sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

GUERRA DE ESTRELAS NAS TELEVISÕES

A TVI está a preparar uma acção em que vai pedir ao actor Rogério Samora uma indemnização de 500 mil euros, segundo indica o Correio da Manhã de hoje, por incumprimento de contrato. Samora, com contrato de exclusividade com a TVI, assinou nestes dias pela SIC.

Outra antiga estrela da TVI, Júlia Pinheiro, irá ganhar cerca de um milhão de euros brutos por ano na SIC, apurou o mesmo jornal.

ANTROPOLOGIA DA NOTÍCIA E DO JORNALISMO

O método preferido da antropologia é a etnografia, apta para uma interpretação cultural. Os antropólogos produziram boas etnografias dos jornalistas, baseadas nas rotinas diárias do fazer as notícias [newsmaking]: americanos, como Tuchman (1978), Gans (1979), Fishman (1980); ingleses, como Schlesinger (1991) e Born (2005). Eles examinaram a noção de notícia em contextos culturais distintos e examinaram as estratégias pelas quais as notícias se definem, criam e disseminam.

Como escreveu Zelizer (2004: 176): o inquérito cultural assume que os jornalistas empregam o conhecimento colectivo, mesmo táctico, para se tornarem membros do grupo e manterem-se membros ao longo do tempo. É a ideia de comunidade interpretativa. Bird nomeia o novo campo de antropologia da notícia e do jornalismo e parte do princípio que vivemos num mundo mediado, em que muito do que as culturas “sabem” resulta do conhecimento produzido pelos media.

No livro organizado por Bird, há textos importantes como os de Karin Wahl-Jorgensen (News production, ethnography, and power), Zeinep Devrim Gürsel (U.S. Newsworld: the rule of text and everyday practices of editing the world), Dorle Dracklé (Gossip and resistance: local news media in transition: a case study from the Alentejo, Portugal), Dominic Boyer (Making (sense of) news in the era of digital information).

Leitura: S. Elizabeth Bird (2010). The anthropology of news. Global perspectives. Bloomington, IN: Indiana University Press

OBRIGADO A JOSÉ NUNO MARTINS E EQUIPA

Acabou hoje o programa 27 mil dias de rádio, de recordação dos 75 anos de rádio do Estado, dirigido por José Nuno Martins. Hoje, foram recordados alguns nomes chave da rádio: Artur Agostinho, Maria Leonor, D. João da Câmara, Rafael Correia. Relevo o último, cujo programa Lugar ao Sul foi eliminado ainda há pouco tempo da grelha de programas sem uma cabal razão. Obrigado, José Nuno Martins e equipa, pelas 175 emissões. Eu aprendi muito com essses programas.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

TULPAN

Tulpan é um filme dirigido por Sergey Dvortsevoy (2008), que conta a história de pastores do Cazaquistão. Asa (interpretado por Askhat Kuchinchirekov) é um antigo marinheiro da armada russa que regressa à estepe do Cazaquistão, onde passa a viver na casa da sua irmã Samal (Samal Yeslyamova) e o seu marido Ondas (Ondasyn Besikbasov) e os três filhos Beke, Maha e Nuka. O seu sonho é estabelecer-se como pastor do seu rebanho e casar com a única rapariga da planície Tulpan, que esta recusa (aliás, nunca se chega a vê-la). No grupo mais próximo de Asa, há ainda Boni (Tulepbergen Baisakalov), condutor de tractores, com o seu gosto pela cultura ocidental, nomeadamente americana.

A rádio era o único meio que chegava à tenda de Ondas e família. O filho mais velho fazia, ao final do dia, o relato dos acontecimentos do mundo: o progresso do Cazaquistão no futuro como um dos principais países produtores de petróleo, um terramoto no Japão, a estreia de uma peça de teatro em Moscovo. O filme mostra o desencanto (Ondas, Samal e os filhos abandonam a dura vida) mas também o renascimento (Asa cumpre o desejo de ser pastor, ao ver confiado o rebalho do patrão). O filme mostra uma paisagem desolada e pobre, as tempestades de areia, a vida dos animais (como o nascimento de um cordeiro), quase em estilo de documentário (etnografia) e não filme de ficção.

O filme ganhou diversos prémios como o Prix Un Certain Regard do festival de Cannes, melhor primeiro filme no festival de Londres, melhor filme no festival de Zurique e melhor realizador no Festival Internacional de Cinema de Tóquio (2008) [na foto, da esquerda para a direita, Askhat Kuchinchirekov(Асхат Kuchinchirekov), Samal Yeslyamova ou Samal Esljamova (Самал Еслямова) e Sergey Dvortsevoy (Сергей Дворцевой)].

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ISABELLE CARO

Em 1 de Outubro de 2007, escrevi aqui sobre Isabelle Caro, antiga modelo que sofria de anorexia e participou numa campanha da Benetton. Morreu a 17 de Novembro último, foi noticiado agora, pesando apenas 31 quilos.

TRANSFORMATIVE WORKS AND FAN ACTIVISM

Special issue: Transformative Works and Fan Activism (March 2012). Edited by Henry Jenkins and Sangita Shresthova, University of Southern California.

"How might research on fandom and participatory culture inform our understanding of citizenship and activism? Cultural theorists have long speculated about how our fantasy lives and cultural engagements might inspire broader forms of public participation. In his book Understanding Popular Culture, for example, John Fiske describes one potential route which might lead a young woman from fannish interest in Madonna towards the resources, skills, and identities she needs to contribute to social change. Fan studies have long located localized resistances within the cultural productions and practices associated with fandom, looking at how fan fiction, say, might lead to new understandings of gender, sexuality, and race. Yet there has been less work that examines how these imaginative practices, at times facilitated by digital media, might lead to an enhanced sense of agency or a new vision of social change, or how the skills developed through fandom might be mobilized for getting people out to vote, protesting public policies, or encouraging contributions and volunteerism around emergency situations. [...] Contributions for blind peer review (Theory and Praxis essays) are due by April 1, 2011. Contributions that undergo editorial review (Symposium, Interview, Review) are due by May 1, 2011". Read more.

CONCURSO DE IDEIAS

O FAZ – Ideias de Origem Portuguesa é um concurso que pretende mobilizar os portugueses que vivem pelo mundo e que, segundo as estatísticas, são cerca de cinco milhões. Com o mote Lá se pensam, cá se fazem, o FAZ – Ideias de Origem Portuguesa desafia esses cinco milhões a conceberem um projecto na área do empreendedorismo e da inovação social, a concretizar em território português. As candidaturas para a primeira fase do concurso decorrerão entre 4 de Janeiro e 31 de Março de 2010. No final, o projecto seleccionado será apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Mais informações e regulamento disponível em http://www.ideiasdeorigemportuguesa.org/.

A CINEMATECA EM JANEIRO

"Não foi só por provocação, nem por vontade de lançar a confusão, que neste mês em que (nos) resolvemos perguntar “o que é programar uma cinemateca hoje?” acabámos por chegar a um programa que voluntariamente elide todas ou quase todas as regras que costumam orientar a estrutura da programação desta Cinemateca e, por certo, da maioria das outras cinematecas do mundo inteiro. Em vez dos habituais Ciclos e rubricas organizados em torno de um eixo definido – autoral, temático, geográfico, etc. – apenas um grande Ciclo que se funde com a pergunta do título, um Ciclo “em interrogação” que põe em destaque – em causa? – o próprio acto de programar, e de programar uma cinemateca. Muitas perguntas se albergam neste Ciclo, e também, embora isso não seja necessariamente o mais importante – como se diz noutro ponto deste programa, o Ciclo “é uma forma de perguntar” – algumas respostas e algumas afirmações. Ao suspender os critérios habituais, a equipa de programação da Cinemateca – que tem nomes, para além do do seu responsável, Luís Miguel Oliveira: chamam-se Antonio Rodrigues, Joana Ascensão, João Pedro Bénard, Maria João Madeira e Rita Azevedo Gomes – ficou face a face com o desafio de enfrentar um “puro” exercício de programação. Nenhuma regra pré-estabelecida, a não ser as definidas pelas escolhas de cada elemento, de modo a chegar a um programa que, exprimindo várias visões do que pode ser uma programação de cinemateca, as articula de modo a chegar ao desenho de uma só grande ideia de programação de cinemateca" (newsletter da Cinemateca a anunciar a programação de Janeiro de 2011).

Nesse mês, podem ver-se entre outros, filmes como Irmãos Lumière - montagem Cannes, de Louis e Auguste Lumière e Henri Langlois, Metropolis, de Fritz Lang, O Testamento do Dr. Mabuse, de Fritz Lang, O Nascimento de uma Nação, de David W. Griffith, Bom Dia Tristeza, de Otto Preminger, O Desprezo, de Jean-Luc Godard, e A Paixão de Joana d’Arc, de Carl Th. Dreyer. Quase que vale a pena acampar à porta da Cinemateca!

UM BLOGUE SOBRE DESIGN

Design em Lisboa é um blogue de arquitectos, designers e decoradores com o objectivo de descomplicar, pertencendo à comunidade Cowork na Lx. Factory, em Alcântara, Lisboa. Os textos pertencem à jornalista Helena Paulino. Blogue a acompanhar.


