Um dos trabalhos que mais gostei na mesa de jornalismo foi o de Luísa Teresa Ribeiro, A redacção de um diário regional católico como espaço de socialização. Como base, ela partiu da redacção do Diário do Minho, jornal onde trabalha e seu objecto de estudo, o qual funciona como um espaço de socialização. A autora fez um inquérito a 19 dos 21 jornalistas (as não respondentes tinham justificação: uma estava de licença de maternidade, a outra era a própria investigadora).
Da observação que fez - e que serve para o seu trabalho de tese de mestrado em curso na Universidade do Minho -, entende haver um trabalho colectivo e altamente organizado, em que o jornalista é confrontado com uma política própria da organização, havendo uma auto-selecção (os estagiários já conheciam o jornal). Há notas curiosas, como a identidade católica condicionar a linguagem, a não busca do lucro como objectivo prioritário do jornal, a aprendizagem feita em especial com as chefias (conquanto um número significativo de profissionais terem o curso de comunicação social, como a autora referiu numa outra comunicação apresentada ao congresso), a permanente troca de opiniões no seio da redacção e a criação de amizades entre os colegas.
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Maximino, jornalista do Jornal de Notícias, primeiro responsável pela informação diária da Rádio Independente de Aveiro (RIA) e antigo professor de História da Comunicação na escola profissional de Aveiro (EPA), produz neste livro um "trabalho monográfico, rigoroso quanto possível, que pretende retratar a chamada «imprensa regional e local», sem a preocupação de seguir a definição legal" (do resumo inicial, página 17).
Ainda não tive tempo de ler o livro, mas olhando o índice descobre-se a cobertura da imprensa, rádio, televisão, páginas pessoais da internet e blogues.
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