terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

A OPA DO ANO

A notícia de uma OPA da Sonae sobre a Portugal Telecom (PT), mesmo que o negócio não vá para a frente, deve ser saudada. Primeiro, porque isso obrigará o Governo (este ou outro antes ou depois) a reequacionar a "golden share" que detém (a empresa começou a ser privatizada em 1994, mas o Estado detém uma pequena parcela de acções, que a tornam decisiva na escolha do conselho de administração). Depois, porque anima a bolsa de valores (as acções estão a subir fortemente esta manhã). Em terceiro lugar, porque a Sonae mudou de perspectiva - durante os últimos anos andou a pedir a separação de negócios, com televisão por cabo fora do conjunto de actividades da PT. Inclusive, fez uma queixa a Bruxelas. Agora parece querer comprar todo o conjunto de participadas, o que quer dizer que a empresa de telecomunicações fez bem em não alienar qualquer parcela de negócios.

Agora, vamos ver como é que reagem a banca, caso do BCP (a quem o BES sugerira compra de parte da PT), e outros investidores portugueses. Sem descortinar o que fará a espanhola Telefonica, parceira da PT desde há vários anos. Mas também a France Télécom, com quem a Sonae tem negócios antigos.

O blogueiro, que gosta e tem acompanhado os negócios das telecomunicações (infelizmente, um muito pequeníssimo pacote de acções da PT já as vendeu há muito) e das indústrias culturais abrangidas pela PT, vai continuar atento. Até porque a PT é, segundo ouve com frequência na rádio, um dos "pesos pesados" da bolsa portuguesa [nunca percebi a necessidade da linguagem do boxe no jornalismo económico].

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