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Em termos de conteúdo (ou guião de temas), partindo do cultural para o social e depois para a política, espaço entremeado com escolhas de figuras, parece-me um modelo agradável. E leve em termos de tempo. A meu ver, a televisão pública está de parabéns.
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Trata-se de um filme comovente, o dirigido por Alejandro Amenábar. Mas o tema - a eutanasia pedida por um tetraplégico, história verídica ocorrida em Espanha - é um dos mais complexos na actualidade. O próprio filme ziguezagueia entre a aprovação e a sua oposição. Eu sinto dificuldades em avaliar o assunto, dadas as variáveis. Mas retiro um grande ensinamento na presente prova de vontade de viver do Papa, que passa por um enorme sofrimento físico mas procura manter-se na sua função.
Adenda colocada às 8:40 do dia 28 de Fevereiro
Agora que Mar adentro ganhou o prémio de melhor filme estrangeiro na noite das estatuetas de Hollywood, mais umas breves palavras sobre o filme de Amenábar. Na trama, todas as mulheres parecem gostar de Ramón Sampedro: a advogada, sofrendo de doença degenerativa, Rosa, a antiga operária de fábrica de conservas, e Géne, a activista. Seria apenas gostar ou amar? No filme, há espaço para a questão linguística, caso de algumas frases ditas não em castelhano, mas em galego, quando Ramón e o seu irmão mais velho discutem sobre a vida e a morte. Impressionaram-me também as paisagens agrestes, graníticas, e o ar de vendaval quase permanente na costa galega. Santiago de Compostela, Pontevedra, os caminhos de Santiago para quem vem de leste para Santiago de Compostela e procura desvios da estrada e entra na ruralidade galega lembram-me um rápida incursão que fiz há três anos atrás - e que constituem traços dessa dureza mas simultaneamente respeito pela geografia e geologia. O granito e a ruralidade do filme fizeram-me ainda lembrar uma época da minha infância.
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