários e, por isso, criticável (p. 88). No seu próprio livro, a capa leva um asterisco (indicação da apresentação e prefácio), o que enfraquece a sua posição mas não retira a beleza da capa.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

SETA DESPEDIDA


Os leitores do blogue Seta Despedida, de Alexandra Barreto, esperam atentamente que ela regresse ao contacto. No panorama nacional, o seu blogue é imprescindível. Possui uma qualidade que poucos têm.

Por favor, escrevam mensagens amigáveis e de apoio, através do endereço Seta Despedida.

LIVRO DE EDUARDO CINTRA TORRES


Foi hoje ao fim da tarde que Eduardo Cintra Torres lançou o seu livro Anúncios à lupa. Ler publicidade, na livraria Barata (Av. de Roma, Lisboa). Crítico de televisão no Público e de publicidade no Jornal de Negócios, Eduardo Cintra Torres é ainda professor de Análise e Crítica de Televisão na Universidade Católica (a ele pertence o primeiro vídeo).

A apresentar o livro estiveram José Carlos Abrantes (a quem pertence o segundo vídeo) e Pedro Bidarra.






Hoje também, o Jornal de Negócios publicou um texto meu sobre o livro lançado. Tenciono amanhã editar no blogue tal texto.

PREPARATIVOS DO II SEMINÁRIO DE JORNALISMO ORGANIZADO PELO CIMJ

Nos próximos dias 13 e 14, na Escola Superior de Comunicação Social, vai realizar-se o II seminário internacional do CIMJ intitulado Jornalismo e Actos de Democracia.

Hoje, foi dia de fazer as pastas a distribuir no seminário. Imperou, como se esperava, a alegria e descomplexidade do trabalho manual. Esperamos que o seminário seja um sucesso e que haja ainda mais inscritos do que os já muitos que o fizeram.

Aproveito para mostrar as capas de duas revistas a serem lançadas durante o seminário, a do próprio CIMJ e a da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica.




A sociedade Mcdonaldizada (1)

[conjunto de cinco mensagens]

De Ritzer a Debord, Baudrillard e Klein

Segundo George Ritzer (2004a), o sucesso da cadeia de restaurantes McDonald’s deve-se à existência de quatro tópicos principais aplicados a clientes, trabalhadores e gestores: 1) eficiência, 2) calculabilidade, 3) previsibilidade e 4) controlo. Estandardização e homogeneidade são outros elementos vitais para a McDonaldização – isto é, os negócios da McDonald’s oferecem produtos e serviços de forma eficiente na medida em que existe, para os consumidores, uma escolha limitada. Rapidez, linha de montagem e códigos escritos de conduta dos vendedores da comida McDonald’s situam-se na linha definida por Ritzer de McDonaldização. Trata-se, como desenvolvo aqui, de uma perspectiva pessimista de olhar a presente sociedade de consumo.

Para Ritzer, a McDonaldização infiltrou a sociedade na medida em que as pessoas querem ter gratificação instantânea. Os brindes a quem come um hambúrguer, os descontos numa loja ou a atribuição de pontos para um prémio na aquisição de um serviço fazem parte da mesma estratégia. A Mcdonaldização é um processo vasto de globalização. O livro vê a cultura urbana e popular contemporânea a partir da proliferação de franchising de alimentação da McDonald’s, bem como das lojas de centros comerciais e outras entidades comerciais.

O mesmo George Ritzer (2004b: 93) acha que as catedrais do consumo encantam pela sua capacidade de atrair um número elevado de consumidores. Ritzer fala em espectáculo, definido como um dispositivo público de interesse [dramatic]. Os espectáculos podem ser criados intencionalmente (as chamadas composições literárias, dramáticas ou musicais de carácter fantástico) ou parcial e totalmente não intencionais. A premissa básica é que não basta abrir uma loja, é preciso produzir um romance. Feiras e exposições são exemplos do uso de um espectáculo para vender bens [commodities]. Na realidade, o espectáculo é a base do sucesso de um dos mais importantes e imediatos precursores dos novos meios de consumo. Já há muito que os armazéns americanos usavam cor, vidro, luz, arte, montras, interiores elegantes, mostras temporárias e até encontros natalícios para criar espectáculo.

[continua]

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

CONCERTOS DE NATAL

A celebração do nascimento de Cristo é o mote para a 2ª edição do Ciclo de Concertos de Música Sacra, segundo nota enviada pela organização (paróquias da Baixa e Chiado, com apoio do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa).

