ARTES CRIATIVAS (II)
[continuação do post de 4 de Fevereiro]
John Hartley, no livro Creative industries (2005), adopta os contextos analíticos presentes no relatório do National Office for the Information Economy australiano:
1) Indústrias criativas - caracterizadas pela natureza dos inputs de trabalho: "indivíduos criativos". Áreas: publicidade, arquitectura, design, software interactivo, cinema e televisão, música, edição, artes performativas,
2) Indústrias de direitos de autor [copyright] - definidas pela natureza dos recursos e resultados industriais. Áreas: arte comercial, artes criativas, cinema e vídeo, música, edição, gravação, processamento de dados, software,
3) Indústrias de conteúdo - definidas pelo foco na produção industrial. Áreas: música pré-gravada, música gravada, venda de música, audiovisual e cinema, software, serviços multimedia,
4) Indústrias culturais - definidas pela função de políticas públicas e pelo financiamento. Áreas: museus e galerias, artes e ofícios visuais, educação pela arte, audiovisual e cinema, música, artes performativas, literatura, bibliotecas,
5) Conteúdo digital - definido pela combinação de tecnologias e focado na produção industrial. Áreas: arte comercial, cinema e vídeo, fotografia, jogos electrónicos, música gravada, gravação sonora, armazenamento e pesquisa de informação.
O que diz o documento Creative Industries: Mapping Document 2001
Trata-se da segunda medição do contributo económico destas indústrias no Reino Unido [a primeira foi em 1998], identificando as oportunidades e as ameaças. A equipa que trabalhou o texto procederia a recomendações na mudança de áreas como formação, finanças para empresas criativas, direitos de propriedade intelectual e promoção.
Definem-se as indústrias criativas como "aquelas indústrias que têm a sua origem na criatividade individual, capacidades e talento e com um potencial para criação de riqueza e de empregos através da gestão e exploração da propriedade intelectual". O texto remete para as seguintes áreas: publicidade, arquitectura, mercados de arte e antiquários, ofícios, design, design de moda, cinema e vídeo, software interactivo de lazer, música, artes performativas, edição, software e serviços de computação, televisão e rádio.
Há ainda o levantamento da questão da regionalização. Assim, embora reconhecendo que Londres e o sudeste da Inglaterra continuam a ser os principais motores das indústrias criativas, reconhece-se o crescente peso das regiões, nomeadamente a Irlanda do Norte, a Escócia e o País de Gales no contributo para gerar riqueza e oportunidades de emprego, inclusão social e estratégias de regeneração. O texto fala ainda de clusters criativos, em que o comércio electrónico e a internet têm um impacto significativo em todas as indústrias criativas. Parcerias e exportação são outros elementos de destaque no estudo (p. 13).
[continua]
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