Do livro de José Afonso Furtado - O papel e o pixel. Do impresso ao digital: continuidades e transformações - já aqui escrevi longamente, aquando da sua edição brasileira.
Agora, com a chancela da Ariadne (Lisboa) foi feita uma nova edição. O seu lançamento foi ontem na Casa Fernando Pessoa (Lisboa). O professor João Caraça fez a apresentação (ver vídeo).
Recupero o que escrevi em 18 de Março do ano passado:
- do mesmo modo que se fala na substituição do cinema pelo vídeo, também se fala no desaparecimento do livro e emergência de suportes digitais. A internet, diz Furtado traduz-se no surgimento de novas formas de escrita, edição, distribuição e leitura, mas também de editores electrónicos, livrarias virtuais, obras hipertextuais e dispositivos de leitura de livros electrónicos. Furtado chama a atenção para uma ecologia que evita a oposição simplista entre impresso e digital, pois a passagem da cultura do livro em papel para o digital não é a morte de uma por outra mas antes uma transição, existe mais compromisso que ruptura. E apela à distinção produzida por Martin-Barbero entre palimpsesto e hipertexto: aquele põe-nos em contacto com a memória e a pluralidade dos tempos que acumulam os textos, este remete para a enciclopédia e para a intertextualidade. O que nos conduz para a aceitação de três modos diferentes de inscrição e transmissão dos textos: manuscrito, impresso e electrónico.
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