Para além da comemoração do advento da época natalícia, alarga a animação sócio-cultural desta zona de Lisboa. A nota da organização acrescenta que "Os concertos têm início já a 19 deste mês, realizando-se alternadamente na Igreja de Santa Maria Madalena e na Basílica dos Mártires. Do canto gregoriano à música sacra renascentista, de Mozart e Haydn a Fernando Lopes Graça e Carlos Seixas, entre outros autores, esta iniciativa visa propor uma ampla variedade de sonoridades especialmente dedicadas a esta quadra".

Para mais informações, contactar João Freitas Ferreira (jff@belodemorais.com.pt).

DOS BLOGUES ANÓNIMOS

Se o jornalista usa fontes anónimas, a responsabilidade cabe ao primeiro. Mas considera-se o valor profissional e as questões éticas que estão (ou podem estar) na razão de não publicitar o nome dessas fontes, nomeadamente por questões de segurança das mesmas.

Porém, quando um blogue anónimo calunia alguém, a situação é completamente distinta. Trata-se de um crime, porque difama e porque o seu autor ou autores se escondem sob a manta do segredo. Os mecanismos de justiça passam apenas pelos tribunais, sem as entidades independentes que tutelam a área das comunicações e media tomarem atitudes (de punição ou desencorajamento de tais práticas). Isto porque a blogosfera é uma área recente e faltam ainda instrumentos que definam a actividade dos blogueiros como algo que tem regras e deveres legais. Difamação e direitos de autor entram nesse pacote.

O exemplo hoje relatado no jornal Público, acerca do presidente da Câmara da Covilhã e de calúnias sobre ele publicadas num blogue anónimo, segue de perto as "revelações" de plágio atribuidas a Miguel Sousa Tavares, que se revoltou justamente contra essa perfídia. São dois exemplos muito perto um do outro, o que revela o oportunismo de alguns que, a cobro das facilidades permitidas pela rede electrónica, perpetram crimes contra entidades ou indivíduos, podendo manchar indelevelmente a sua reputação.

CULTURA E MERCADO


Transcrevo, da newsletter Cultura e Mercado de ontem, o seguinte editorial de Leonardo Brant [obviamente aplicado à realidade do Brasil]:

  • POLÍTICA GIL AMEAÇADA

    O que é a “Política Gil” senão um discurso bem estruturado a respeito da importância da cultura para a gente de um território complexo e diverso como é o nosso país? E o que será dele sem a sustentação desse discurso, a estrutura e o orçamento capaz de torná-lo efetivo e viável?

    A “Política Gil” está viva. Encontra-se, contudo, em estágio inicial. Precisa ainda reforçar e consolidar seus alicerces. Mas quem seria capaz de realizá-la senão o próprio Gil? Essa é uma preocupação que ronda o Palácio, sobretudo a partir dos rumores de que o próprio ministro colocaria sua sucessão na mesa.

    De todos os setores incomodados com essa política, destacam-se o próprio governo e os partidos que o sustentam. Se por um lado sua incursão pelo mundo encantado da mídia e da indústria cultural recebe vistas grossas dos colegas de Esplanada, por outro, a revolução silenciosa de seus Pontos de Cultura não gerou frutos suficientes para incomodar a elite ocupante dos balcões do MinC, já que está localizada nos lugares não visitados por esta cintilante camada da população. Continua, dessa forma, suscetível aos vai-e-vens do toma-lá-dá-cá da política partidária.

    Candidatos à sua cadeira não faltam. Partidos movem-se nesse sentido. Rede Globo, majors e demais agentes do show business e da indústria cultural investem, desde o processo eleitoral, no desmantelamento desta política.

    Cultura e Mercado vem a público cumprir o seu papel de luta por políticas culturais amplas e democráticas. E apresenta em sua 299ª edição um apanhado de propostas para o avanços dessas políticas, sob o risco de jogarmos fora quatro anos de sacrifícios impostos a muitos profissionais do setor cultural em nome de uma visão de cultura para todos. E principalmente por todos.
[hora manipulada na edição desta mensagem]

AINDA CULTURA E MERCADO

Aconselho a leitura, ainda na newsletter de ontem de Cultura e Mercado , do texto de Viviane Batista Como se estrutura um gigante da arte contemporânea, sobre a Bienal de Arte de São Paulo, aqui.

[hora manipulada na edição desta mensagem]

terça-feira, 7 de novembro de 2006

ECONOMIA DA CULTURA


Numa magnífica conferência intitulada A economia da cultura, Emílio Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, estima um valor de cerca de 5% do contributo das actividades culturais - indústrias culturais e criativas - para a formação do PIB nacional.

