Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 15 de dezembro de 2007
BLOGUES JAPONESES
No suplemento "Digital" (Público) de hoje, vem um artigo interessante sobre blogues japoneses (trabalho de Blaine Harden, do Washington Post).
Diz o texto que, enquanto os americanos fazem blogues para se destacarem, os blogues japoneses servem como veículo de integração. Com uma longa tradição de escrita a caneta de diários em papel, os computadores serviriam para actualizar o formato, com igual recurso à escrita em telemóveis. O uso desta última tecnologia significa a escrita curta e muito actualizada. Escrita sobre coisas do quotidiano, como gatos, flores, bicicletas, pequenos almoços, estrelas de televisão e gadgets.
Se os blogues americanos procuram ganhar visibilidade enquanto autoridade no seu campo, os japoneses são frequentemente anónimos e funcionam como arquivos para os seus pensamentos e informações que vão recolhendo. Ao lado discursivo dos blogues americanos corresponde um estilo japonês de narrativa pessoal. Os blogues japoneses evitam a polémica ou o escrever negativamente sobre algo, talvez o lado conformista ou tranquilo da sociedade oriental de busca de consensos.
Quando escrevo aqui, reconheço-me em algumas destas perspectivas. Por vezes, escrevo sobre o que leio, sobre os sítios por onde passo e as observações sobre isso. Mas também procuro exprimir o que sinto sobre o que acontece, com tomada de posição. Ainda há dias, escrevia sobre o provedor do ouvinte da rádio pública. Embora de modo contido, manifestei a minha opinião, aliás retomada em outros blogues, como Contrafactos & Argumentos, de Pedro Fonseca, e Blogouve-se, de João Paulo Meneses. As posições destes blogueiros, embora não exactamente concordantes com a minha, demonstram outra característica dos blogues não acentuada no artigo que refiro no topo da mensagem: a circularidade de opiniões, que se torna riqueza de pontos de vista.
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