INDÚSTRIAS CULTURAIS EM BRAGA

Em 22 de Dezembro, o Theatro Circo (Braga) e a Agência Galega das Indústrias Culturais (AGADIC) assinaram um protocolo para a promoção e intercâmbio de espectáculos a baixo custo entre Braga e a Galiza (fonte: Antena Minho).

INDÚSTRIAS CULTURAIS NA ARGENTINA

"Será realizado, pela primeira vez, de 26 a 29 de Maio de 2011 em Buenos Aires, o primeiro Mercado de Indústrias Culturais Argentinas – MICA, organizado pela Secretaria de Cultura, pelo Ministério da Indústria e pelo Ministério das Relações Internacionais e Comércio Exterior da Argentina" (fonte: Cultura e Mercado).

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

QUEBRA DE VENDAS DOS JORNAIS

Venda de jornais nos dez primeiros meses do ano quando comparada com igual período de 2009:

Correio da Manhã: 126.719 jornais por dia (mais 6,9%),
Jornal de Notícias: 84.815 ( menos 7,2%),
Público: 33.923 (menos 10,7%),
Diário de Notícias: 30.040 (menos 12,7%),
i: cerca de 10 mil (menos 17,5%).

Fonte: Público

VENDA DO CANAL ESPANHOL CUATRO A BERLUSCONI

"A Prisa formalizou hoje o fim da sua era na emissão de TV em sinal aberto em Espanha, com o fim do canal de notícias CNN+, fruto de um acordo de 11 anos com a norte-americana CNN. A decisão surge após a venda da Cuatro à operadora espanhola Telecinco, propriedade da Mediaset, grupo participado pela italiana Fininvest de Berlusconi. A venda da Cuatro, anunciada em Abril, presumia uma participação de 18,3 por cento da Prisa no capital da Telecinco e a possibilidade manter a presença nos canais de TDT, nomeadamente com esta CNN+. Mas agora a Prisa, que também detém em Portugal a TVI e a Media Capital Rádios, anunciou o fim do canal pela sua inviabilidade. A decisão foi comunicada ontem à Comissão Nacional de Valores Mobiliários espanhola. [...] De acordo com o diário El País, a intenção da Prisa é virar-se para um novo canal de notícias em novas plataformas, que sirva o mercado da língua espanhola e o mercado ibérico, com olhos postos em Portugal" (Público).

LIVROS SOBRE INDÚSTRIAS CULTURAIS (E DOS MEDIA)

Alisa Perren, co-editora do livro Media industries. History, theory, and method, com Jennifer Holt (2009), de que já falei aqui, tem um blogue: Media Industries. Para o seminário que vai leccionar (Media Industries), ela aconselha a leitura de um conjunto vasto de livros, de que destaco, sem ordem de primazia (post editado hoje):

- Robert Babe, Cultural Studies and Political Economy: Toward a New Integration (2008)
- Doris Baltruschat, Global Media Ecologies: Networked Production in Film and Television (2010)
- Robert Alan Brookey, Hollywood Gamers: Digital Convergence in the Film and Video Game Industries (2010)
- Jean Burgess and Joshua Green, YouTube: Online Video and Participatory Culture (2009)
- Mark Deuze, editor, Managing Media Work (2010)

QUESTÃO DE CONSUMIDORA

Em mensagem publicada ontem no blogue Jonasnuts, Maria João Nogueira queixa-se de receber uma nota de citação pessoal para apagar posts colocados no seu blogue sobre uma compra na empresa Ensitel. A questão está já colocada em tribunal. Os media clássicos estão hoje a fazer eco da pressão da Ensitel, a qual considera que o resultado é contraproducente para a sua imagem.

A história é simples: Maria João Nogueira recebeu de presente um telemóvel, o qual apresentou um defeito. Não foi satisfeita a sua exigência de troca, arrastando-se o incidente por longos meses. Ela aproveitou o blogue para mostrar o seu desagrado. Com o tempo, está a haver um crescimento em forma de bola de neve. Mesmo que a empresa consiga o seu desiderato - eliminar os posts do Jonasnuts - a má imagem sobre ela não vai desaparecer. A internet deixa sempre rastos: Maria João Nogueira conhece bem os mecanismos da internet (porque trabalha e tem responsabilidades numa empresa do sector). A meu ver, a Ensitel precisa de criar um gabinete de crise e alterar estratégias na sua comunicação corporativa.

Maria João Nogueira foi uma das principais animadoras do encontro de blogues que organizei em 14 de Novembro de 2008, aparecendo no começo do pequeno vídeo que acompanhava essa mensagem (e que agora reproduzo).



Actualização (1.1.2011, às 11:22): ontem, último dia de 2010, a empresa resolveu seguir o mais sensato. Em comunicado, a Ensitel escreveu: "Nos últimos dias temos ouvido as vossas opiniões. Nunca foi nossa intenção limitar a liberdade de expressão da Maria João Nogueira, mas apenas assegurar a defesa da nossa marca. Mas vemos agora que a nossa atitude não foi a mais adequada e por isso vamos retirar de imediato a acção judicial. Pretendemos também, no futuro, estar mais atentos ao que os nossos clientes dizem online, de modo a podermos assegurar que a vossa experiência com a Ensitel é o mais positiva possível. Nesse sentido estamos a preparar novas maneiras de poderem comunicar connosco, sempre que tenham um problema numa das nossas lojas ou com um dos nossos produtos". Fica registado.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O MÁGICO - UMA ESPÉCIE DE RETORNO A TATI

O Mágico é um filme de animação dirigido por Sylvain Chomet, a partir de argumento de Jacques Tati, realizador francês falecido em 1982, e Henri Marquet. Narra a história de um ilusionista que vê a sua actividade em perigo (pouca assistência aos seus espectáculos, predomínio de outras formas de entretenimento, como o pop e o rock).

Deixa Paris, vai para Londres e anda de cidade em cidade à procura de trabalho, até chegar à Escócia. Aí, num local onde actua, uma rapariguinha (Alice) fica fascinada pela sua magia e não o deixa mais. Estabelece-se uma relação de pai com filha (aliás, Tati destinara o papel a sua filha Sophie Tatischeff), mais tarde abandonada quando a jovem se apaixona. O mágico devolve o coelho (que sai da cartola) à natureza e volta à grande cidade. Entretanto, cruza-se com outros artistas do espectáculo (ventríloquos, circenses), profissões igualmente em decadência, no pequeno hotel onde se instalara.

A animação tem uma grande qualidade de imagem. Muitas vezes, parece que estamos a ver aguarelas, cuja nitidez se esbate ou clarifica à vez. O mágico lembra-nos muito as cenas cómicas dos filmes de Tati, sempre carregadas de humanismo sobre a complexidade das situações modernas e onde o riso se torna reflexivo. A personagem tem um andar trapalhão e veste quase sempre uma gabardina, a lembrar o realizador. Sobre o filme, li que se trata de uma carta de amor mas também de drama familiar e perda de inocência.

O mágico do filme tem a voz de Jean-Caluda Donda e Alice a de Eilidh Rankin. Sylvain Chomet foi realizador de Belleville Rendez-vous. Ele possui com a mulher, Sally, um estúdio em Edinburgo, cidade onde parte central da história decorre.

PAISAGEM

SAPATOS E MALAS

"O Sexo e a Cidade deu grandes lições às mulheres. Aprenderam que os Manolos são os melhores sapatos do mundo, que comprar uma Louis Vuitton é como comprar ouro, um investimento, que mostrar as alças do soutien é cool. Aprendemos coisas de Cidade, portanto" (Ana Gomes Ferreira, Público de hoje).

DOIS ANOS DE UM BLOGUE QUE CONTA UMA VIDA

O endereço é A minha vida dava um blog, mas o título que aparece no frontispício é Jojozinha, o blog. Joana, como aparece numa das mensagens, começou a escrever o seu blogue em 1 de Janeiro de 2009, estando quase a comemorar dois anos de existência, pelo que envio felicitações.

Os blogues são o espelho das pessoas que neles escrevem. Do blogue, sabemos o nome dos familiares, as alegrias e os problemas do quotidiano, a cidade onde Joana nasceu, algumas (poucas) fotografias da autora. Mas também partilha com os seus muitos leitores os concertos, os perfumes, as malas e os sapatos, as lojas de preferência e as amigas mais próximas. Do blogue, retirei vários textos curiosos: sobre as suas preferências alimentares e a euforia por acabar a licenciatura e, depois, começar o estágio em jornalismo num canal de televisão. Os blogues são espaço público em que vidas privadas se narram. Antropólogos, sociólogos e historiadores têm aí um terreno excepcional de investigação. No caso presente, os gostos, os consumos e a cultura de uma jovem adulta urbana e universitária.

Não vou para o Starbucks empanturrar-me de frappuccinos de caramelo, nem estudar que é Sexta-feira e por amor de Deus à Sexta-feira não se estuda! E à Sexta-feira também não se vai à aula de inglês ler artigos dos anos 40 ainda por cima em inglês!!!

