domingo, 21 de janeiro de 2007

WRESTLING

Eu já desconfiava do aumento da violência provocado pelo novo programa de televisão sobre a modalidade de luta greco-romana à americana. Trazido pelo director de programas da SIC, Francisco Penim, para a tarde de domingo do canal generalista, medi o êxito junto de crianças e adolescentes aquando do recente "espectáculo" de wrestling no Campo Pequeno (começo deste mês), pelas imensas filas de jovens que compravam bilhete e pela enchente na área de restauração do centro comercial. Muitas crianças eram acompanhadas pelos pais, em sinal significativo de aprovação. Anteriormente, o wrestling provocara uma enchente no Pavilhão Atlântico, o que voltará a acontecer provavelmente em meados de Junho.

O jornal Público dedica quase duas páginas da edição de hoje ao tema. Imitando Batista e outros, as crianças agarram os amigos pelo pescoço e atiram-nas ao ar ou ao chão. Ou saltam em cima delas.

Há uma forte ligação entre televisão, videojogos e espectáculos - em Portugal, está já montada toda a cadeia de valor de uma indústria cultural. E com fortes influências na saúde dos seus fãs. Por verem na televisão, nos videojogos e nas performances das estrelas da luta em espectáculos ao vivo, as crianças acreditam que têm capacidade de imitar os heróis. Podendo, facilmente ir parar ao hospital, como já alertam a Associação para a promoção da Segurança Infantil e a Associação dos Consumidores dos Media, diz o artigo da jornalista Bárbara Wong.

4 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez mais se deve partir da mediação dos conteúdos em casa do que confiar na escolha de quem tem algo a ganhar com isso.

Os pais têm um papel fundamental.

Num colégio que frequentei (e ainda hoje o meu irmão frequenta) tanto os telemóveis, como os diablos, as cordas e as Magic Cards e os Gameboys eram proíbidos. A mais recente proibião é a de não se poder brincar ao wrestling. Deve ser a única proibição que não me faz tanta alergia.

Desde que se tenha um papel activo na educação dos filhos e, portanto, os pais se envolvam no processo de apropriação por parte destes, explicando que não passa de mero teatro (etc.)... Ao estar a não mostrar algo ou a proíbir, creio que seja rotular os miúdos de imbecis e os pais de incompetentes.

Há uns que são e outros não.

Principessa disse...

e digo-o também eu num jornal mais modesto, nomeadamene em O SESIMBRENSE:

http://www.osesimbrense.com/artigo.asp?id=279&edicao=10

P.S. Gostei de o envir no Clube de Jornalistas. Fez lembrar o tempo de aulas :)

Rogério Santos disse...

Obrigado. Eu não vi a Ana Filipe na entrega de diplomas a semana passada.

Principessa disse...

estava a trabalhar para o jornal, não pude ir... :( foi pena, mas é no que dá já ser "crescido"...