terça-feira, 16 de janeiro de 2007

UMA MEMÓRIA DO CAFÉ MARTINHO

"Havia na tertúlia um indivíduo já regressado da guerra, interessante e culto, cinéfilo e melómano, que desaparecia periodicamente e voltava sempre. Apresentado pelo Leonel, dizia-se jornalista e pintor de arte, jantava uma bica quando a vida lhe corria pior e o bife à Martinho nos dias melhores. Soubemos que o jornalista se limitava a levar os números premiados da lotaria à redacção de um matutino e, como pintor de arte, fazia cartazes que exornavam as montras dos reataurantes da baixa «Hoje há grão com mão de vaca», «Feijoada à moda da casa», «Caracóis» e outras iguarias cujos anúncios, desenhados a escantilhão, eram da sua lavra e o pagamento andava sempre atrasado ou cobrado em géneros, por necessidade".

Carlos Barroco Esperança (2006). Pedras soltas. Memórias perdidas... e achadas. Lisboa: Marktest, pp. 118-119

2 comentários:

Carlos Esperança disse...

Por ser da autoria do Professor Rogério Santos – uma referência no jornalismo –, sinto-me particularmente honrado com a alusão ao meu livro.

Cumprimentos.

Carlos Barroco Esperança

Carlos Esperança disse...

Por ser da autoria do Professor Rogério Santos – uma referência no jornalismo –, sinto-me particularmente honrado com a alusão ao meu livro.

Cumprimentos.

Carlos Barroco Esperança