Sabem o que eu queria mesmo, mesmo? Estar neste momento na esplanada de um restaurante que existe na Sé, em Faro, a comer sardinhas assadas e a aproveitar esta noite quente que está hoje!

Enquanto comia um delicioso queijinho fresco à frente da televisão, lá apanhei no telejornal a festa vitoriosa do Olhanense que conseguiu subir para a primeira divisão. Deixou-me feliz.

Reza a tradição que, num dia de baile, o que mais importa é a preparação que o antecipa. Por isso, hoje vou trocar os meus óculos de sol e toalha de praia por umas horinhas no cabeleireiro, manicure e esteticista. [...] trocamos o ambiente académico boémio por uma noite numa quinta em Cascais em regime de Moscatel, aveludado de legumes com croutons de pão e azeite, nacos de lombo com dados de bacon, Amêndoa Amarga e Carolans.

Vou passar o próximo fim-de-semana à terrinha e faço contas de ir à feira de Santa Iría, que lá se irá alojar de dia 16 a 25 deste mês, comer uma grande sandes de presunto e queijo da serra (Óptima!).

[...] deixo-vos completa a minha lista de prendas para o meu aniversário. Simples que só ela e com legenda, que passo a escrever: 1. Relógio Tribella da Nixon (tem que ser naquela cor), 2. Creme da Rituals, "Honey Touch", 3. Perfume da Diesel, "Duel for Life", 4. Mala da Billabong (sim, essa mesma), 5. "O Símbolo Perdido", Dan Brown, 6. Bilhete para o concerto do Mika em Fevereiro (não, não é preciso o cd), 7. Relógio da Swatch (preto), 8. "Fúria Divina", José Rodrigues dos Santos.

Ambrósio... apetece-me sol, areia molhada, trinta graus, uvas, cornetos de morango, mini-saias, sardinhas assadas, mergulhos, havaianas, óculos de sol, esplanadas, martinis, gelo, férias, cerejas e melancia. Partilhamos?

Apetece desligar. Esquecer tudo. Trocar o Iphone pelo melhor romance de Umberto Eco e saboreá-lo no sofá da sala. Pegar nos ténis e óculos de sol e correr até à praia mais próxima.

Estou em pulgas para reunir todas as minhas fitas. [...] Sábado é a benção. Sábado é a benção. Sábado é a benção! Quero lá saber se o Papa está cá ou se o Benfica é campeão: mais um mês e sou... LICENCIADA!

Estava eu ontem no restaurante a olhar de meio em meio segundo para o telemóvel à espera que me dissessem alguma coisa e foi então que me ligam dos recursos humanos a dizer que reúno todas as condições para começar o estágio de 6 meses no dia 30 de Agosto.

Estágio. Então muito bem... hoje é o meu último dia na Agenda, o que siginifica que para a próxima semana começo a fazer JORNALISMO a sério! Acabei de ir falar com a [...] e ela concordou em deixar-me fazer parte da sua equipa.

Aproveito a minha merecida folga para referir que a minha primeira peça passou no sábado, no [...] (foi a do 25º aniversário do Super Mario), e dizer que podem deixar comigo sugestões de reportagem: injustiças, curiosidades, interesses, enfim...

domingo, 26 de dezembro de 2010

OITO ANOS DE ESCRITA DE BLOGUES

"Uma boa tarde para todos. A altura em que se começa este weblog faz-me lembrar outra experiência, a do Diário dos Media (há dois anos). Espero que haja sucesso também neste projecto" (primeira mensagem que publiquei num blogue inicial do CIMJ - Centro de Investigação Media & Jornalismo, a 26 de Dezembro de 2002, faz hoje oito anos).

A mensagem seguinte publicá-la-ia no dia 30 de Dezembro de 2002: "Saíu o nº 6 da revista do Obercom, a Observatório, com o título de capa «Televisão, qualidade e serviço público». Traz um conjunto de textos onde o serviço público e a qualidade do mesmo são questionados, de autoria de Francisco Rui Cádima, Charo Gutierrez Gea (laboratório de prospectiva en investigação em comunicação, Barcelona), Milly Buonano (professora associada de uma universidade de Roma) e Unesco. De outros textos destaco o liderado por Isabel Ferin (mais Catarina Burnay e Leonor Gameiro), sobre a ficção em português nas televisões generalistas, e Ana Paula Meneses, sobre telenovelas".

Seguir-se-iam outras mensagens. Posso lê-las mas não aceder ao blogue, pois desde Maio último que a Blogger não tem suporte para publicação por FTP. Já antes o blogue inicial do CIMJ, animado por José Carlos Abrantes e eu, estava inoperacional, o que causa alguma mágoa. Os anos vão passando, mas o dia a seguir ao Natal é sempre comemorado por mim como o começo da aventura dos blogues. Depois, em Março de 2003, começava a escrever aqui no Indústrias.

[imagem tirada na Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa]

sábado, 25 de dezembro de 2010

COMIDAS DE NATAL


A pausa deu para conversar muito, petiscar (não ficaram bem as fotografias dos deliciosos legumes) e ver filmes (televisão e DVD). As prendas foram simples e utilitárias, a condizerem com o clima de austeridade. Na rua, a temperatura rondou os 6º, acompanhada de vento e chuva (ao meio-dia, a igreja estava gélida). Na estrada, notei bastante prudência na condução. Nos auscultadores, continuo a ouvir a trovadora Madeleine Peyroux ("Homeless Hapiness/My castle's the stars and the sea/Homeless Hapiness/If this door is freedom then I've found the key"). Os trabalhos de escrita e leitura voltam de imediato.

VIDEO INTERACTION

A full day workshop at CHI2011 in Vancouver, BC, May 7, 2011. Video has slowly been gaining popularity as a social media. We are now witnessing a step where capture and live broadcasts is released from the constraints of the desktop computer, which further accentuate issues such as video literacy, collaboration, hybridity, utility and privacy, that needs to be addressed in order to make video useful for large user groups. Read more.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

BOAS FESTAS


Chiado, Lisboa, ontem à tarde (cor e brilho alterados).

REVISTA BRASILEIRA SOBRE RÁDIO

Rádio Leituras é uma revista online de responsabilidade do Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo (ConJor), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), agora no seu primeiro número. A editora Debora Cristina Lopez divulga os textos da publicação: "Luiz Artur Ferraretto apresenta um panorama dos estudos de rádio no país, a partir de uma amostragem que contempla os anos 2001 a 2010. Trata-se de uma abordagem mais ampla dos estudos, construída à luz do contexto da convergência. Complementando este quadro, Nilda Jacks, Anna Paula Knewitz e Laís Pereira Ribeiro lançam um olhar mais específico sobre as investigações em rádio, agora sob a perspectiva da recepção”. A revista traz um texto do investigador português Luís Bonixe, Legalização, concentração e multimédia: os desafios das rádios locais portuguesas.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ZUT ZOÉ

Novo vídeo de Zut Zoé, a partir do con­certo de Paris La Sor­bonne em 4 de Junho de 2010. Zut Zoé: cantora, Laurent Roussel: guitarras, coros, Franck Dehaut: guitarras, teclas, coros, Pascal Fouquereau: baixo, teclas, Eric Fitoussi: bateria.

LISBOA

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MISTÉRIOS DE LISBOA

Making of Mistérios de Lisboa, de Raúl Ruiz (longa-metragem e série de televisão). Ler mais.

ENCONTRO DE IMAGEM EM MOVIMENTO

I Encontro Anual da AIM (Associação de Investigadores da Imagem em Movimento) na Universidade do Algarve, Faro, a 5, 6 e 7 de Maio de 2011. Organização conjunta da AIM e do CIAC - Centro de Investigação em Artes e Comunicação (Secção da Universidade do Algarve). Informações sobre condições de participação, formas de contribuição e submissão de propostas em http://aim.org.pt/encontro/.

ENCONTRO DE INVESTIGADORES DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

Braga, 7 de Janeiro de 2011, a partir das 11:00. Encontro aberto especialmente a jovens investigadores das Ciências da Comunicação portugueses ou em instituições portuguesas: estudantes de mestrado (2º ciclo), estudantes de doutoramento, estudantes de pós-doutoramento, bolseiros de projecto de investigação, membros da equipa de projecto de investigação. E-mail de contacto: fabiofonsecaribeiro@gmail.com. Mais informações: http://sopcomji.wordpress.com/.

AID

Fernando Alves Monteiro, 65 anos, licenciado em teologia e administrador do Diário do Minho há cerca de dez anos, foi eleito presidente da Associação da Imprensa Diária (AID). A AID engloba todos os jornais diários regionais e procura representar, defender e promover os interesses empresariais dos seus associados, além de salvaguardar a liberdade de expressão e de pensamento (a partir de notícia do Público).

