Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
POSTAIS DE BERLIM - 1
Berlim é uma cidade muito fotografável. Mas estas fotografias dão grande visibilidade a uma longa história de extremos na vida da cidade - rica construção (poder político, burguesia empreendedora), destruição (pelas guerras), reconstrução (novamente poder político, empresas e empresários, artistas e intelectuais).
Iniciada no século XIII, Berlim torna-se uma cidade importante no século XVII quando Friedrich I eleva o Brandeburgo a reinado da Prússia. Ele e um seu sucessor, Friedrich II (1740-1786), deram um forte apoio à cultura e às artes da cidade.
Pouco tempo depois, era criada a Porta de Brandeburgo (Brandeburger Tor), de autoria de Carl Gotthard Langhans (1795), encabeçada pela Quadriga, do escultor Johann Gottfried Schadow. Nas guerras napoleónicas, a França levou a escultura, regressada ao seu local em 1814 (a porta seria restaurada entre 1956 e 1958 e a escultura reconstruída).
Na parte final do século XIX, o chanceler Otto von Bismarck entrou em guerra com a Dinamarca e a França e conseguiu a unificação de 22 estados e cidades livres alemães, com Berlim como capital (1871). Até ao final desse século, a capital cresceu em população e assistiu a um surto de grande desenvolvimento intelectual. Esgotos (1876), instalação eléctrica nas ruas (1879), telefones e linha ferroviária, a S-Bahn (1881), trouxeram condições de cidade moderna.
As duas Guerras Mundiais (1914-1918; 1939-1945) representaram a destruição de grande parte dessa enorme metrópole. A divisão de Berlim pelos países ocupantes na II Guerra fez com que um deles, a União Soviética, construísse um muro separando as partes ocidental e oriental (1961). Apenas em 1989 o muro seria derrubado e a cidade unificada (e o país também).
O Hackesche Höfe [Höfe significa pátios] data de 1906, projectado por Kurt Berendt e August Endell, elementos principais do movimento artístico da Secessão. Em especial o primeiro pátio constitui motivo de grande atracção, servido por cafetarias e restaurantes. Fica numa zona residencial e de grande movimento comercial (ruas Rosenthaler, Oranienburger e Sophien).
Mas também a ilha dos museus é um espaço (território entre afluentes do rio Spree) muito visitado e fotografado, como o Altes Museum (arte grega), o Pergamon-museum (arte grega, arte egípcia e do Próximo Oriente, casos da arte assíria e islâmica) e a Berliner Dom (catedral).O busto de Nefertiti é, sem dúvida, o mais fotografado. Ouve-se constantemente os guardas do museu dizerem alto no flash, lembrando aos visitantes que podem fazer imagens mas sem recurso ao flash da máquina.
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2 comentários:
Estive lá este verão e concordo plenamente. Voltei com algumas centenas de imagens. Gostei particularmente do lado cosmopolita da cidade e do facto de se encontrar essa "longa história de extremos" que refere.
De dia, de noite, espontâneos tocando música nas praças, clarinetes, violinos, risos.
Ensaios de orgão em igrejas a que se pode assistir sem ser crente.
Para quando algo disto em Lisboa?
Parabéns! Como sempre, são muito conseguidos os seus vídeos.
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