sábado, 15 de maio de 2004

DECLARAÇÃO DE BOLONHA

Os jornais diários trazem hoje informação sobre a Declaração de Bolonha (DB) e o que vai mudar no ensino superior. Os títulos de dois jornais de Lisboa - os que eu li - são distintos. Enquanto o Público enfatiza a duração mais curta das licenciaturas, a partir de 2005, o Diário de Notícias dá relevo aos créditos na universidade a partir da experiência da vida.

O Público refere, no primeiro parágrafo, a nomeação de coordenadores que irão propor, até final do ano, a nova duração das licenciaturas. Dos nomes mais conhecidos para as áreas das ciências sociais e humanas, destaque para Manuel Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica Portuguesa. E se o Público considera que os coordenadores apontarão uma duração, nas licenciaturas, de três a quatro anos, o Diário de Notícias descreve duas hipóteses - envolvendo licenciatura e mestrado. Muitos dos países que assinaram a DB optaram por um esquema de 3+2 (licenciatura + mestrado), mas Portugal poderá decidir por um sistema flexível que envolva o 3+2, mas também o 4+1. Isto é, até ao final do ano não se saberá muito bem como ficarão as coisas. E Portugal terá de prestar atenção ao que se passa em Espanha, que ainda não definiu a duração dos seus cursos. No país vizinho, salta-se da licenciatura para o doutoramento sem passagem pelo mestrado, atractivo, hoje, em Portugal, para quem pretenda não perder tempo com o grau de mestrado.

Um objectivo comum às duas notícias - com origem na apresentação, ontem, do plano de implementação da DB pela ministra Graça Carvalho - é o encurtamento das licenciaturas, de modo a colocar mais cedo os jovens no mercado de trabalho, com competências para a empregabilidade. Outro elemento comum nas notícias é o estabelecimento das unidades de crédito (ECTS), com equivalências entre um mesmo curso em três dezenas de países que aderiram à DB, gerando maiores facilidades na mobilidade de estudantes (e também professores) nos países europeus. O sistema inserido na DB abrange 12 milhões de estudantes. Outra informação prestada pela ministra, e que o Diário de Notícias pormenoriza mais, é "o reconhecimento e certificação de competências informais e experiências profissionais adquiridas ao longo da vida e fora do percurso normal de ensino", validado pela atribuição de créditos.

Estaremos aqui atentos ao desenrolar do sistema baseado na DB.

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