Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
LANÇAMENTO DO LIVRO DE FERNANDO CORREIA E CARLA BAPTISTA
Fernando Correia e Carla Baptista lançaram, ao fim da tarde de hoje, o seu livro Jornalistas. Do ofício à profissão. Para o apresentar estiveram José Carlos Vasconcelos e José Manuel Paquete de Oliveira (também previsto, Urbano Tavares Rodrigues não apareceu, por questões de saúde).
O que trouxe, de novo, o livro, interrogava-se a co-autora Carla Baptista. Para ela, serviu para revalorizar a profissão de jornalista.
Foi isso que os dois apresentadores fizeram, contando muitas histórias desse tempo já antigo mas muito presente na memória dos que o viveram e dos que fizeram agora a história. Para José Carlos Vasconcelos, o livro foi feito com muito amor, com paixão e entusiasmo. Se a tese do livro indica que o jornalismo passou, nesse período, de ofício para profissão, isso quer dizer também que aumentou a consciência jornalística e a intervenção cívica, embora não compensada pela fama e pelo poder. Os jornais da tarde - Diário Ilustrado, República, Diário Popular, Diário de Lisboa, A Capital, A Bola - seriam recordados no livro e também nas histórias contadas por José Carlos Vasconcelos. Organização e funcionamento da sala de redacção e valorização profissional nessa época de charneira (1956-1968, o período histórico abordado no livro) foram outros realces de José Carlos Vasconcelos.
Já Paquete de Oliveira - jornalista entre 1960 e 1969 na imprensa da Madeira e que recordou as diferenças de censura entre o continente e a actual região autónoma, mais liberal na Madeira que aqui -, preferiu destacar algumas ideias fortes que a leitura do livro lhe proporcionou: 1) os anos 60 produziram muitos jornalistas que se destacariam no panorama nacional até hoje, 2) a importância do processo de produção das notícias, 3) o difícil acesso à profissão (por razões políticas) e as questões da ética e da deontologia (hoje, de novo, em questão), 4) a ausência das mulheres na imprensa, 5) o papel do sindicato, 6) o dicionário enciclopédico de jornalistas do período retratado no livro. Paquete de Oliveira ainda salientou a necessidade de estudar a mediação e os actores dessa mediação.
[embora não visível na imagem fixa, mas compreensível nos dois pequenos vídeos, a mesa estava composta por cinco elementos, sendo da esquerda para a direita: José Manuel Paquete de Oliveira, José Carlos Vasconcelos, Zeferino Coelho, o editor da Caminho, Carla Baptista e Fernando Correia]
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