domingo, 30 de março de 2008

KLIMT, KOKOSCHKA, SCHIELE



Gustav Klimt, Oskar Kokoschka e Egon Schiele são apenas três nomes do enorme universo artístico e cultural da Viena que passou do século XIX para o XX. Outros nomes famosos nos domínios da música, do cinema, da literatura e das ciências exactas deram igual destaque à cidade, marcando-a com uma qualidade ímpar, nascendo e desenvolvendo lá o seu trabalho (ou tornando-se cidadãos do mundo): Sigmund Freud, Alban Berg, Arnold Schönberg, Anton Webern, Frtiz Lang, Josef von Stenberg, Adolf Loos, Otto Wagner, Victor Adler, Ludwig Boltzmann, Herman Broch, Alois Riegl, Arthur Schnitzer e Ludwig Wittgenstein. Mas ainda Robert Musil, Wilhelm Reich, Joseph Schumpeter. O edifício da Secession é um dos magníficos exemplos, perto dos edifícios de Wagner e não muito longe do palácio de Beleverde (que são dois), onde a obra de Klimt e dos seus pares pode também ser apreciada.

A obra de Klimt é mais conhecida, do ponto de vista da massificação da cultura (caso da pintura O beijo ou do painel a Beethoven, no edifício da Secession), mas Kokoschka é um pintor que ocupou o lugar de Klimt após a sua morte enquanto expoente máximo vienense. Kokoschka, com uma exposição temporária até 12 de Maio no Belvedere, merece toda a atenção. Um expressionismo forte, uma arte dedicada aos cartazes e às revistas (ver Der Sturm), nus estilizados são algumas das ideias fortes deste pintor que teve uma grande paixão por Alma Mahler. Alma, de vida sentimental atribulada, não terá retribuído; Kokoschka encomendou um boneco que a lembrasse, mas este veio tão tosco que nada a fazia comparar à mulher.

Klimt e Schiele desapareceram em 1918, ficando Kokoschka. Schiele tinha 28 anos, quando começava a ganhar prestígio depois de uma juventude de fortes controvérsias, dividido entre a modelo de alguns dos seus trabalhos (e que já fora de Klimt), Wally Neuzil, e Edith Harm, com quem casaria. Desgostosa, Wally alistou-se na Cruz Vermelha durante a Primeira Guerra Mundial, acabando por morrer de escarlatina na frente dos Balcãs; entre Outubro e Novembro de 1918, Edith e Schiele morriam da gripe espanhola.


4 comentários:

Anónimo disse...

Viajar a pensar que posso levar alguém comigo

Partilhar, informar, despertar para, acrescentar o meu olhar ao daqueles que me precederam, passa-lo aos outros - Rogério Santos.

Sentimos sempre uma certa curiosidade em observar o que o outro vê. Os meus olhos nao sabem, nao podem guardar tudo. Entao gosto de ver com os olhos dos outros.
Aqui gosto de ver a Mulher que sustenta, alimenta a nossa imaginaçao, aquela que esta escondida e vive claramente na obra... Vivera?
Vive hoje aqui pela mao e no olhar de Rogério dos Santos, e eu na sua companhia.

Constança Lucas disse...

são artistas intensos e muito bons

abraços
Constança

Anónimo disse...

Para a Constança:
Irritam-me "intensidades" mudas. Sabem-me a bolos com ovos de aviario. é por isso que eu nunca tive casa sem horta.
Froilas

Anónimo disse...

RECONVEXO
Maria Bethania

Eu sou a chuva que lança a areia no Saara

Sobre os automóveis de Roma

Eu sou a sereia que dança, a destemida Iara

Água e folha da Amazônia

Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra

Você não me pega, você nem chega a me ver

Meu som te cega, careta, quem é você?

Que não sentiu o suingue de Henri Salvador

Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô

E que não riu com a risada de Andy Warhol

Que não, que não, e nem disse que não

Eu sou o preto norte-americano forte com um brinco de ouro na orelha

Eu sou a flor da primeira música,

A mais velha e mas nova espada e seu corte

Eu sou o cheiro dos livros desesperados, sou Gitá gogoya

Seu olho me olha, mas não me pode alcançar

Não tenho escolha, careta, vou descartar

Quem não rezou a novena de Dona Canô

Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor

Quem não amou a elegância sutil de Bobô

Quem não é recôncavo e nem pode ser reconvexo