Esta semana li os dois livros cujas capas estão aqui presentes: 1) Inês Fonseca Santos, Produções Fictícias. 13 anos de insucessos (347 páginas, editado pela Oficina do Livro), e 2) Eduardo Street, O teatro invisível. História do teatro radiofónico (222 páginas, editado pela Página 4).
São convocadas várias das indústrias culturais nos livros: rádio, televisão, imprensa. Ambos os livros evocam, num passado começado há 70 anos ou há 13 anos, a formação de grupos distintos, um dedicado ao teatro radiofónico e constituído por indivíduos em torno de uma instituição pública, a Emissora Nacional/RDP, o outro narrando a constituição de uma organização de criativos de humor televisivo (depois estendido a outras indústrias culturais) em torno de um líder, Nuno Artur Silva e as Produções Fictícias.
Verificam-se histórias semelhantes ou aproximadas da criação de modelos e de estratégias de concretização dos projectos: experimentação, reconhecimento, continuidade, maturidade, e declínio (no caso do teatro radiofónico, dada a sua idade mais elevada). Os autores dos livros têm um igual fascínio pelas histórias em torno dos projectos e do desempenho dos seus intervenientes. Além disso, o modo de contar os acontecimentos e de os projectar em períodos mais longos, de estrutura, é simples, sem obedecer aos cânones dos livros académicos, virtualmente mais aborrecidos, caso do sistema de notações bibliográficas (desse mal também padeço, pois recebi formação académica).
[continua]
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