Os primeiro e segundo vice-presidentes são Adriano Callé Lucas (Diário de Aveiro) e José Miguel Piçarra (Diário do Sul). Este último presidiu já aos destinos da AID. Igualmente, Alves Monteiro fora já vice-presidente da associação.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

HISTÓRIA DO PROGRAMA CONTRA-INFORMAÇÃO

No número mais recente da "Pública", revista de domingo do jornal Público, escrevia Rui Cardoso Martins sobre a história do programa Contra-Informação, encerrado há pouco tempo, como escrevi aqui. Rui Cardoso Martins, autor dos textos do programa a par de José de Pina e Filipe Homem Fonseca, este na última década, recorda o começo de 1996, quando chegaram os bonecos de Arnold Schwarzenegger e Luciano Pavarotti, oriundos da fábrica de Roger Law, criador do Spitting Image, o programa de marionetas políticas da BBC, e que tinham passado pelas mãos do caricaturista e escultor Pablo Bach. Os bonecos portugueses tinham fracassado na SIC, mas a direcção da RTP, então composta por Joaquim Furtado e Joaquim Vieira, conversaram com Mafalda Mendes de Almeida, da produtora Mandala, e com Nuno Artur Silva, futuro director das então ainda inexistentes Produções Fictícias, para fazer o programa. De permeio, os dirigentes da RTP haviam falado com o saudoso Fernando Balsinha, que conhecera em Bruxelas Les Guignols de l'Info, a versão francesa do programa.

Os bonecos de látex tinham um nome inventado mas reflectindo ao máximo as características físicas e psicológicas do modelo de carne e osso. Assim, nasceriam o professor Martelo, Tonecas Guterres, Marques Pentes, Santana Flopes, Acabado da Silva (agora Regressado da Silva), Manuel Triste, Mário Só Ares, José Trocas-te, Cassete Cunhal, António Champôlimão, Manuela Azeda o Leite, major Valentão, Bimbo da Costa (F.C.Porto), com o seu cão Bóbi e o seu gato Tareco, João Vale Tudo (Benfica), Fífias da Cunha (Sporting). Regra número um dos escritores do programa: independência do poder político, económico e futebolístico.

Pouco a pouco, continua Rui Cardoso Martins, deixou de haver um dia e uma hora precisos para passar o programa, sem promoção, mudando a meio da semana a hora de realização e de montagem. Quando não houve autorização para fazer o boneco de Pedro Passos Coelho, foi lembrado transformar o boneco de José Trocas-te pelo de Pedro Troca os Passos, mas os autores do programa desconfiavam já que o Contra estava a chegar ao fim. O que veio a acontecer, afinal.

INDEPENDENT TELEVISION

"Where is independent television production headed? What challenges are new platforms creating? Can producers benefit in the new marketplace or will broadcasters receive all the benefits? Are independent production quotas still relevant? How can small producers bargain effectively with large broadcasters? How are formats changing the nature of the industry? These crucial questions will be addressed in a compelling symposium on television production to be held at the Stockholm Waterhouse Congress Centre" (18 February 2011). Read more.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PIRATARIA DE FILMES

"A Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal (ACAPOR) vai apresentar uma queixa-crime contra mil portugueses por pirataria de filmes através da Internet" (Público).

MISTÉRIOS DE LISBOA VENCE PRÉMIO LOUIS DELLUC

Mistérios de Lisboa, filme de Raúl Ruiz, conquistou o prémio que destaca o Melhor Filme do Ano em França. O júri, presidido por Gilles Jacob, director do Festival de Cannes, decidiu entregar a este filme uma distinção que já premiou obras de cineastas marcantes como Jean-Luc Godard, François Truffaut, Jacques Tati ou Éric Rohmer. O prémio internacional coroa um percurso de sucesso para esta adaptação de Camilo Castelo Branco, depois de vencer a Concha de Prata para Melhor Realizador, no Festival de San Sebastián, e o Prémio da Crítica, na Mostra Internacional de Cinema de S. Paulo.

VÍDEOS NA RFM

"Arrancam hoje as emissões da RFM Vi. A Web TV, a primeira no grupo R/com, apresenta vídeos da emissão da estação musical, de acções com as marcas, apresentando ainda notícias, dando ainda a possibilidade de ouvir em streaming as web rádios da RFM Clubbing, Oceano Pacífico e Anos 80" (Meios & Publicidade).

domingo, 19 de dezembro de 2010

CURTAS-METRAGENS NA INTERNET

Pergunta Killian Fox (Observer) se estamos a meio de uma revolução de curtas-metragens. Segundo ele, até há pouco tempo ver uma curta-metragem implicava ir a um festival, apanhar uma compilação em DVD, ter a sorte de ver um programa de televisão. Agora tudo o que há para fazer é aceder à internet. A última década viu uma explosão do vídeo online, caso do YouTube e de sítios de partilha de alta cultura como o Vimeo, que alteraram o modo de ver e de relacionar do cinema e do vídeo com os seus públicos.

Muitos cineastas ainda recusar colocar os seus trabalhos na internet, mas as vantagens são difíceis de ignorar, mesmo que isso signifique perder receitas em publicidade. O volume de curtas-metragens que estão disponíveis gratuitamente online é elevado e, apesar de um lote delas variar entre o mau e o feio, restam muitas mais. Bons exemplos: I'm here, de Spike Jonze, e Peter & Ben, de Pinny Grylls. Ver mais em Futureshorts.

REALITY SHOWS INGLESES

O jornal Independent escreve hoje sobre a nova geração de reality shows da televisão inglesa (texto de Kate Youde). Se Kara Tointon, 28 anos, que entrou em East Ender e desde início foi considerada favorita no Strictly Come Dancing, seria a vencedora no programa de ontem, o show Lord Sugar chega hoje igualmente ao final de mais um ano de edição.

A BBC lançará The Magicians no dia de ano novo, apresentado por Lenny Henry e com quatro magos - Chris Korn, Luís de Matos e o duo de vaudeville Barry e Stuart. O Dancing on Ice da ITV inicia a sua sexta série em 9 de Janeiro, no qual os telespectadores escolhem 12 de 16 celebridades. Nestas, incluem-se o rapper Vanilla Ice, o actor que entrou em Neighbours Craig McLachlan, o jogador de cricket Dominic Cork, a actriz Nadia Sawalha, uma antiga vencedora de I'm a Celebrity Kerry Katona. A Farmer's Life for Me, na BBC 2, trará nove casais que procuram ganhar uma quinta, enquanto Junior Doctor, na BBC3, vai permitir que se acompanhe a vida de uma equipa médica recém-licenciada. Britain's Got Talent, da ITV, previsto para iniciar na Primavera, terá os actores Michael McIntyre, David Hasselhoff e Amanda Holden como juízes de Britain's Got Talent, que começa na Primavera.

sábado, 18 de dezembro de 2010

SOBRE A FELICIDADE

Blogue Próximo Futuro (24.11.2010):

"O quarto workshop de investigação Próximo Futuro, realizado no início do mês de Novembro, foi feito em colaboração com o Programa Gulbenkian Ambiente, dirigido pelo Professor Viriato Soromenho-Marques, e foi dedicado à Felicidade. O tema, como é visível pelos abstracts aqui publicados, foi analisado a partir de múltiplas abordagens, quer disciplinares, quer culturais, no que pode ser o histórico ou a experiência
de grupos. O tema é canónico e tem uma longa história de abordagem – de Aristóteles a uma das últimas edições da revista Newsweek. As abordagens, explicações e propostas para atingir este estádio são muitas, diversas e até antagónicas. Subjaz a esta diversidade de propostas as expectativas de cada um dos seus subscritores, que, por sua vez, terão presente nas suas abordagens opções religiosas, políticas e necessariamente o tempo histórico em que as enunciaram. O que se mantém permanente entre a reflexão de Aristóteles e, por exemplo, Gilles Lipovetsky? Porventura a ideia de que haverá sempre a possibilidade de mudar para uma estádio da vida onde o sofrimento esteja excluído e o bem-estar mais presente" (António Pinto Ribeiro). Ler mais.

TECNOBREGA: CICLO PRODUTIVO DE MÚSICA

"Concebido na periferia de Belém, o tecnobrega nasceu distante das grandes gravadoras e dos meios de comunicação de massa, como jornais, emissoras de rádio e televisão. Mais do que a distância territorial, é a distância cultural que se mostra determinante para a marginalização desse estilo musical pela grande indústria. Mais do que um estilo musical, o tecnobrega é um mercado que criou novas formas de produção e distribuição. A apropriação das novas tecnologias é chave nesse ciclo produtivo. Estúdios caseiros, por exemplo, só foram possíveis graças ao acesso a equipamentos e computadores. O barateamento dos custos de produção por meio de tecnologias e mídias, como CDs e DVDs, possibilitou a criação de uma rede de diversos agentes no cenário musical de Belém, gerando trabalho, renda e acesso à cultura no Pará. O mercado é movimentado por casas de festas, shows, vendas nas ruas e as aparelhagens – gigantescas estruturas sonoras que protagonizam as festas do tecnobrega. Simplificadamente, podemos dizer que o mercado do tecnobrega funciona de acordo com o seguinte ciclo: 1) os artistas gravam em estúdios – próprios ou de terceiros; 2) as melhores produções são levadas a reprodutores de larga escala e camelôs; 3) ambulantes vendem os CDs a preços compatíveis com a realidade local e os divulgam; 4) DJs tocam nas festas; 5) artistas são contratados para shows; 6) nos shows, CDs e DVDs são gravados e vendidos; 7) bandas, músicas e aparelhagens fazem sucesso e realimentam o ciclo".

