Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quarta-feira, 31 de maio de 2006
REVISTAS FEMININAS
O papel principal – contributo para uma análise do que vêem as mulheres nas revistas femininas. Um estudo de caso – as capas da Elle de edição portuguesa foi tema de dissertação de mestrado de Helena Cordeiro, hoje defendida na Universidade Católica (Lisboa).
Como razões para a escolha do tema, Helena Cordeiro destacou o interesse por representações femininas globalizadas na imprensa de género, importante meio de comunicação de cultura de massas na actualidade, e porque é leitora do género. Escolheu a Elle (edição portuguesa), primeira revista internacional orientada para o público feminino a ser publicada no nosso país (Outubro de 1988). A nova mestre caracterizou o papel específico dos discursos escrito e de imagem patentes nas capas de uma revista feminina (glossy), “rosto” e anúncio da própria revista.
No seu trabalho, Helena Cordeiro desconstruiu a revista feminina, tentando entender o seu significado em contextos quotidianos e aferindo as razões da sua adaptabilidade além fronteiras, a partir de tipologia criada pela investigadora Joke Hermes. Fez análise empírica das capas (covers) e chamadas de capa (coverlines) da Elle portuguesa, de Outubro de 1988 a Dezembro de 2004 (16 anos e 3 meses, ou 189 capas), com um total de 38 variáveis, casos de moda, roupa, acessórios, cosmética, perfumes, maquilhagem, beleza e saúde.
De entre as conclusões, Helena Cordeiro constata que os objectivos propostos no editorial do número fundador da Elle portuguesa não foram cumpridos, nomeadamente a escassez de figuras portuguesas na capa. Isto embora o ano de 1998 tenha marcado o início de nova etapa na imagem de capa da Elle nacional, mantendo-se as mulheres bonitas e elegantes mas provenientes de outras áreas que não exclusivamente a moda – como o cinema e a música -, numa afirmação de outros talentos que não apenas o da beleza física. Desde o começo, as capas da Elle fazem uma representação estereotipada da mulher, apesar das chamadas de capa irem introduzindo temas de maior seriedade, destacando áreas como “dossiê”, “entrevista” e “reportagem”. A autora distinguiu ainda o papel pedagógico, de “afecto”, apoio e aconselhamento por parte das revistas femininas.
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4 comentários:
Sou finalista da licenciatura em Jornalismo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e no âmbito do Seminário de Análise dos Media estou a explorar a representação da mulher em 6 revistas femininas portuguesas e espanholas. Tenho pena de só agora ter tido conhecimento da existência desta tese pois tenho muito interesse no tema e acredito que lá poderia encontrar dados que me seriam da maior utilidade. Parabéns pelo blog!Muito informativo!
Caros
Gostaria de fazer contato com Helena Cordeiro.
Sou aluna do curso de pós-graduação (Planejamento Estratégcio em Comunicação) da Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo, estado de São Paulo, Brasil.
Estou realizando um trabalho voltado ao Prêmio Cláudia, criado pela revista feminina Cláudia, da editora Abril.
Desde já agradeço sua atenção.
Muito obrigada.
Denise Loureiro
deniloureiro@gmail.com
5511 6591-3580
5511 9438-4524 - mobil phone
Helena Cordeiro,parece-me uma mulher com coragem,ao apresentar uma tese sobre revistas femininas,mais própriamente a Elle portuguesa.É que no nosso país as pessoas têm tendencia em confundir esse tipo de revistas,com outras que se dedicam ás chamadas"fofoquices".Está então de parabéns a Helena cordeiro,
Quem é esta Helena Cordeiro? que tema interessante ela se lembrou de escolher,nada a ver com revistas cor de rosa.Onde se pode consultar a tese?parabéns.
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