quinta-feira, 5 de outubro de 2006

HÁBITOS CULTURAIS DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS

Cinco alunos que, no ano lectivo transacto, frequentaram a cadeira de Métodos de Investigação do curso de Comunicação Social da Universidade do Minho, fizeram uma investigação centrada nos hábitos culturais dos estudantes daquele curso (Ana Catarina M. Silva, Ana Catarina S. Silva, Ana Patrícia Silva, Hugo Ricardo Araújo e Nídia Ferreira). Assim, procuraram responder à seguinte pergunta de partida: "A progressão no curso de Comunicação Social pode estar relacionada com os hábitos e consumos culturais dos alunos que o frequentam"?

Escreveram os cinco alunos: "Determinámos que os indicadores das práticas culturais do inquirido seriam não só a frequência com que este executa actividades culturais, mas também o tipo de actividades praticadas e a avaliação que faz relativamente aos seus preços. Da licenciatura, seleccionámos o 1º e 4º anos com o objectivo de, comparando os extremos, compreender se existe alguma progressão" (p. 11). Para trabalhar, o grupo construiu um questionário aplicado a uma amostra de 100 elementos (50 estudantes do 1º ano e 50 do 4º), num total de 28 homens e 72 mulheres (p. 21).

Assim, e conforme o estudo, "no 1º ano da licenciatura privilegiam-se actividades passivas como ouvir música (84% dos inquiridos afirma ouvir música muito frequentemente), ler livros, ler jornais, ler revistas, ver televisão (64% muito frequentemente), aceder à Internet (60% muito frequentemente) e ouvir rádio, em detrimento de práticas mais activas, como são exemplo, a ida a concertos de música popular/moderna, a concertos de música erudita (36% nunca) e a assistência a peças de teatro". Já no 4º ano da licenciatura, "observa-se também algum distanciamento face a actividades de saída de cultural, tais como concertos de música popular/ moderna, concertos de música erudita (40% nunca) e peças de teatro. O cinema apresenta-se também aqui como única excepção, visto que 38% dos inquiridos vão frequentemente. Pelo contrário, verifica-se uma predilecção por práticas passivas, como são exemplo: ver filmes, ouvir música (82% muito frequentemente), ler livros, ler jornais, ler revistas, ver televisão, aceder à Internet (94% muito frequentemente) e ouvir rádio" (p. 16).

Sensivelmente 2/3 (66%) dos estudantes do 1º ano respondeu que, por mês, dispunha de até €200 para todos os seus encargos económicos, sendo que dentro deste grupo apenas 6% se encontram na categoria menos de €50. Deste montante mensal afirmam despender em média entre €25 e €50 em produtos e actividades culturais. Somente 16% dos inquiridos declara ultrapassar os €50 (p. 19). Quanto aos alunos do 4º ano dispunham de recursos económicos mensais mais elevados. "Enquanto que no 1º ano, apenas aproximadamente 1/3 (34%) dos alunos dizia possuir mais de €200 para gastos mensais, no caso dos alunos do 4º ano a percentagem sobe para 52%, ou seja, mais de metade. Em práticas e consumos culturais, tal como no 1º ano, afirmam despender em média de €25 a €50 mensais, sendo que os indivíduos que dizem ultrapassar este montante representam 20% dos elementos do 4º ano".



Na avaliação comparativa, verificou-se a ocorrência de evolução positiva do 1º para o 4º ano relativamente a hábitos e práticas culturais, com aumentos significativos no acesso à internet, audição de rádio e audição de música. Quanto à compra de produtos culturais, constataram que o único acréscimo relevante no 4º ano foi a compra de jornais. As preferências culturais entre ambos os anos são maioritariamente homogéneas.

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