Retirado de: Ronaldo Lemos e Oona Castro (2008). Tecnobrega. O Pará reinventando o negócio da música, Rio de Janeiro: Aeroplano,2008, p. 22 (texto completo aqui).

Vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=7bg7py5VbKA (com apresentação do tecnobrega pelos dois autores do livro), http://www.youtube.com/watch?v=xo2sv3jjJi8.

NÚMERO MAIS RECENTE DA REVISTA JORNALISMO E JORNALISTAS

Destaco três temas no número mais recente da revista Jornalismo e Jornalistas (44, de Outubro/Dezembro): a longa conversa com Adelino Gomes e Paquete de Oliveira sobre as suas experiências como provedores do ouvinte e do telespectador, mantida por Helena de Sousa Freitas, o texto de Álvaro Costa de Matos sobre a imprensa humorística da I República e o estudo sobre as celebridades na imprensa por Ana Jorge.

Fico com este último texto e aproveito algumas ideias dele. Há um ponto de partida, o da contradição e da tensão entre celebridade e notícia, que remete para os pólos do entretenimento e da esfera privada e da informação e da esfera pública. A celebridade conhece-se nos media devido ao seu valor-notícia de notoriedade e de fama. Mas a celebridade nos media existe desde há muito: os jornais do século XVII já tinham uma obsessão com os famosos. Mais à frente, e seguindo Martin Conboy, Ana Jorge indica que as notícias das celebridades respondem a uma tendência de personalização e de soft news (notícias de interesse humano), que privilegiam a intimidade da vida quotidiana dos famosos e vedetas. Ana Jorge acentua a dimensão comercial dos media nas décadas mais recentes, a convergência e a concentração como motivos para o crescimento das notícias de celebridades, dando exemplo das revistas cor-de-rosa (gossip no Reino Unido, del corazón em Espanha, presse people em França).

SOBRE O MOMENTO ACTUAL DA TELEVISÃO

A mensagem anterior, sobre contratações da TVI, leva-me a concluir existir hoje um mercado de transferências de vedetas e quadros muito especializados e dirigentes nos canais televisivos, no que parece constituir uma nova característica do audiovisual português. Claro que o mercado nacional é pequeno, mas já permitiu criar uma indústria de actores nacionais como nunca as indústrias culturais portuguesas o permitiram e que tem contribuído para o sucesso das novelas da TVI.

Num momento em que as audiências dos canais generalistas se aproximam, parecendo estar a chegar o dia em que a liderança de audiências pode ser disputada pelos três canais (dois comerciais e um público), é muito importante seguir as movimentações de saídas e entradas de vedetas e dirigentes (programadores, directores de ficção), primeiro na SIC, agora na TVI.

Falta ainda conhecer a empresa que ganhou o concurso para fazer audimetria na era da televisão digital, o que estará para muito breve. E a nomeação de um novo provedor do telespectador da RTP, assunto que parece esquecido, depois da recusa pelo Conselho de Opinião de uma especialista indicada para o cargo. Com a definição do operador de audimetria (e a nomeação do provedor), o mercado televisivo ficará distinto do actual - prova que a televisão é ainda a actividade principal no conjunto dos media.

CONTRATAÇÕES DA TVI

"A TVI vai contratar um dos subdirectores de programas da RTP, Bruno Santos, que está de saída da estação pública de televisão, onde tinha competências na área de grelhas, conteúdos e formatos. José Fragoso estará também a poderar uma mudança para a estação de Queluz. A notícia sobre Bruno Santos surge no mesmo momento em que veio a público que José Fragoso, director de programas da RTP1, também terá sido convidado para integrar a TVI como director de programas. Esta informação surgiu no blogue Lugares Comuns, numa entrada com o título “TVI contra-ataca”, assinada por Manuel Falcão, director da RTP2 entre 2003 e o início de 2006, que avançou igualmente a informação relativa a Bruno Santos. [...] O título de Manuel Falcão (“TVI contra-ataca”) é sugestivo do ambiente de guerra de audiências e da perda de terreno que a TVI tem sofrido para a RTP1 no último ano. A estação de Queluz mantém a liderança das audiências, mas longe da supremacia absoluta que tinha há alguns anos, tendo descido da fasquia dos 30 por cento de audiência média".

[texto retirado do jornal Público]

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MUSEOLOGIA

"João Neto, do Museu da Farmácia de Lisboa, foi reeleito hoje, por unanimidade, presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), disse hoje à agência Lusa fonte da organização. Da anterior direcção, acompanham João Neto neste segundo mandato de três anos, Pedro Inácio (Museu da Água), vice-presidente, e Aida Rechena (Museu Tavares Proença Jr.), secretária-geral. Da direcção passarão também a fazer parte Joana Monteiro (Câmara de Lisboa), Teresa Tomás (Museu da Polícia Judiciária) e o museólogo Alexandre Matos" (Público).

I FESTA DOS LIVROS DA CINEMATECA


17, 18 e 20 de Dezembro na Livraria 39 Degraus (Rua Barata Salgueiro 39, Lisboa), das 14:00 às 22:00.

FIGURAS DO ANO

Se o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, foi eleito a Pessoa do Ano pela revista Time (Público), a revista Forbes elegeu o cantor adolescente Justin Bieber como a celebridade mais influente na rede social Twitter em 2010 (Diário de Notícias). Do primeiro, sabe-se que vai doar metade da sua fortuna, avaliada em sete mil milhões de dólares, para projectos projectos filantrópicos e de solidariedade, além da publicidade (positiva ou negativa, não interessa) do filme que ainda está nas salas de cinema e que conta a sua história pessoal. Do segundo, sabe-se que é o segundo músico mais popular no Youtube, em Never Say Never, com mais de 121 milhões de visualizações. Outros dirão que a figura do ano é Julian Assange, do Wikileaks.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

BRINQUEDOS MAIS VENDIDOS

"Em vésperas de Natal, os peões Beyblade, os monstros Gormiti, os bonecos Littlest Petshop, junto com os artigos marca Toy Story e Hello Kitty, estão no Top 5 de vendas da maior loja de brinquedos em Portugal" (Diário de Notícias).

SMARTPHONES

"No terceiro trimestre deste ano foram vendidos em Portugal 251 mil smartphones, segundo o estudo IDC European Mobile Phone Tracker. O valor representa uma subida de 82% da venda deste tipo de terminais face a igual período do ano passado, tendo sido o segmento de telefones móveis que mais contribuiu para o crescimento do mercado, que globalmente aumentou 12%, para os 1,3 milhões de unidades, revela o estudo da IDC. Foram «os telefones com o sistema operativo Android os que mais cresceram no mercado face ao terceiro trimestre de 2009»” (Meios & Publicidade).

TESE DE MESTRADO TRANSMITIDA PELA INTERNET


A dissertação Fontes de notícias: ações e estratégias das fontes empresariais nas relações com jornalistas de economia e negócios, de Aldo Antonio Schmitz, será defendida amanhã, dia 17 de Dezembro, sexta-feira, às 9:00 de Brasília (11:00 de Lisboa), na sala de videoconferência do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, Brasil) e transmitida aqui. Além do orientador, Francisco José Karam, o júri inclui os professores Jorge Kanehide Ijui (este e o orientador pertencem à UFSC) e Wilson da Costa Bueno, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp). No trabalho, o mestrando fez 440 entrevistas com 71 executivos, 92 jornalistas de economia e negócios e 277 assessores de comunicação empresarial para verificar e demonstrar as acções e as estratégias, inclusive os equívocos, das fontes de notícias.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CARLOS PINTO COELHO

O jornalista Carlos Pinto Coelho faleceu hoje com 66 anos. Na sua carreira, ocupou vários cargos de direcção da RTP. O programa onde se notabilizou foi Acontece, um dos programas de índole cultural com maior duração na Europa.

RELATÓRIO DA ERC (2)

Relatório da ERC, Estudo das receitas dos media em Portugal, feito pela Deloitte (disponível aqui):

"Os negócios tradicionais dos media estão a enfrentar uma variedade de desafios originados principalmente pela migração para o digital e amplificados pela recente crise económica. Como consequência, o contexto competitivo do sector está a alterar-se, com profundos impactos no modelo de negócio e na receita das empresas de media. [...] Para a realização deste estudo, foram contactados onze grupos de media portugueses, referidos na nota metodológica, cujas receitas agregadas foram estimadas em, aproximadamente, mil milhões de euros nos anos de 2008 e 2009. [...] A informação de base foi recolhida através de inquéritos, da análise de dados disponíveis no sector e da realização de entrevistas a alguns dos principais players nacionais. [...] No âmbito deste estudo foram contactadas as seguintes empresas do sector de media em Portugal: Cabovisão, Impala, RTP, Cofina, Impresa, Sonae.com, Controlinveste, Media Capital, ZON, Google, PT. [...] De um modo genérico pode-se considerar que o sector dos media tem duas grandes fontes de receita (venda de conteúdos e publicidade) integradas na sua cadeia de valor. Estas fontes de receita estão a ser impactadas pela actual migração digital e pela crise económica. [...] As receitas de media caíram em 2009 cerca de 7%; A publicidade foi a fonte de receita que mais sofreu (com uma descida de 4 pontos percentuais no peso da receita); A televisão e a imprensa foram os meios mais afectados com os novos desafios do sector; A internet e a televisão paga conseguiram resistir à crise e crescer em 2009; Os novos media têm vindo a ganhar importância no sector, embora os meios tradicionais ainda mantenham um peso muito superior. Há uma série de aspectos e tendências que começam a fazer-se notar na resposta às novas condições do mercado: A recuperação não deverá ser uniforme em todo o sector; Os consumidores têm ganho poder no mercado; Há uma tendência para a integração e interdependência das cadeias de valor dos media e de telecomunicações; Marcas dos media começam a deixar de estar associadas ao meio/suporte para passar a estar associadas ao conteúdo; Há uma maior preocupação com a exploração dos conteúdos; Há diferentes modelos de negócio a emergir no mercado; A monetização dos conteúdos é um factor crítico para o futuro do sector; O governo e a regulação podem contribuir para o desenvolvimento do sector".

