domingo, 2 de abril de 2006

ÓPERA LAUREANA, DE AUGUSTO MACHADO

Em Abril (dias 19, 21, 23, 24 e 26 de Abril, o Teatro Nacional de São Carlos apresenta a ópera Laureana, intriga teatral de Paul Merice, transformada por Augusto Machado, compositor português do século XIX, em quatro actos e seis quadros.





A narrativa operática desenrola-se em torno da marquesa Laureana, mulher sedutora que escolhe marido numa festa. O eleito seria um músico marginal, que revela mais tarde ser Giovellino, conde de Florença (informação retirada da agenda cultural de Lisboa do presente mês).



Da estreia da ópera, também em S. Carlos, a 1 de Março de 1884, conta-se uma história envolvendo o rei Luís I. Na altura, o rei estava de luto, não podendo assistir à estreia. Contudo, foi possível estabelecer uma ligação telefónica entre o teatro e o palácio da Ajuda, para que ele pudesse acompanhar musicalmente a obra. Eu escrevi em Olhos de boneca. Uma história das telecomunicações, 1880-1952 (Colibri, Lisboa, 1999, p. 31):


  • O lápis de Rafael Bordalo Pinheiro registou e a prosa de Pan descreveu: "sua Magestade pôde ouvir toda a ópera muito alegremente, com toda a comodidade do lar doméstico, sem as etiquetas cortesãs nem as luvas gris perle do camarote real, sentado no trono, de manto de arminhos, ou metido na cama, de barretinho de algodão, consoante os seus apetites ou as suas necessidades corporais" (António Maria, 6 de Março de 1884).