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Os dois investigadores fizeram um inquérito em duas escolas, uma no centro de Lisboa e outra nos arredores da cidade, em indivíduos com idades compreendidas entre 12 e 16 anos e tendo como referência a última série transmitida pela RTP. Foram 102 inquéritos, com 59 respondidos por raparigas e 43 por rapazes. Se 68% das raparigas afirmou ver a série, apenas 19% dos rapazes admitiu vê-la. São os adolescentes com 14 anos os que mais acompanham a série.
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Um elemento importante para a compreensão deste público é que grande parte não vê Diário de Sofia por razões de afectividade pelas personagens ou história. 25% acompanha a série por outros motivos, incluindo a "falta de opção", já que à hora de emissão os outros canais generalistas emitem os noticiários. 22% afirma ver a série motivada pela leitura dos livros Diário de Sofia. O primeiro contacto com a série é por acaso. Só poucos repararam em alguma publicidade.
Quando começou, em 2002, o Diário de Sofia era apenas um sítio da internet, actualizado diariamente, onde se relatava o dia a dia da jovem Sofia. Foi o sucesso do sítio que deu origem aos livros e, depois, à série televisiva. Uma das novidades da série na televisão foi a interactividade com o público, de modo directo: todos os dias, a Sofia tem um dilema a resolver. Isto embora os inquiridos achem que têm pouca influência na decisão dos destinos da rapariga. E os que participam são poucos: 31%.
Sofia [interpretada pela actriz Marta Gil] é a personagem mais popular (76% dos inquiridos), vindo depois Zeca (13%). As razões do reconhecimento de Sofia devem-se ao facto de ser a personagem principal, o seu gosto de ajudar os amigos e pela identificação pelos jovens em termos de problemas.
O programa na imprensa
A 9 de Outubro de 2005, o Diário de Notícias (em texto assinado por Mariana Gonçalves) dava conta da possibilidade do programa se alargar no estrangeiro. Até então, o programa passava em versão dobrada em Singapura, Malásia, Indonésia, Filipinas, Itália, Grécia, Áustria e Eslovénia. Outros países iam produzir uma versão local do programa. E a mesma peça jornalística referia o aumento de personagens na série, de modo a atrair mais público. Maior desempenho dos pais, da irmã mais nova, um namorado e um italiano que Sofia conheceu em Nova Iorque, durante um curso de teatro que ela frequentou, alargavam assim o leque de intervenientes.
Se o Diário de Sofia começou na internet, a partir de Fevereiro de 2003 estendeu-se à imprensa cor-de-rosa com a publicação de uma crónica mensal na Ragazza. Depois, em Novembro de 2003, o emprego de mensagens SMS ampliava os contactos entre série e espectadores. Já em começos de 2004, a Sofia aparecia em rubricas curtas na Antena 3.
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