sábado, 27 de maio de 2006

CASO CARRILHO (II)

Ontem, em chamada de primeira página no canto superior esquerdo, o Diário de Notícias escrevia: "Entidade Reguladora critica livro de Carrilho", remetendo para a página 40 (secção dos media). Na página indicada, e sob antetítulo "Polémica", titulava: "Regulador condena acusações de Carrilho", anunciando entrevista com o presidente da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), Azeredo Lopes, a publicar no dia seguinte (hoje) [com fotografia desse responsável]. Hoje, ocupando quase duas páginas, destaco a peça intitulada "As «gravíssimas acusações»". Na pergunta a Azeredo Lopes sobre o que lhe aprazia "dizer sobre a obra", a resposta é esta: "Rigorosamente nada. No entanto, nela há matérias, como decorre do comunicado que a ERC emitiu, que se configuram muito mais como alegados factos criminosos e gravíssimas acusações. O Conselho Regulador entendeu que não tinha que ficar confinado ao livro de Manuel Maria Carrilho".

As peças jornalísticas de ontem e de hoje são assinadas por Paula de Sá e Sónia Correia dos Santos, com fotografias de Gonçalo Santos.





Da leitura da chamada de atenção e do texto de ontem mais o título de hoje, parece-me exagerado que a ERC, nomeadamente o seu presidente, tenha condenado Manuel Maria Carrilho, na entrevista agora editada. Creio ter havido excesso de linguagem quanto ao anunciado ontem.

Recordo o que publicou Estrela Serrano no seu recente livro Para compreender o jornalismo: Na primeira [página], predomina o drama e a encenação [...] na página interior, há contenção, prudência e rigor" (p. 78). Estrela Serrano, provedora do leitor do Diário de Notícias entre 2001 e 2004 e actual membro da ERC, escrevia então sobre um medicamento (página de 4 de Março de 2002). Nessa altura, o jornal passava por uma fase de tabloidização, com títulos menos justos e precisos. Será que voltou a esse período?

[continua noutra mensagem]

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