quarta-feira, 23 de maio de 2007

ECONOMIA DA CULTURA E INDÚSTRIAS CULTURAIS EM SÉRGIO SÁ LEITÃO


Sérgio Sá Leitão foi jornalista na Folha de São Paulo, no Jornal do Brasil e no Jornal dos Sports, chefe de gabinete do Ministro da Cultura e Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, entre 2003 e 2006, onde coordenou programas como Música do Brasil e CulturaPrev e programas de Economia da Cultura. Hoje, é assessor da Presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social), onde foi um dos responsáveis pela criação do Departamento de Economia da Cultura e do Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual.

Ao sítio
Cultura e Mercado (S. Paulo, Brasil), editado hoje, Sérgio Sá Leitão falou da economia da cultura e das indústrias culturais (entrevista realizada por Guilherme Jeronymo). Ficam aqui algumas ideias (grafia original):

  • Do ponto de vista da economia, a expressão economia da cultura identifica o conjunto de atividades econômicas relacionadas à cultura, incluindo a criação e o fazer cultural. Do ponto de vista da cultura, o conjunto das atividades culturais que têm algum impacto econômico. Pode-se incluir neste conjunto qualquer prática direta ou indiretamente cultural que gere valor econômico, além do valor cultural. A economia é, portanto, uma das dimensões da cultura. E a economia da cultura constitui um campo da economia. As atividades geradoras de valor econômico deste setor cultural e criativo são as que constituem o campo da economia da cultura e influenciam outros setores, como os de ciência e tecnologia e de eletro-eletrônicos.

    [...] Pesquisas recentes indicam que a economia da cultura é, atualmente, o setor que mais cresce, gera renda, exporta e emprega, e o que melhor remunera. É ainda o que mais impacta outros setores igualmente vitais. E produz maior valor adicionado. Está baseado no uso de recursos inesgotáveis (como a criatividade) e consome cada vez menos recursos naturais esgotáveis. Apresenta um uso intenso de inovações e impacta o desenvolvimento de novas tecnologias. Finalmente, seus produtos geram bem-estar, estimulam a formação do capital humano e reforçam os vínculos sociais e a identidade.

    [...] As indústrias culturais e seus serviços derivados são a vitrine deste campo. Refiro-me à indústria editorial, à indústria do audiovisual e à indústria da música, entre outras. Tais setores estruturam-se como cadeias produtivas. Basicamente, dizem respeito à criação, produção, distribuição e consumo de conteúdos e experiências culturais. Mas há também as atividades econômicas relacionadas à cultura que se estruturam como arranjos ou sistemas produtivos locais. E as de caráter individual, associativo e institucional. Além do setor industrial da cultura, que inclui os segmentos do audiovisual, da música e da publicação de livros, entre outros, o estudo inclui, no campo da economia da cultura, a indústria da mídia (imprensa, rádio e TV), o campo criativo (moda, arquitetura, publicidade, design gráfico, design de produtos e design de interiores), o turismo cultural e as expressões artísticas e instituições culturais (artes cênicas, artes visuais, cultura popular, patrimônio material, museus, arquivos, bibliotecas, eventos, festas e exposições).

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