CAPAS DAS REVISTAS DOMINICAIS
No jornal Público de hoje (p. 49), José Rebelo escreve um importante artigo sobre o jornal francês Le Monde. Diz, quase a finalizar o artigo, que "O Le Monde de hoje é muito diferente daquele, provocantemente sóbrio e arrogantemente virado para o estrangeiro, que me abriu as portas [do tempo em que José Rebelo lá trabalhou, durante muitos anos]. Hoje, as suas páginas são ilustradas e coloridas. Predomina a política interna. E não se descura o fait-divers" [colorido meu].
Confesso que me seduzem as revistas dominicais, ilustradas e coloridas, em que alguns artigos são escritos de modo mais leve que as análises profundas que ainda felizmente encontramos nos jornais de referência. Muitos dos textos ali encontrados são reportagens, entrevistas e também artigos de fundo escritos por colaboradores cujo pefil profissional se situa entre o intelectual e o jornalista.
Selecciono, dos jornais que li hoje, as capas das revistas do Sunday Times e do El Pais. Na primeira, obtenho informação do filme de Scorsese sobre a vida de Howard Hughes, com Leonardo DiCaprio no papel principal, com uma bela fotografia em que se vê DiCaprio diante de microfones (tratar-se-ia de uma conferência de imprensa em que a rádio estava em peso).
Na segunda das revistas, assinala-se a comemoração dos 400 anos de Dom Quixote, com percursos de Alonso, o herói de Cervantes, quase desde Real Ciudad até Barcelona, passando por Teruel, Saragoça e Lérida, bem como a descrição do moinho de vento do séc. XVI. Hoje, Dom Quixote seria solteirão, Sancho Pança um empregado gordinho, a bela Dulcineia trabalharia num bar de alterne e o Rocinante continuava como cavalo. E, quanto à paisagem da Mancha, permanecem o sol, as ovelhas e os campos ondulantes, mas mudou a presença humana: os pastores podem ser agora romenos.
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