quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

PROGRAMAS INTERACTIVOS DA RÁDIO ONTEM EM DISCUSSÃO NA 2:

Foi o tema do programa do Clube dos Jornalistas, moderado por João Paulo Meneses (jornalista da TSF), contando com Cândido Mota (locutor e antigo animador de O passageiro da noite, o primeiro programa interactivo de rádio), Manuel Acácio (animador do Fórum TSF) e Maria João Taborda (investigadora de comunicação, em função no Obercom). O programa contou ainda com intervenções de Francisco Sena Santos, antigo animador da Antena Aberta (Antena 1) [e pequenas entrevistas a dois ouvintes que costumam intervir nestes programas].

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Neste momento, em que há dez horas diárias de programas interactivos de rádio, distribuidos pela Antena 1, TSF e Rádio Renascença, a discussão centrou-se em algumas características desses programas e o modo como interagem os seus moderadores e os ouvintes, quais os temas principais e como reagem os poderes políticos. Em primeiro, há uma assimetria de recursos entre o moderador e o ouvinte, com este nem sempre a dominar a comunicação (Maria João Taborda), embora o ouvinte tenha todo o poder, podendo dizer o que entender (Manuel Acácio), em que qualquer figura pública se expõe a críticas (Cândido Mota).

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Um dos intervenientes falou mesmo em trabalhar "no fio da navalha", dado o directo do programa, em que não se podem controlar todas as reacções dos ouvintes, caso de calúnias (Manuel Acácio), o que traz, contudo, uma vantagem, a do ouvinte poder refutar o que se diz anteriormente (Maria João Taborda), numa circularidade e crítica permanente. Cândido Mota destacou a possível existência de boas histórias, com situações concretas em termos de sociedade e que servem para alertar os poderes instituidos.

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Se há ouvintes muito exigentes, que actuam num espaço de cidadania, onde se diz da sua justiça (Manuel Acácio), o receio de instrumentalização (Maria João Taborda) pode desembocar nos clubes dos jornalistas (comentário de Francisco Sena Santos), que Manuel Acácio rejeita, pois consegue habitualmente gerir esses interesses, que aparecem como modo de criar uma agenda, em especial em finais de ciclo político ou de mandato.

cj6.JPGDo programa, com uma muito boa moderação de João Paulo Meneses - quase não se deu por ele, com perguntas curtas e incisivas e presença serena em frente à câmara -, retive ainda a ideia de haver espaço para outros programas interactivos de rádio, mais confessionais, terapêuticos e, mesmo, de acompanhamento jurídico.

Legendas das fotografias: 1) João Paulo Meneses, 2) Cândido Mota, 3) mesa com moderador e convidados, 4) Manuel Acácio, 5) Maria João Taborda, 6) Francisco Sena Santos.