Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 5 de março de 2007
INTERNET E NICHOS DE MERCADO
A longa cauda é um livro de Chris Anderson, director da revista Wired. Foi lançado nos Estados Unidos cerca de Junho do ano passado e já se encontra traduzido em português (edição da Actual Editora).
O argumento central de Chris Anderson é que, à medida que o custo de distribuição baixa, as empresas on-line podem armazenar mais títulos, vendendo não apenas os hits mas todos os títulos (nem que seja um por mês), de modo que a curva de vendas possui uma grande cauda, com muitas vendas em poucos títulos (e com 90% dos lucros) mas igualmente com vendas, ainda que pequenas, desses outros títulos em catálogo. A venda por internet atinge sempre algum interessado numa obra, nem que seja antiga ou editada por uma empresa marginal e desconhecida. O que quer dizer que os grandes lucros podem estar em nichos de mercado, mesmo que os preços de venda sejam baixos e a procura reduzida em cada título. Na sociedade da cauda longa, funciona melhor o passa-palavra que o marketing, restabelecendo a importância da comunicação interpessoal na venda de bens e serviços.
Foi um dos livros que mais prazer me deu o ano passado. Agora, estou a recuperá-lo com a leitura da tradução nacional.
Algumas palavras-chave do livro: agregadores, blogues, catálogo, curva de vendas, economia, edição de autor, google, hits, internet, nichos de mercado, pro-am (profissional-amador), recursos, tecnologias digitais, wikipédia. Pro-am significa a cooperação entre profissionais e amadores, caso da escrita da wikipédia, no sentido de cultura participativa, de Henry Jenkins.
Citação do livro: "quanto menores os custos de venda, maior o volume de vendas. Como tal, os agregadores são uma manifestação da segunda força: a democratização da distribuição. Todos eles reduzem as barreiras de entrada no mercado, permitindo que cada vez mais produtos transponham essa barreira e consigam encontrar a sua clientela própria" (pág. 92).
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