CONFERÊNCIA SOBRE A ENTIDADE REGULADORA PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL (BRAGA)Como escrevi aqui, ontem realizou-se na Universidade do Minho, em Braga, uma conferência sobre o novo regulador dos media, a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação). A presença mais importante coube ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva. Também presentes uma representante da ERC (Estrela Serrano) e investigadores como Francisco Rui Cádima, Pedro Jorge Braumann, Nuno Conde, Sara Pereira, Felisbela Lopes e Manuela Espírito Santo.




Pela sua pertinência política, a apresentação do ministro foi a mais atentamente seguida - e acompanhada pelos media presentes na sala nesse período do dia (as palavras do ministro podem ser ouvidas a partir do minuto 18 do som
aqui colocado). Santos Silva, que se referiu à regulação como meio de garantir a liberdade de imprensa (garantia da liberdade de expressão de criação para os jornalistas), advoga a necessidade de se conhecer os donos dos media, a garantia de limites à concentração da propriedade e a independência dos media face aos poderes político e económico e face aos vários órgãos de poder do Estado (Governo, administração central e outros poderes públicos). O ministro lembrou a revisão constitucional de Abril de 2004, onde foi alterado o artigo 39º, com a extinção da AACS (Alta Autoridade para a Comunicação Social) e definição do essencial da actual ERC.
Das missões essenciais do que chamou de
interesse regulador, o ministro destacou, para além da garantia da liberdade de imprensa, a articulação da liberdade de imprensa com outros direitos de liberdades, garantias e valores constitucionais, com prevenção da governamentalização, zelando pela independência e incentivando a auto-regulação. À ERC compete aplicar a lei, interpretar a lei, cooperar com outras entidades reguladoras e incentivar à participação social.