
As redacções on-line da SIC e da TVI localizam-se no mesmo espaço físico que a redacção principal, open space segmentado por editoras e tipo de redacção, com equipas pequenas (até 10 elementos). Coordenada por um jornalista sénior, as equipas possuem profissionais jovens com formação em jornalismo televisivo e jornalismo para a internet. Comparativamente aos jornalistas da redacção principal, os jornalistas da redacção on-line têm formação mais qualificada em construção de textos.
Continua o texto aqui citado: "As rotinas profissionais subjacentes à redacção on-line da SIC e da TVI também se assemelham quanto às práticas, traduzindo uma relativa autonomia editorial face à redacção principal, sem prejuízo da complementaridade entre os dois tipos de edições noticiosas". Um elemento comum às redacções on-line dos três canais estudados é o uso do e-mail para interactividade com os utilizadores. A edição on-line da TVI efectua um contacto directo e personalizado entre utilizadores e jornalistas ou editores que assinam as peças, a da SIC disponibiliza um endereço de correio electrónico geral, embora os e-mail sejam reencaminhados, e a da RTP disponibiliza o contacto geral da RTP Multimedia.
Como grandes conclusões do estudo agora publicado pelo OberCom, indicam-se as seguintes: 1) tempo de consolidação da importância dos sítios televisivos, 2) jornalismo on-line à procura da marca do jornalismo de terreno, por escassez de tempo e prioridades editoriais, 3) falta de recursos (humanos, tecnológicos e financeiros), 4) constrangimentos de ordem técnica traduzidos na incompatibilidade de formatos e tradicionais hábitos de leitura, 5) interactividade imprescindível no jornalismo on-line, 6) peso do relacionamento personalizado entre jornalistas e utilizadores, 7) importância do fomento da criação de comunidades de utilizadores, 8) papel determinante dos departamentos multimedia das estações televisivas face à mobilização de recursos, 9) adaptação da oferta on-line aos interesses dos utilizadores, 10) diversificação de fontes de receita dos sítios quanto a auto-sustentabilidade, 11) dificuldade de pagamento dos conteúdos noticiosos do sítio, 12) aposta em modelo de negócio em parceria, 13) ideia da internet como complemento e não substituição dos media tradicionais, o que inibe a auto-sustentabilidade dos sítios.
Finalmente, para Gustavo Cardoso e Sandra Amaral: "A generalidade dos resultados indicia, por um lado, o reforço da imagem de marca que socialmente está associada às emissões tradicionais da RTP, SIC e TVI (por exemplo: credibilidade, rigor, actualização, diversão, proximidade com os telespectadores) e, por outro, a necessidade de se fazer algumas rupturas de carácter funcional e conceptual face ao jornalismo tradicional e face aos modelos de interactividade tradicionais, não obstante o reconhecimento de que uma tecnologia (quase) nunca é explorada no seu máximo potencial".
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