Ontem, António Pedro Pita (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX) apresentou, no seminário de investigação Cultura de massas em Portugal no século XX (Universidade Nova de Lisboa), o tema "Povo, público, massa".

A transição de povo para massa processa-se, segundo António Pedro Pita, através dos seguintes movimentos: 1) abandono da ordem da natureza pela ordem do artifício (ou da técnica), de que a experiência da velocidade é exemplo (deixou de haver a medida humana), 2) abandono da dimensão da profundidade pela dimensão superficial, de que são exemplos o cinema e a moda, actividades mundanas, e 3) abandono do plano da escrita pela da imagem. Actividades como jornalismo, rádio, cinema e televisão instituem públicos e não leitores, ouvintes ou espectadores. Em que a massa não é um conjunto homogéneo de indivíduos, mas que se subdivide em: 1) entendida como indivíduos que estão em comum (povo), 2) assembleia de indivíduos em volta de um dispositivo (jornal, rádio, televisão), onde se promove a recepção colectiva (cultura de massas).
O programa de seminários continua no próximo dia 22, pelas 17:00, com José Neves (ISCTE) e o tema À procura de uma economia moral da multidão na história do futebol em Portugal.
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