CIDADE CRIATIVA (I)
Na sala de aula (módulo Novas tecnologias e indústrias culturais do mestrado em Ciências da Comunicação, na UCP), trabalhámos conceitos como indústrias criativas, cidades criativas e cadeia de valor. Repito aqui algumas das ideias já publicadas no blogue. Agora, a ideia foi adoptar Lisboa como cidade criativa.
Para John Hartley (2005), as indústrias criativas representam a convergência conceptual e prática entre: 1) artes criativas (ou tradicionais, como a joalharia e a dança), 2) indústrias culturais (à escala de massa, como a fotografia, o cinema, a televisão ou a rádio), 3) com a importância das tecnologias electrónicas e digitais (comummente conhecidas por NTI). Por seu lado, a designação indústrias criativas teve aplicação oficial no Reino Unido, com o Creative Industries Mapping Document 1998 e o Creative Industries Mapping Document 2001, onde se chama a atenção para: 1) importância do conjunto de indústrias criativas na constituição do PIB do país, 2) revitalização de cidades e regiões (umas porque saíram das indústrias pesadas, outras porque nunca desenvolveram uma base fabril forte).
No segundo destes documentos, definem-se indústrias criativas como as “indústrias que têm a sua origem na criatividade individual, capacidades e talento e com um potencial para criação de riqueza e de empregos através da gestão e exploração da propriedade intelectual”. Assim, as indústrias criativas remetem para actividades como: publicidade, design, design de moda, cinema e vídeo, televisão e rádio, música, edição software interactivo de lazer, arquitectura, mercados de arte e antiquários, artes performativas. As indústrias criativas: 1) contribuem para gerar riqueza e oportunidades de emprego, inclusão social e estratégias de regeneração, 2) articulam clusters criativos, em que o comércio electrónico e a internet têm um impacto significativo, 3) promovem parcerias e exportação (ou turismo).
O segundo conceito – cidade criativa – retirámo-lo de Jinna Tay (2005: 220): “espaços onde queremos estar, locais para serem vistos. As suas lojas, restaurantes e bares são as manifestações mais superficiais de um ambiente criativo”. Continua Jinna Tay (2005: 220) – “Para além destas «cenas», as cidades criativas também possuem várias características: a existência de um sector de artes e cultura vibrante; a capacidade de gerar empregos e lucros nos serviços e indústrias culturais; e as iniciativas políticas respeitantes à distribuição de recursos entre as procuras global e local”. Das cidades mundiais onde se pode aplicar este conceito, falámos de Bilbau (museu Guggenheim), Manchester (pólo de actividade televisiva complementar a Londres) e Vancouver (indústria de cinema complementar a Hollywood).
[continua]
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