O programa de O Estado do Mundo de 2007, da Gulbenkian (ainda integrado nos 50 anos de existência da fundação), inclui conferências (A urgência da teoria), cinema, artes visuais, teatro musical, dança e ópera, entre outras actividades.
A urgência da teoria
"Tomar o espaço público como um espaço privilegiado para a apresentação e discussão de teses ou aporias que questionem as múltiplas dimensões das sociedades contemporâneas, dos seus actores, das suas práticas e dos seus desejos foi, desde o início, um dos principais propósitos e razão substancial para a realização deste Fórum Cultural. Para este conjunto de grandes lições eruditas e não opinativas – dada a qualidade teórica e o prestígio intelectual dos professores convidados – solicitou-se a apresentação de lições que correspondam aos campos de saber dos seus autores e aos seus trabalhos de investigação mais recentes. Abertas a todos os interessados, elas contam, à partida, com um público constituído por todos os estudantes e professores de todas as instituições de ensino que, em Lisboa, decidiram, desde o início do ano lectivo de 2006/07, integrar na parte curricular das suas licenciaturas, pós-graduações ou mestrados, temas do O Estado do Mundo".
Do programa de conferências em Maio/Junho, prevêem-se as seguintes:
- dia 18, Marc Ferro: O Ressentimento: Força obscura e produto da História (Resentment: Dark force and a product of History),
- dia 19, Mehdi Belhaj Kacem: Niilismo e democracia (Nihilism and democracy),
- dia 20, Suely Rolnik: Lygia chamando (Lygia calling),
- dia 22, Miguel Vale de Almeida: Da diferença e da desigualdade: lições da experiência etnográfica (On difference and inequality: lessons from the ethnographical experience),
- dia 23, Daniel Miller: Sociedades muito, muito pequenas (Very, very small societies),
- dia 24, Rasem Badram: Reflexões sobre a narrativa do lugar (a conversa infinita) (Reflections on the narrative of place (the infinite conversation)),
- dia 25, Bernard Stiegler: Tomar cuidado (To take care),
- dia 26, Paul Gilroy: Multicultura e convivialidade na Europa pós-colonial (Multiculture and conviviality in post-colonial Europe),
- dia 27, Andy C. Pratt: O estado da economia cultural: ascensão da economia cultural e desafios do desenvolvimento de políticas culturais (The state of the cultural economy: the rise of the cultural economy and the challenges to cultural policy making),
- dia 29, Paul D. Miller: Ciência do Ritmo (Rhythm science),
- dia 30, Filipe Duarte Santos: Sustentabilidade, cultura e evolução (Sustainability, culture and evolution),
- dia 31, Pedro Magalhães: A "ciência" da ciência política (The "science" of political science),
- dia 1 de Junho, Antonio Cicero: Da actualidade do conceito de civilização (The concept of civilization in the present),
- dia 2, Danièle Cohn: Pensar as artes, hoje: as artes, o verdadeiro e o justo (Reflecting about the arts, today: art, the truthful and the fair).
Destes nomes, retenho dois (não os estudei tanto quanto queria), Daniel Miller e Andy C. Pratt. Daniel Miller é professor de Estudos de Cultura Material no
Departamento de Antropologia da University College, em Londres e autor e editor de livros como Material Culture and Mass Consumption (1987), A Theory of Shopping (1998), The Cell Phone (com H. Horst, Berg, 2006) e da colectânea Materiality (Duke, 2005).
Já Andy C. Pratt é docente de economia cultural urbana na London School of Economics (Centro de Investigação Urbana/Departamento de Geografia). Especialista de organização social do desenvolvimento económico, cidades e espaço económico. A sua investigação incide, actualmente, sobre os aspectos sociais dos processos económicos de aglomeração (instituições e redes), envolvendo trabalho sobre "políticas industriais, criatividade e inovação" e organização económica. Recentemente, passou a dedicar-se também ao estudo da "economia de reputação" e dos "aglomerados culturais".
[agradecimentos a António Pinto Ribeiro]
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