quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

WEB 2.0 EM DISCUSSÃO NO PROGRAMA TELEVISIVO DO CLUBE DE JORNALISTAS

João Alferes Gonçalves moderou e intervieram João Morgado Fernandes (director-adjunto do Diário de Notícias), Paulo Querido (jornalista e colaborador do Expresso) e o blogueiro cá de casa. Falámos de lixo (na internet), gadgets, abundância, necessidade de mediação, futuro dos media, convergência, wikipedia, YouTube - e muito mais. Concluímos pela necessidade imperiosa de pôr os jovens a ler jornais. O saber mais passa também por aqui.

[ler também Mas certamente que sim!, de Paulo Querido]

2 comentários:

Anónimo disse...

A PROPÓSITO DE GATEKEEPERS
[115] -- No CLUBE DE JORNALISTAS, na quarta-feira (RTP2, 17.1.2007), falando sobre lixo e abundância na internet e na blogosfera, Rogério Santos dava o seguinte exemplo, como sendo um fenómeno novo. Dizia ele, espero estar a transcrever o mais exectamente possível, que se fizer uma pesquisa sobre Immanuel Kant no Google -- ou sobre outro autor -- aparecem milhares e milhares de entradas. Os elos que surgem primeiro na ordenação não são necessariamente os melhores trabalhos -- aliás, o mais provável é que não sejam... -- daí, em certa medida, a necessidade de gatekeepers.
Vamos por partes. O fenómeno da abundância e do lixo associado à internet é novo?
Não. Quanto muito a diferença está na ordem de grandeza, o que é natural.
A propósito de lixo na pré-história da internet e da blogosfera, um exemplo. Quando andava a estudar no início da década de 1990, lembro-me perfeitamente que umas das rotinas que me dava prazer era, todas as semanas, ir à livraria Buchholz comprar um ou dois livros sobre relações internacionais e política internacional, geralmente de autores anglo-saxónicos. Tal como na pesquisa do Google, os livros que estavam na bancada das novidades, nem sempre eram os melhores. (Os clássicos, por regra, estavam nas prateleiras, mais discretas, ao fundo da livraria.) Inevitavelmente, confrontado com a abundância, comprei muito lixo ao longo dos anos. Dito isto, com o tempo fui aprendendo a triar, a reconhecer os autores e as referências cuja credibilidade e qualidade estava acima de qualquer dúvida.
O que é que nessa altura me faltava?
Não eram gatekeepers, seguramente, mas sim mediadores. Perante a minha inexperiência e desconhecimento, faltaram-me, ocasionalmente, professores informados que me ajudassem a evitar comprar livros banais ou medíocres.
É isso que falta, eventualmente, à blogosfera, i.e. mediadores e não gatekeepers. Na verdade, para ser rigoroso, eles já existem. Há determinados blogues cujas recomendações de leitura são para mim, como para si, uma garantia de que do outro lado há, de facto, algo que merece ser lido.
Esta diferença entre gatekeepers e mediadores pode parecer à primeira vista um preciosismo, mas não é. Um e outro correspondem a grelhas de leitura totalmente diferentes. O primeiro tem a pretensão de controlar a informação, como se ainda estivéssemos numa situação de canal fechado, algo que nos dias de hoje é manifestamente impossível. O segundo não pretende controlar a informação, mas sim geri-la em canal aberto.


# posted by PG : 14:12
in BLOQUITICA

Anónimo disse...

Tenho pena de não ter visto, porque imagino que tenha sido bastante interessante. Por acaso não existe nenhum registo video online onde possa recuperar o programa?