RELATÓRIO DA ERC (1)

"Embora cumpra genericamente as quotas de representação político-partidária que deve consagrar ao Governo e PS e oposição, a RTP não assegura a presença suficiente do PSD em antena. O caso torna-se mais polémico pelo facto de ser o terceiro ano consecutivo em que isso acontece e também por ser aquele em que o desvio em relação ao valor de referência é o maior" (Público).

REVISTA DE CINEMA


A Cinema: Revista de Filosofia e da Imagem em Movimento é uma nova revista internacional com arbitragem científica dedicada à investigação filosófica do cinema. Reúne estudiosos e contribuições de diferentes tradições filosóficas e é publicada on-line pelo Instituto de Filosofia da Linguagem da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa.

DIA DO BAIRRO ALTO - 15 DE DEZEMBRO

Hoje, celebram-se 497 anos sobre a concessão do aforamento para a construção de habitações na zona hoje conhecida como Bairro Alto. Para comemorar o aniversário, a Câmara Municipal de Lisboa, a Associação de Comerciantes do Bairro Alto, as Juntas de Freguesia da Encarnação e de Santa Catarina associam-se para dinamizar um conjunto de iniciativas para este dia, de cariz cultural e recreativo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ECREA

O Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT), unidade de investigação da Escola de Comunicação, Artes e Tecnologias da Informação (ECATI) da Universidade Lusófona, foi seleccionado para organizar o 5º Congresso da European Communication Research and Education Association (ECREA) - ECC2014.

Parabéns à Cláudia Álvares.

50 ANOS DE BRASÍLIA EM EXPOSIÇÃO EM LISBOA

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SEMENTES. VALOR CAPITAL

O MUDE, Museu do Design e da Moda Colecção Francisco Capelo, a partir do dia 18 próximo, abre a exposição Sementes. Valor Capital.

"Depois de terem guardado dinheiro e riquezas várias durante mais de 50 anos, os antigos cofres do Banco Nacional Ultramarino, actualmente propriedade da CML/ MUDE, recebem [...] um bem vivo de toda a Humanidade, um valor capital do qual depende a própria sobrevivência das espécies - AS SEMENTES. O MUDE abre assim ao público a sala dos antigos cofres [imagem em cima], apresentando 500 variedades de sementes agrícolas plantadas em Portugal, tratando-se de uma oportunidade de conhecer melhor esta riqueza e de perceber um pouco melhor o design que a natureza nos legou. Compreender a importância das sementes é lembrar que estiveram na origem da agricultura e dos primeiros povoamentos sedentários, da escrita, do cálculo e da aritmética. Entendidas como dote de casamento em tempos passados, serviram também de moeda nas transacções comerciais. [...] Produzida em colaboração com o Instituto Superior de Agronomia, o Banco Germoplasma Vegetal e a Associação Colher para Semear que constituíram a sua comissão cientifica, esta exposição espera contribuir para a sensibilização e consciencialização do público em relação a temática da biodiversidade" (informação da organização).

domingo, 12 de dezembro de 2010

JULIETTE BINOCHE

Juliette Binoche (1964) ganhou o prémio de melhor actriz no Festival de Cannes 2010 pela actuação no filme Cópia autenticada, do realizador iraniano Abbas Kiarostami. Ver trailer do filme aqui.

ANIVERSÁRIO DOS HIPERMERCADOS

"No dia 10 de Dezembro de 1985, a tempo das compras de Natal, surgiu o primeiro hipermercado em Portugal, com a inauguração do Continente de Matosinhos. Foi o início de uma revolução no sector" (Público).

A adesão formal à CEE (actual União Europeia) dar-se-ia dias depois, enquanto se assistia à abertura de centros comerciais como o Amoreiras (Lisboa) e se projectava o alargamento da rede de auto-estradas. A implantação de hipermercados e de centros comerciais junto a auto-estradas, à entrada ou saída das cidades, trouxe grandes mudanças no tecido das empresas e lojas localizadas nos centros históricos. Ainda hoje, muitas lojas das ruas estão à procura de soluções comerciais, ultrapassadas em métodos de exposição, gestão e associação em espaços geográficos.

Mais tarde, seguir-se-iam a liberalização das telecomunicações e dos media (privatização das empresas públicas das telecomunicações e abertura legislativa a canais comerciais na televisão). Os investimentos privados e o aumento do consumo trouxeram uma nova face a Portugal, com o país a parecer aproximar-se dos indicadores europeus.

INDÚSTRIA DOS VIDEOJOGOS

"Os videojogos sociais, criados para serem jogados com a família ou com grupos de amigos, têm sido a aposta das empresas para fazer crescer o mercado. [...] Segundo números dados ao Público pela empresa de análises de mercado GfK, a facturação do sector dos videojogos cresceu, nos primeiros nove meses de 2010, cerca de 2,3 milhões de euros em relação a 2009, atingindo um valor próximo dos 60,5 milhões. Por comparação, e segundo um estudo, também da GfK, divulgado esta semana, o mercado dos produtos de electrónica de consumo apresentava, nos números do terceiro trimestre deste ano, uma queda a rondar os dez por cento" (Público).

COZINHEIROS: POPULARIDADE E PUBLICIDADE

No Jornal de Notícias, Nuno Miguel Ropio escreve sobre o estatuto privilegiado de novos cozinheiros na publicidade, devido a grande popularidade: "Jovens, bons comunicadores, visual cuidado e mão para a gastronomia. Assim são os novos donos da cozinha, aos quais nem a publicidade permanece imune. Com o seu charme conseguem até o que muitas mães não conseguiram: ensinar os filhos a cozinhar". Ler mais.

sábado, 11 de dezembro de 2010

MADONNA VISTA POR BRUNO FERNANDES

Foi hoje ao fim do dia apresentado o livro de Bruno Fernandes MultiMadonna - O papel da imagem contraditória na construção de um fenómeno da indústria cultural. Editado pela Chiado Editora, com apresentação de Miguel Andrade, jornalista da SIC, no Bar Friends Bairro Alto, em Lisboa.

O livro resulta da dissertação de mestrado que o autor defendeu na Universidade Nova de Lisboa (2008).

INA GLOBAL

"From cinema to manga, television, video game, publishing and music, INA Global. The Review of Creative Industries and Media is devoted to the analysis of these sectors, with an emphasis on the digital revolution and internet. Long-term analysis, research and in-depth reflection subject to review are given the priority, rather than scoops, Wikipedia and 140-character tweets".

All of us welcome this release.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

POP UP SHOP

Os estudantes do 1.º ano do Mestrado em Design de Comunicação da ESAD – Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos criaram uma experiência alternativa de loja, a ter lugar amanhã, 11 de Dezembro, no espaço Lófte, à Rua dos Caldeireiros, 43, 2º piso, Porto. A cada aluno foi pedido que criasse uma Pop Up Shop apenas por um dia - conceber uma loja, respectiva marca e produto ou experiência a vender, e desafiar o ambiente do comércio convencional. Pop Up é um conceito emergente em várias cidades do mundo e abrange lojas, restaurantes, bares, entre várias hipóteses, que se instalam durante pouco tempo num determinado local. Surge no contexto emergente e crescente de uma forma de comércio temporário, que oferece exclusividade, inovação e surpresa aos consumidores. Há produções e embalagens inovadoras, lojas de sonhos, coisas perdidas, ideias, profecias, trocas de personalidade, jogos, mapa estranhos e até um peep show.

YOUTUBE

"Em Julho deste ano o YouTube tinha já ampliado o tempo de duração dos vídeos para 15 minutos e agora o popular site de vídeos anunciou que o tempo dos ficheiros passará a ser ilimitado. Actualmente esta opção ainda está em fase de testes por alguns utilizadores. [...] Esta mudança acontece igualmente numa altura em que cada vez mais sites - nomeadamente o Hulu e o Netflix - estão a oferecer aos utilizadores episódios completos e filmes através da Internet e ainda numa altura em que o YouTube - detido pelo Google - tenta que os seus utilizadores vejam os vídeos disponíveis online nos seus grandes ecrãs da sala através do Google TV" (Público).

