Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
domingo, 29 de abril de 2007
D. JOÃO, DE MOLIÈRE
O cenógrafo João Mendes Ribeiro chama praticável à superfície levemente inclinada em que a peça D. João se desenvolve (série de espectáculos de 14 a 28 de Abril no Teatro Nacional de S. João, no Porto). Portas, alçapões, espelhos, entradas e saídas, nascem desta plataforma, a qual ainda serve de demarcação do tempo.
No topo do praticável, o clarinetista Carlos Piçarra Alves, como se fosse uma testemunha permanente dos factos, pontua as intervenções destes. Com temas de Vítor Rua, Maurice Ravel e Rahul Dev Burman.
D. João (Pedro Almendra) e Esganarelo (Hugo Torres), donjuan e o seu aio - que também funciona como voz da consciência, dizendo o que o patrão pensa mas censurando aqueles que agem como o patrão -, ocupam todo o praticável.Também gostei particularmente de João Castro (no papel de Pierrot) e Joana Manuel (no papel de Dona Elvira). Com microfones em cada actor, eliminam-se as dificuldades de audição que se encontram, por vezes, nos palcos.
Na sexta-feira, a plateia estava cheia. Muitos jovens em grupo (possivelmente oriundos de escolas secundárias) não regatearam aplausos no final. O que é agradável para os artistas.
O Manual de Leitura, uma espécie de jornal, tem muitos e bons textos sobre a peça.
Tradução da peça por Nuno Júdice, encenação de Ricardo Pais.
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