Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
NOTAS PARA UMA AULA DE TEORIA DA COMUNICAÇÃO (2)
Para Carlos Araújo (2001: 119), no começo do século XX, investigadores da escola de Chicago como Park, Burgess e Cooley estudaram os processos comunicativos a nível microssociológico, tendo a cidade como local de observação. No mesmo período, Charles Peirce escreveria sobre semiótica, campo de trabalho sobre os significados a partir da perspectiva pragmática. Nos anos de 1930, H. Blumer, igualmente da escola de Chicago, falou de interaccionismo simbólico, e autores da escola de Palo Alto, vindos de áreas como antropologia, linguística, matemática, sociologia e psiquiatria, inauguravam outra tradição, reunidos à volta de Bateson, Goffman e Watzlawick, os quais propuseram uma compreensão da comunicação como processo social permanente.
Contudo, estas correntes seriam marginais face ao que se designou como mass communication research, hegemónica entre os anos 1920 e 1960. Carlos Araújo (2001: 120) fala em três grandes grupos de investigação: 1) teoria matemática da comunicação, 2) corrente funcionalista (Lasswell, Lazarsfeld, Merton), 3) mass communication research, voltada para os efeitos (e que recobre a segunda corrente), com teoria dos efeitos ilimitados, efeitos limitados e efeitos cognitivos de longo prazo.
O mesmo investigador encontra quatro características comuns na comunicação de massa: 1) orientação empírica, 2) carácter pragmático, com estudos feitos com base em encomendas do Estado e das grandes empresas, 3) estudos voltados para a comunicação mediática, e 4) com um modelo comunicacional fundador (emissor, receptor, canal, sinal, ruído).
Assim, podemos concluir que, com a mass communication research nos EUA e por volta dos anos 1930, se desenvolveram estudos sobre os media, em especial analisando os seus efeitos e funções – o que marcou, por outro lado, o início da teoria da comunicação.
Leitura: Carlos Alberto Araújo (2001). “A pesquisa norte-americana”. In Antonio Hohlfeldt, Luiz C. Martino e Vera Veiga França (org.) Teorias da Comunicação. Conceitos, Práticas e Tendências. Petropólis: Editora Vozes
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