O CIBERJORNALISMO EM PORTUGAL SEGUNDO HELDER BASTOS

As Origens e evolução do Ciberjornalismo em Portugal: Os primeiros quinze anos (1995-2010), livro escrito por Helder Bastos, docente da Universidade do Porto, foi apresentado ontem, no âmbito do II Congresso Internacional de Ciberjornalismo (Jornal de Notícias). Continua a ler-se no mesmo jornal: "«O livro é composto pelos antecedentes à chegada do Ciberjornalismo e depois, pelo seu nascimento em 1995 com o JN Online, sendo que é a partir daí que começo a desenvolver a história», explicou o autor. O docente referiu que apesar dos grandes avanços registados a nível de multimédia, «há ainda um longo caminho para andar", a começar por "arranjar maneira de fazer pagar os sites» e a «contratar equipas que trabalhem só para o online».

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

THE FALL OF SHORT WAVES RADIO STATIONS

"It has been another week of rather depressing news for people like me who gew up as shortwave listeners. Radio Prague is the latest station to announce that it's stopping shortwave transmissions. Radio Prague was one of the first international broadcasters I regularly listened to, though as it happens that was on mediumwave because I didn't have a shortwave receiver at the time" (Andy Sennitt, Media Network Newsletter).

КОНТЕНТ, КАНАЛЫ И АУДИТОРИИ В НОВОМ ТЫСЯЧЕЛЕТИИ: ВЗАИМОДЕЙСТВИЕ И ВЗАИМОВЛИЯНИЕ

[CONTENT, CHANNELS AND AUDIENCES IN THE NEW MILLENIUM: INTERACTION AND INTERRELATIONS]
При участии Издательства Московского университета
[With the participation of the Moscow University Publishing House]
2010

"PREFACE: Faculty of Journalism of Lomonosov Moscow State University, the oldest Russian institution for teaching and researching media, journalism and communication, is progressively integrating in the international academic community as both participant and organizer of research and discussion. Currently, the Faculty of Journalism interests cover almost all major fields of media studies. On the way to support its strong and influential scientific brand it has established a new strategy of internationalizing its studies focusing on organizing international events of visible scale that contribute to Russian and global media studies. Among its new contributions to the international academic universe was the 1st International Media Readings in Moscow hold on the MSU Faculty of Journalism in the autumn of 2009. The book that is presented now is a collection of articles written by some of its participants from Europe, Asia, Australia and both Americas".

JÚLIA PINHEIRO

"Apresentadora deixa TVI no final do ano. Saída está a causar mal-estar entre colegas da estação. É a transferência do ano, mesmo ao cair do pano de 2010. Júlia Pinheiro deixa a TVI na noite de 31 de Dezembro e promete ser uma saída em grande, com a apresentação do final da Casa dos Segredos, no Campo Pequeno, em Lisboa. «Ela anda sob grande pressão», descreve ao DN fonte próxima da comunicadora. [...] Júlia Pinheiro vai ter direito a um apetecível programa de televisão na SIC: o reality show de sucesso mundial The Biggest Loser" (Diário de Notícias).

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EXPOSIÇÃO DE EDUARDO GAGEIRO

DE SUL PARA NORTE

O casal de espanhóis entusiasmou-se com a grande dimensão do passeio pedonal em Vila Franca de Xira, junto ao rio Tejo, onde muita gente fazia jogging ou simplesmente passeava. Ela voltou a chamar a atenção dele quando o comboio, junto a Santarém, iniciava a curva para a direita. Fizeram-no em Coimbra, sobre o rio Mondego, e a seguir a Aveiro, junto ao rio Vouga. A chuva destes dias alagou campos, as nuvens carregadas davam um ar pesado à paisagem. Mas foi à chegada a Espinho que ele saltou para o outro lado da carruagem e ficou deslumbrado com o mar. Não deve ter reparado no igualmente longo passeio pedonal, pois começara a chover. Sairam no Porto com a sua mala de viagem.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

AUDIÊNCIAS DE TELEVISÃO EM NOVEMBRO


Segundo a Marktest, em Novembro de 2010, a TVI obteve 27,3% de share de audiência, a RTP1 25,4%, a SIC 23,1%, a RTP2 4,8% e o cabo e outros canais 19,4%. Ainda de acordo com a mesma informação, a evolução da mesma medida de audiência nos últimos 24 meses mostra uma pequena descida da TVI (abaixo dos 30%) e uma quase semelhante subida dos canais por subscrição (a rondar os 20%). O canal 1 do serviço público mantém o segundo lugar, ao passo que a SIC se mantém na terceira posição. Contudo, os três principais canais generalistas têm uma menor distância entre eles, o que indica equilíbrio em termos de recepção.

WHAT HAPPENS NEXT: THE MECHANICS OF SERIALIZATION

What Happens Next: The Mechanics of Serialization. Conference dates: March 25 – 26, 2011. Location: The Faculty of Humanities, Universiteit van Amsterdam (UvA). Call for Papers.

The recent explosion of popular serialized forms, from Lost and Battlestar Galactica to computer game expansion packs, has provoked renewed interest in the economics and mechanics of serialization as well as the impact of this cultural form on readers, viewers and gamers. How do contemporary serials relate to earlier forms of serialization, and how do they affect our understanding of the concept of serialization? What are the economic, narratological, and social effects of contemporary serials? And where does the form go from here?

This conference is intended to give graduate students from different fields of study the opportunity to present and exchange ideas on the concept and mechanics of serialization. The aim of this conference is to form ideas about how serialization can be conceptualized across disciplines as diverse as literary history, economics, narratology, television studies and cultural analysis.

We invite proposals for twenty-minute research papers addressing any aspect of serialization; and collaborative panels of two to three papers. Possible subjects include, but are not limited to, the impact of serialization in 19th century literature, the relationship between serialization and notions of authorship, webserials, the mechanics or economics of serials, the effect of serialization on science fiction, newspapers, comics and downloadable game content. Graduate students are encouraged to approach serialization from the perspective of their particular field to give the conference an interdisciplinary character.

Deadline for abstracts: 31 December 2010.

Please send your abstracts and inquiries to uvaserialization@gmail.com.

LUCY KÜNG

Lucy Küng, que já publicou importantes livros como Inside the BBC and CNN. Managing media organisations (2000) e Strategic management in the media. Theory to practice (2008), foi promovida a professora de economia e gestão dos media no Media Management and Transformation Centre (MMTC) da universidade sueca de Jönköping, informa a newsletter da escola (número de Novembro). Küng, cujos interesses académicos incluem cultura, cognição, liderança e criatividade na estratégia, está no MMTC desde 2005. Há pouco, acabou um mandato de dois anos à frente da emma (European Media Management Education Association).


Na mesma newsletter, informa-se da passagem de testemunho da liderança do MMTC, de Robert Picard, seu fundador e dirigente há sete anos, para Dan Shaver, até agora professor de economia e gestão dos media. Picard, que passa para o cargo de director de pesquisa no Reuters Institute na Universidade de Oxford, tem sido docente da Universidade Católica Portuguesa em cursos relacionados com economia dos media.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

EXPOSIÇÃO DE CINEMA EM PORTUGAL

Inauguração: 9 de Dezembro, pelas 19:00, no Museu de Ciência da Universidade de Lisboa.

JORNALISMO E MEDIA NO CIMJ

Dois livros editados ao mesmo tempo na colecção do CIMJ (Centro de Investigação Media e Jornalismo) na editora Livros Horizontes significam uma grande aposta.

O primeiro, Do chumbo à era digital, é uma obra organizada por Nelson Traquina, o fundador do centro, com 13 leituras do jornalismo: o organizador, Rosa Maria Sobreira, Álvaro Costa de Matos, Fernando Correia, Carla Baptista, Ana Cabrera, Cristina Penedo, Rita Figueiras, Isabel Ferin Cunha, Willy S. Filho, Estrela Serrano, Maria João Silveirinha, Cristina Ponte e Rui Miguel Gomes. Do grupo, contam-se alguns discípulos dilectos de Traquina, o que mostra a importância do livro agora editado.

O organizador, na introdução, recorda o começo da década de 1990: "Quando em 1991, preparei a bibliografia para o meu primeiro seminário de graduação sobre o jornalismo no Mestrado em Comunicação Social (agora Ciências da Comunicação) na Universidade Nova de Lisboa, confrontei-me com um problema bem real de que não me tinha apercebido conscientemente até então: a quase inexistência de livros em língua portuguesa sobre o jornalismo e mesmo livros sobre a área mais vasta da Comunicação".

Os textos distribuídos aos seus alunos desse memorável ano lectivo de 1991-1992, em instalações da universidade não longe da maternidade Alfredo da Costa, em aulas à quinta-feira à tarde, numa mesa em U, em que os alunos liam e partilhavam os conhecimentos adquiridos em 40 páginas semanais em média, seriam publicados na sua maioria dois anos depois na colectânea Jornalismo: questões, teorias e "estórias", manual que tem servido de inspiração e trabalho a duas ou três gerações de estudantes em todo o país.

