sábado, 21 de agosto de 2004

NOTÍCIAS NAS AUDIÊNCIAS E NO INVESTIMENTO PUBLICITÁRIO

Nova forma de medir

A empresa norte-americana Nielsen Medium Research, há meio século a medir as audiências de televisão nos Estados Unidos, prepara-se para mudar o processo de contagem. Segundo um artigo de Manuel Ricardo Ferreira, correspondente do Diário de Notícias em Nova Iorque, passar-se-á de sistema “recolhido quatro vezes por ano para um sistema electrónico que mede audiências a cada momento”. O Contador local de pessoas (CLP) é uma caixa electrónica instalada em lares escolhidos, que regista o programa a ser visto e por quem, é usado desde 1987 a nível nacional no prime-time. Contudo, para o resto das emissões usa-se o registo diário.

Ora, nem toda a gente dá o acordo ao novo procedimento. Em jogo, está a distribuição de 25 mil milhões de dólares anuais em publicidade na televisão. Para as minorias étnicas, existe o risco de serem «engolidas» pela maioria, levando ao desaparecimento dos programas a elas dirigidos. Conforme o relato do jornalista, tal situação gerou alianças estranhas, como a Coligação não nos deixem de fora, formada por organizações de defesa dos interesses das minorias hispânica e negra, de tradição democrata, e financiada pela News Corp de Ruppert Murdoch, conservadora e republicana, proprietária do grupo Fox, que inclui estações dirigidas à minoria como a UPN.

É que a News Corp verificou que as experiências feitas em Nova Iorque com o CLP registavam quebras acentuadas em programas considerados de grande audiência entre a minoria, como The Parkers. Por seu lado, o grupo NVU, proprietário da Nielsen, não vê razões para receios. As amostragens feitas em Março deram bons índices às minorias, mostrando que The Parkers fica com uma audiência vasta de negros (52%). Há, contudo, uma grande mudança no panorama televisivo. Se, hoje, se acedem a mais de cem canais, isso trouxe novos hábitos ainda não estudados.

AGB e Nielsen fusão de serviços de medição de audiências entre a AGB e a Nielsen

Entretanto, e segundo a newsletter da Marktest, as empresas AGB e a Nielsen Media Research International anunciavam a criação de uma empresa internacional com capacidade para avaliar as audiências televisivas em 30 países, com a designação comercial de AGB Nielsen Media Research.

A nova empresa resulta da fusão dos serviços de medição de audiências das duas empresas, com exclusão do que a Nielsen oferece nos Estados Unidos. Tecnologia de ponta, serviço direccionado ao cliente, processos globais e uma atitude empreendedora serão os seus princípios orientadores. A nova entidade empregará cerca de 1800 profissionais, mas está ainda sujeita a aprovação pelas entidades reguladoras e de concorrência. O corpo directivo da AGB Nielsen Media Research será constituído por idêntica representação das duas empresas envolvidas no negócio. Os seus serviços a cobrir abrangem os principais mercados internacionais (Austrália, China, Hong Kong, Itália, África do Sul e Reino Unido).

Investimento publicitário na rádio em 2003

Segundo os dados da Media Monitor, que sigo de muito perto, o investimento publicitário na rádio ultrapassou os 172 milhões de euros em 2003 (preços de tabela), correspondente a 6,5% do investimento total em publicidade nesse ano. Deste montante, 54% pertence a duas estações de rádio: a TSF com 46,7 milhões de euros (28% do total) e a RFM com 44,3 milhões de euros (26% do total). Seguiu-se a Rádio Comercial com 33,5 milhões de euros (19% do total).

No que respeita aos sectores de actividade, o dos Bancos e Outras Instituições Monetárias e Financeiras foi o maior investidor no meio (mais de 26 milhões de euros e 15,5% do investido no meio), seguindo-se o dos Serviços e Equipamentos de Comunicação e do da Indústria Automóvel e do Comércio. Em cada um destes quatro sectores o investimento ultrapassou os 21 miilhões de euros (em conjunto 55,3% do investimento total).

[agradeço à minha aluna Maria João Carrelhas a chamada de atenção para uma destas notícias]

Sem comentários: