segunda-feira, 27 de dezembro de 2004

ARTE E MECENATO - OU SOBRE O CANAL ARTE

Na sua coluna semanal do jornal Público (hoje, página 33), Eduardo Cintra Torres atribuiu os seus "prémios televisivos" correspondentes a 2004. Do que eu conheço da programação do medium, estou de acordo com ele. E quero manifestar a minha total anuência relativamente ao "prémio quando oiço falar de cultura puxo logo da pistola", atribuido à PT, por "ter retirado o canal ARTE do serviço analógico da TV Cabo Portugal". Continua o texto do crítico de televisão: "Estando empenhada no mecenato e patrocínio de tantas importantes iniciativas culturais, a PT também neste caso deveria assumir as suas responsabilidades de grande empresa e repor o ARTE no pacote principal da TV Cabo". elpais3.JPG

Aqui ao lado, a Telefonica - de características muito semelhantes à Portugal Telecom - faz sair publicidade de página inteira (El Pais, edição de hoje, na página 9) sobre a sua colecção de arte cubista, na posse da Fundação do grupo de telecomunicações. A marca da companhia está lá e ainda um signo específico, um celular da Movistar, a empresa de telemóveis do grupo. Trata-se de uma colecção que irá abrir ao público muito em breve, e que inclui 40 obras de 18 artistas chave do movimento, nomeadamente nomes do país vizinho.

Claro que são dois conceitos diferentes de actividade - negócio versus mecenato. Mas a PT não poderá fazer como a Telefonica, para quem "o primeiro é que a cultura seja acessível a todos"?

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