Trata-se, disse ele na sessão de abertura dos mestrados e pós-graduações da Universidade Católica Portuguesa no final da tarde de hoje, de um valor sem base empírica, mas que considera ser sensato. Como base, os dados de um livro editado há anos por Vítor Gaspar, quando as indústrias culturais e criativas valiam 3% do PIB. Por outro lado, Rui Vilar considera que as famílias gastam actualmente mais em actividades culturais se considerarmos os seus rendimentos económicos, comparados com anos atrás. O principal responsável da Gulbenkian acha que vale a pena estudar o sector e contribuir para o seu conhecimento.

A um pedido de comparação da economia da cultura hoje face a um período de quarenta anos atrás, o conferencista destacou os principais pontos de mudança: 1) muitas actividades do poder local, concretizadas em centros culturais, bibliotecas e outros equipamentos, mas também em ciclos de actividades culturais e musicais, por exemplo, 2) parcerias, como o caso da Fundação de Serralves, 3) um salto no fluxo de recursos após a adesão do país à União Europeia. Tudo somado significa mais oferta, diversidade e acessibilidade. À dúvida de maior quantidade querer dizer mais qualidade, Rui Vilar entende que a diversidade é, em si, um elemento de qualidade. E, no seu discurso, afirmou haver necessidade de distinguir a crise financeira do Estado (contas públicas) dos sinais positivos na economia no seu todo (caso dos níveis de exportação e de desemprego).

UMA PERSPECTIVA JORNALÍSTICA

No dia 9, pelas 18:30 e no Instituto Franco-Português (Av. Luís Bivar, 91, aqui em Lisboa), será lançado o número 1 da II série do jornal Le Monde Diplomatique. Estarão presentes alguns dos articulistas desse número, tais como (por ordem alfabética) Alfredo Maia, António Borges Coelho, Diana Andringa, José Luís Peixoto, Mário Mesquita e Mário Soares, bem como Sandra Monteiro, directora da publicação, e José Aranda da Silva, presidente da cooperativa Outro Modo.

O blogueiro gostaria de estar presente. Contudo, à mesma hora, Eduardo Cintra Torres lança o seu livro Anúncios à lupa, pelo que tive de optar.

COLÓQUIOS E SEMINÁRIOS

Por estes dias, há uma animação em torno de colóquios e seminários.

Em Belfast, de 23 a 26, o encontro da rede de cidades e regiões da Europa para a cultura. Para além da assembleia-geral, onde haverá alteração de estatutos, o congresso propõe-se trabalhar comunidades em transição, analisar políticas, festivais e desafios, olhar as culturas das cidades, apreciar as candidaturas a capitais da cultura e pôr em confronto a diversidade social e cultural dos países que integram esta rede.

Já em Cascais, decorrerá (dias 10 e 11) o II Encontro Nacional de Casas-Museus. Destaque para as experiências de museus como os ligados às Câmaras Municipais do Porto e de Cascais e os museus Dr. Anastásio Gonçalves, João Soares e Abel Salazar. Da introdução do desdobrável, lê-se que as casas-museu resultaram da residência de alguém que dedicou à comunidade o seu património (científico, literário, médico, político).



Da mostra internacional de dança contemporânea (Sevilha, de 1 a 19 do corrente) salto para actividades em Serralves (Porto). Primeiro, as "Conversas nocturnas" (6 de Novembro a 15 de Dezembro) sobre futebol, fotografia, metamorfoses da cidade e documentário e encruzilhada. Certamente as conversas sobre fotografia e cinema - se eu estivesse no Porto nos dias da sua realização - mereceriam a minha ida aquele sítio. Mas Serralves também se prepara para uma mostra dos anos 80, com um catálogo a acompanhar a exposição.


E outras conversas marcam dois dias em Montemor-o-Novo (11 e 12): programar, corpo, experiência e fazer - sempre nas margens. Do conjunto de nomes destaco José Gil (filósofo), Ruth Rosengarthen (artista e historiadora de arte), Isabel Corte Real (docente em mestrado de Curadoria), Maria Teresa Cruz (professora da Universidade Nova de Lisboa) e Rui Horta (coreógrafo e, certamente, um dos donos da casa). Uma realização das Oficinas do Convento - Associação Cultural de Arte e Comunicação.


Obrigado ao meu fornecedor habitual deste tipo de informações, Carlos Filipe Maia.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

MAIS LIVROS A LANÇAR

  • De José Carlos e Daniel Dayan (organizadores) vai sair o livro Televisão: das audiências aos públicos (lançamento durante o seminário internacional do CIMJ, a 14 de Novembro). Será, com certeza, um texto que interessa muito ao blogueiro cá de casa.