Prossegue o organizador da obra: "em 1997, foi criado um centro de investigação que pretendeu reunir pesquisadores de diversas universidades, públicas e privadas, com o intuito de se dedicar à investigação sobre os media e o jornalismo: o Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ)". Na senda do centro, foi criada a colecção de livros, agora com mais de trinta títulos já publicados, e a revista Media & Jornalismo com treze números editados. Grande parte dos textos publicados no novo livro tiveram uma publicação prévia na revista e todos os seus autores são membros do CIMJ, numa linha do trabalho notável desempenhado por Nelson Traquina com investigadores e muitos dos seus alunos. Em 2001, saía o livro O jornalismo português em análise de casos (Nelson Traquina, Ana Cabrera, Cristina Ponte e Rogério Santos); em 2007, saía A problemática da SIDA como notícia (Nelson Traquina, Marisa Torres da Silva e Vanda Calado). A colectânea Jornalismo: questões, teorias e "estórias" era dedicada aos seus alunos e Big Show media (1997) foi um texto que incorporou os seus alunos de Produção Jornalística na Universidade Nova.

O segundo é a edição em português do importante livro de Daniel C. Hallin e Paolo Mancini, Sistemas de media: estudo comparativo. Três modelos de comunicação e política.

Os autores fizeram uma pesquisa sobre instituições de media em dezoito democracias da Europa ocidental e da América do norte e apresentam três modelos principais: pluralista polarizado, corporativista democrático e liberal. Na nota à edição portuguesa, Nelson Traquina faz notar não haver "quaisquer dúvidas sobre a riqueza de informação presente no trabalho de Hallin e Mancini". Portugal aparece bem estudado no livro, com a colaboração de Traquina.

Num outro texto, Hallin [(2008). "Neoliberalism, social movements and change in media systems in the late twentieth century". In David Hesmondhalgh e Jason Toynbee, The media and social theory], descreve o audiovisual como se tendo desenvolvido numa linha distinta da imprensa, caso da Europa, muitas vezes com uma lógica de serviço público ligado ao poder de Estado, combinando uma lógica de profissionalismo jornalístico e uma relativamente produção cultural autónoma. Mesmo nos Estados Unidos, o audiovisual comercial era regulado pelo Estado e existia um modelo de confiança que impunha obrigações de serviço público aos seus proprietários. A velha ordem foi enfraquecida por vários factores. Um foi a comercialização dos próprios media. No audiovisual, isso foi patente, com a mudança do serviço público para a comercialização [a desregulação selvagem, designação de Nelson Traquina, apropriada no livro de Hallin e Mancini agora em língua portuguesa]. Nos Estados Unidos, a desregulação eliminou as obrigações de serviço público baseadas no "modelo de confiança". Nos dois casos, além disso, os mercados televisivos tornaram-se mais competitivos.

CONFERÊNCIA DA EMMA

A emma (European Media Management Education Association) anuncia a sua conferência anual marcada para 10 e 11 de Junho de 2011, na Faculdade de Jornalismo da Lomonosov Moscow State University, em Moscovo. Título: Restructuring and reorientation: Global and local media after the recession.

domingo, 5 de dezembro de 2010

BRECHT NO TEATRO ABERTO

Uma sala de teatro cheia é um consolo, como a que se verificou na Sala Azul do Teatro Aberto, onde está em cena O senhor Puntila e o seu criado Matti, de Bertold Brecht, numa versão João Lourenço e Vera San Payo de Lemos, dramaturgia de Vera San Payo de Lemos, encenação e realização de vídeo de João Lourenço e música de Mazgani.

Retiro a sinopse do sítio do Teatro Aberto: "Puntila [Miguel Guilherme], um proprietário rural que aprecia demasiado a bebida, sofre de dupla personalidade: quando está sóbrio é arrogante e egocêntrico, quando está ébrio é fraternal e compassivo. Oscilando entre ambos os extremos, surpreende e confunde tudo e todos, amigos, desconhecidos e subordinados, em especial Matti [Sérgio Praia], o seu motorista e confidente. Escrita em 1940, durante o exílio de Brecht na Finlândia, esta peça é «uma comédia de carácter em tom popular», baseada numa comédia de enganos e em contos da escritora finlandesa Hella Wuolijoki. O tema do senhor e do servo surge tratado numa panóplia de figura e situações, impregnadas de humor e poesia. Ao som de baladas, dança-se o tango finlandês, cantam-se louvores à exuberância da natureza e aos prazeres da bebida, sabendo que, apesar do sonho da igualdade entre os homens, «a água e o azeite nunca se vão misturar»".

No foyer do teatro, há uma exposição de cartazes e imagens de peças de Brecht anteriormente apresentadas pelo Teatro Aberto, no que é um dos autores de referência daquele teatro da Praça de Espanha.

YUKI E NINA

Dirigido por Hippolyte Girardot e Nobuhiro Suwa e filmado em França e no Japão, com Noë Sampy e Arielle Moutel nos papéis principais de Yuki e Nina (2009), a história conta-nos a existência de duas pequenas amigas, que partilham segredos e brincadeiras, que se vão separar porque uma delas vai viver para o Japão devido ao divórcio dos pais. Se numa primeira parte assistimos ao desenrolar das iniciativas de separação, a segunda parte centra-se em Yuki e na sua decisão de acompanhar a mãe para o Japão. A narrativa deixa a linearidade e adquire um estatuto mais onírico, de desconstrução e regresso ao passado muito recente, com uma fuga pela floresta que as crianças julgam estar povoadas por fadas e duendes capazes de as ajudar. Com narrativa lenta e planos de uma grande geometria, o filme indica-nos o começo da maturidade das meninas, em que a floresta corresponde ao rito de iniciação e transição para uma idade mais responsável.

REVISTA DE IMPRENSA

Na semana que concluiu, três eventos mediáticos merecem o meu destaque.

Tópico 1 - agendamento. Vindo da semana anterior, foi o do ataque aos narcotraficantes no complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ao longo dos dias, as notícias relataram os progressos das forças policiais e a limpeza da favela com o apreendimento de droga. Depois, indicaram que muitos dos traficantes haviam fugido por um túnel; agora, sabemos que um dos seus dirigentes escapou na mala de um automóvel. Uma dúvida se instalou: como puderam construir um túnel durante o cerco de militares e polícia? A informação mais recente revela a existência de um mediador, que possibilitou o afastamento de traficantes da zona, a usar nos Jogos Olímpicos que o Brasil vai organizar. O dispositivo dos media, ao querer mostrar o acontecimento em tempo real, não permite fazer o adequado enquadramento: contextualização, percepção que há mais espaço que o da luta entre bons e maus, nomeadamente interesses (políticos, imobiliários). A produção de notícias precisa de ter em conta os múltiplos interesses em jogo e quem controla a agenda de notícias.

Tópico 2 - internet. A revelação de telegramas das embaixadas americanas (já designado por cablegate), através do sítio Wikileaks para além do enorme embaraço a nível mundial - muitas das revelações já sabíamos porque os media nos informaram ao longo dos meses, mas não nesta quantidade e pondo os nomes dos protagonistas -, proporcionaram uma forte discussão nos media. De um lado, a grande oportunidade para os historiadores, ao acederem ao que estaria vedado por mais ou menos 30 anos (período habitual de desclassificação dos documentos), o que permitiria fazer uma História em tempo real. Isto faz perder o ideal que o historiador precisa de ver o contexto, a grande paisagem temporal, para fazer um juízo distanciado. De outro lado, quis-se saber a quem interessa esta fuga de informação. Parece que ninguém no mundo ficou satisfeito, embora as decisões dos líderes políticos e governamentais tenham de ser transparentes e não feitas com interesse próprio ou de grupos a que pertencem. Isso leva a uma terceira questão: a da perda de autoridade do Estado, pois nem sequer consegue guardar os seus segredos. A internet, ao permitir a existência de cópias de segurança em muitos computadores, logo a possibilidade de muitas pessoas acederem a ficheiros comuns, cria a probabilidade de mau uso desse acesso reservado. Depois de 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos ligaram as suas duas principais redes de partilha de informação reservada, o que elevou o risco de divulgação desadequada, o que veio a acontecer.

Tópico 3 - velhos e novos media. A greve dos controladores aéreos em Espanha, ao contrário do colapso por dias das ligações aéreas europeias há uns meses provocado por um vulcão islandês, teve um desfecho rápido. O governo (espanhol) tomou imediatamente uma posição dura contra os controladores, enquanto os clientes se queixaram através dos media e as empresas aéreas reportaram logo os seus prejuízos. As decisões após o começo da greve foram comunicadas massivamente pelos media, o que levou a uma resolução mais imediata. Mas como combinaram os controladores de forma tão imprevista e na totalidade dos seus profissionais? A meu ver, e como aconteceu após o 11 de Março de 2004 (atentados em comboios em Madrid), a comunicação terá sido através de mensagens de telemóvel e email. Ainda não há evidências escritas sobre esta última frase, mas, se acontecer, ilustra que os novos media são bons a organizar, indo do segredo à publicitação da acção, e o velho meio (televisão) veicula as posições oficiais, como as conferências de imprensa do governo espanhol, e até as posições populares (vox populi) através dos seus relatos pessoais.