segunda-feira, 28 de maio de 2007

NOTAS - 2


No Fórum do País, programa da RTPN, do passado dia 16 de Maio, falou-se sobre blogues. Estavam presentes quatro blogueiros, como as imagens seguintes mostram [publicadas no blogue Mas certamente que sim!, de Paulo Querido: 1) Luis Santos e Paulo Querido, 2) Gabriel Silva e Rogério Santos, 3) os quatro intervenientes com a jornalista Magda Rocha].


Da passagem pela televisão, nos estúdios de Vila Nova de Gaia, tomei algumas notas que agora edito.

Blogue como meio popular

A internet tornar-se-á mais popular que a televisão. À medida que mais utilizadores aderirem à internet, esta torna-se um mercado mais completo - informação e entretenimento. E onde as fantasias e as obsessões terão mais dimensão, em contrapartida.

O popular corre a par de uma recepção mais activa que a televisão (nós reconstruímos socialmente as narrativas da televisão, caso das telenovelas, como indica um livro recente de Verónica Policarpo). Mais do que recepção activa, a internet é um meio de produção. Criar um blogue é muito mais simples que uma página pessoal. Esta tem uma construção mais institucional, com janelas mais fixas e linhas para outras janelas ou documentos. O blogue tem uma estrutura pós-moderna, flexível, efémera (onde mensagens novas arrastam para fora do campo visual do ecrã as mensagens antigas), experimental e provisória (os pensamentos, os postais enquanto anotações diárias que não reflectidas). Se quisermos, a página pessoal/institucional reflecte uma filosofia de estar; o blogue a espuma dos dias, o tema de entre um café e uma leitura de jornal.

Blogue como meio da "realidade"

Os meus alunos e eu trabalhámos recentemente um texto sobre reality tv, televisão da realidade. Os reality shows, os programas que mostram a casa dos concorrentes e alguns talk shows incluem-se na televisão da realidade. Onde as histórias das pessoas comuns, anónimas, são mostradas, os pequenos segredos pessoais revelados.

Ora, o blogue, especialmente com o YouTube desde o ano passado, com os pequenos vídeos domésticos, aproxima-se deste conceito de meio real. Num vídeo, conta-se a história de um indivíduo, ingénua até, se quisermos. Mas em que os pequenos gostos e obsessões são identificados. Claro que, quantos mais vídeos na internet, menos audiências. Mas há a cauda longa, como Chris Anderson fala no seu livro recente. Uma boa etiqueta (tag) pode trazer alguma fama a um vídeo, a uma mensagem de blogue. Este transmite, pelas opiniões, sugestões, a ideia de reality internet, mercado mais completo embora virtual (não escrevi: esfera pública).

O acesso ou o esquecimento ou a fama efémera associam-se nele.

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