TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO, BLOGUES, TELETRABALHO E OUTROS TEMAS
Hoje, de manhã, estive em aula da cadeira ministrada pelo dr. Rui Marques na licenciatura de Comunicação Social e Cultural da Universidade Católica. Presente também o dr. Diogo de Vasconcelos, presidente da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento.
De que tratava a aula? Da apresentação de trabalhos de fim de semestre das(os) alunas(os). Porque o tema me interessava, participei na discussão (e fiquei muito agradado porque os trabalhos divulgados tinham muita qualidade, o que quer dizer que vou ter igualmente bons trabalhos para avaliar na cadeira de Públicos e Audiências). Os temas andaram à volta do teletrabalho, impacto da internet na educação das crianças, chats e blogues e comércio electrónico.
Entre os chats e os blogues
Um blogue tem "campos distintos para título, lead/entrada e corpo da notícia, permite hipertexto e hipermedia, ordena/destaca as notícias pelo critério mais adequado ao meio – a actualidade, cria automaticamente arquivos e categorias (por datas e temas), com publicação imediata", factores que credibilizam os blogues enquanto forma activa de jornalismo e de política (Filipe Quádrio). Para ele, um blogue assume-se como um espaço de ruptura e de protagonismo recente.
Quanto a Marta Rodrigues, ela prefere acentuar o papel de comunidade e de combate à solidão que a internet - e por via disso os chats e os blogues - produz na sociedade. E destaca a comunidade como: 1) partilha de um fim ou bem comum, 2) tratamento igual de todos os indivíduos que a ela pertencem, 3) lealdade para com os seus ideais, 4) liberdade para criar e praticar as suas formas de vida. O sucesso dos blogues relaciona-se intimamente à criação de comunidades, em que os espaços para comentários são vitais para a existência dessas comunidades.
Liberdade de expressão foi o tema escolhido por Bernardo Silva. Ele entende o surgimento dos blogues (e também dos chats) como ferramentas que quebram com o uso tradicional dos media, permitindo que qualquer indivíduo expresse uma opinião sem se identificar, com fácil acesso, imaginação, ausência de mediação, barreiras e marginalização. Valorização dos direitos e liberdades individuais, abertura intelectual e emocional, direito à privacidade, imediatismo da informação e formação de opiniões e correntes são algumas outras das características principais elencadas pelo mesmo.
Já Liliana Pinto, que analisou os direitos de autor, citaria Luís António Santos, do blogue Atrium, para quem a "auto-regulação nos blogues determina a nossa aceitação ou não numa determinada comunidade. [...] tanto quanto me é dado perceber, essa aceitação passa sempre por uma postura voluntariosa e, na generalidade, honesta. A blogosfera é - nesse sentido - um espaço de franqueza, em muitas situações até, estendida para além do aceitável em termos de regular comportamento social". Finalmente, Inês Beirão destacou a veracidade da informação nos chats e nos blogues.
Trabalho de pesquisa documental e uso de pequeno inquérito como metodologias e enquadramento pedagógico e histórico, análise política (no sentido nobre do termo) e questões éticas e de direitos de autor como ângulos de estudo de blogues e chats foram as abordagens destes trabalhos. Seria uma manhã de trabalho intenso mas muito gostoso. Parabéns ao dr. Rui Marques e aos seus alunos!
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