UMA DESTAS NOTÍCIAS NÃO É TOTALMENTE EXACTA
Diário de Notícias e Público tiveram uma leitura divergente dos dados do Bareme de Imprensa da Marktest, referentes ao segundo trimestre em termos de audiência e ontem divulgados.
O Diário de Notícias escreve (não assinado) que diários como o próprio e o Público "viram as suas audiências cair". O Público (assinado por Ana Machado) escreve que o Público foi um dos dois jornais que "mostraram maiores subidas de audiência" (no lead).
[para ampliar as imagens, clicar em cima delas, embora a qualidade possa não ser a melhor]
Ainda não li os dados da Marktest (a newsletter com tais dados costuma chegar a leitores como eu no dia seguinte ao da libertação da informação para os clientes que pagam), mas, pela leitura dos jornais (e da newsletter Meios & Publicidade que citei hoje de manhã), a comparação estabeleceu-se com dois valores: 2º trimestre de 2005 e 1º trimestre de 2006. A comparação com o 1º trimestre de 2006 é favorável ao Público, mas já não o é com o 2º trimestre de 2005 - daí o valorizar-se o positivo e remeter para o corpo do texto (que a jornalista faz bem) o negativo. Quanto ao Diário de Notícias, a análise da Marktest não permite um só sorriso.
O dia correu bem ao Público, pois, ao lado, o título de uma breve é A contratação. Onde se conta que o novo editor de economia veio do Diário de Notícias. É uma resposta a contratações no sentido inverso, mas parece resumir o seguinte: o modelo da edição do Diário de Notícias é bom e o do Público tem sido menos bom (incluindo o suplemento de segunda-feira).
Tenho de dizer que, na leitura de estatísticas de vendas e audiências, este comportamento dos jornais é recorrente - e magoa-me, enquanto leitor. Vou continuar a ser leitor dos dois jornais, mas garanto que olho para os jornais com crescente cinismo, tal e qual como os jornalistas olham os actores sociais e políticos que aparecem nas suas notícias. Os leitores são activos; e, se forem proactivos, deixam de comprar jornais.
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