    Editado na prestigiada colecção Media e Jornalismo (Livros Horizonte/CIMJ) e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, o livro tem contributos de Carlos Fogaça, Daniel Dayan, Dominique Mehl, Eduardo Cintra Torres, Eliseo Veron, Guillaume Soulez, Jean-Pierre Esquenazi, John Fiske, José Carlos Abrantes, Jostein Gripsrud, Sabine Chalvon e Todd Gitlin. O livro inclui ainda uma síntese elaborada por Felisbela Lopes a partir de contributos de António José da Silva, Isabel Ventura, José Jorge Barreiros e Tito Cardoso e Cunha.

    O livro Televisão: das audiências aos públicos teve origem em colóquio organizado pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ), na Fundação Calouste Gulbenkian. Aí, Daniel Dayan fez uma intervenção em que se referiu aos públicos de televisão. Conta José Carlos Abrantes: "Na altura questionei o conferencista. A resposta, aludindo à necessidade de criar tipologias de públicos, levou-me a planear e concretizar, em colaboração com este investigador, um outro momento de palavra, um curso da Arrábida".
  • O livro Sigilo profissional em risco. Análise dos casos de Manso Preto e de outros jornalistas no banco dos réus, de Helena de Sousa Freitas, na colecção Comunicação da editora MinervaCoimbra, será lançado no dia 16 de Novembro, pelas 18:30, na FNAC Chiado, em Lisboa. A obra será apresentada pela jornalista Sofia Pinto Coelho e conta com a presença do jornalista Manso Preto, de Alfredo Maia (presidente do Sindicato dos Jornalistas) e de Mário Mesquita (director da colecção Comunicação).

    Da informação disponibilizada pela editora, lê-se: "Não sendo a Autora uma jurista, aborda, no entanto, um problema da maior complexidade jurídica e que é o do direito dos jornalistas ao sigilo profissional, mais precisamente o direito a não revelarem as suas fontes de informação. Para os jornalistas, o sigilo profissional é, não apenas um dever deontológico, mas também um direito fundamental cuja protecção a Constituição impõe e a lei, designada­mente o Estatuto dos Jornalistas, assegura e concretiza" (Jorge Reis Novais, professor da Faculdade de Direito de Lisboa).


  • Também o livro de Verónica Policarpo Viver a telenovela. Um estudo sobre a recepção vai ter uma apresentação pública no dia 28 deste mês, pelas 18:30, na sala dos Descobrimentos da Biblioteca João Paulo II, na Universidade Católica. A apresentação estará a cargo da professora Isabel Ferin (Universidade de Coimbra). Embora já me tenha a ele referido aqui, espero voltar para uma apreciação mais completa.

ÁGUAS FURTADAS Nº 10 ESTÁ A CHEGAR


O aguasfurtadas é o blogue da revista de literatura, música e artes visuais com o mesmo nome. Pode ver em baixo o vídeo de promoção do número da revista a sair.



Retiro alguma informação sobre o conteúdo da publicação:
  • Na área da poesia, e como é habitual, a "aguasfurtadas" 10 incluirá diversos autores cujo trabalho é ainda pouco conhecido de grande parte dos leitores, mas que merecem a maior das atenções. Entre eles estão Rogério Rola, Pedro Amaral, Gez Walsh (traduzido por Helder Moura Pereira) e Angélica Freitas. Verdadeiras revelações, na nossa opinião.
A revista aguasfurtadas é uma edição do Núcleo de Jornalismo Académico do Porto, com sede na rua Miguel Bombarda, 187, R/C, 4050-381 Porto. Para mais informações: jup@jup.pt.

LIVROS DA PORTO EDITORA (COLECÇÃO COMUNICAÇÃO)

Agora em lançamento, primeiro no Porto, esperando-se depois para Lisboa. No Porto, é no dia 9, às 18:30, na Universidade Fernando Pessoa (à praça da Arca d'Água).

Dos livros agora lançados, apenas não li o de Helena Sousa. Dos outros, creio já ter referido aqui todos, nomeadamente os de Jean-Pierre Esquenazi - que os meus alunos têm lido em francês - e o seminal texto de Armand Mattelart e Érik Neveu sobre a escola dos cultural studies, possivelmente a melhor obra sobre aquela corrente (e que os meus alunos de mestrado liam em francês, igualmente).

Sem qualquer intuito comercial da minha parte (sou leitor comprador de livros), felicito a editora e os directores da colecção por tão oportunos e importantes textos agora publicados. Sem desfazer a qualidade dos nacionais, os dois textos traduzidos são fundamentais para as áreas de indústrias culturais e públicos da comunicação e da cultura.