FUTEBOL EM ECRÃS GIGANTES
Em França, o negócio da transmissão do campeonato do mundo de futebol também faz mover milhões. Conforme o Le Monde de ontem apresentava, só o canal de televisão TF1 vai gastar 100 milhões de euros para transmitir 24 jogos incluindo os da selecção daquele país. É que se trata de um acontecimento para grandes audiências. Por exemplo, em 1998, a final Brasil-França foi vista por 20,5 milhões de franceses.
Agora, com os ecrãs planos capazes de receber alta definição, estima-se que as audiências disparem, pelo menos para os assinantes do serviço. O jornal, em texto de Guillaume Fraissard e Macha Séry, adianta algumas explicações. Primeiro, a popularidade do futebol relativamente a outras modalidades. O futebol é um jogo simples mas com desfecho imprevisto e, até, injusto - uma equipa pode estar a dominar o tempo todo, mas sofrer um golo e perder.
Em segundo, e já no plano tecnológico, a passagem do sistema analógico para o digital, permite novos ângulos. Na tecnologia antiga, o futebol era visto como um movimento de onze contra onze, uma espécie de grande batalha. Ao multiplicar o número de câmaras, constróem-se zooms e movimentos lentos, humanizando o jogo e desenvolvendo uma dramaturgia narrativa. A escolha de realizadores internacionais no campeonato a começar esta semana promete qualidade - mas sem originalidade.
Em terceiro lugar, o recurso à matemática (número de remates, percentagem do controlo do jogo por cada uma das equipas) e aos comentadores-especialistas torna o jogo mais complexo e algo alheio ao que se passa no interior do campo. A paixão extravasa mesmo o espaço físico da cidade e do país, globalizando os incentivos e as apostas.
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