sábado, 1 de março de 2008

O FILME DOS IRMÃOS JOEL E ETHAN COHEN

  • Porque é que havíamos de confiar em Ed Tom Bell? O filme, de resto, dá-nos razão. Saímos, por isso, da sala de cinema com uma ponta de desgosto na alma, apesar de tudo gostamos que o cinema recomponha a realidade, pelo menos na ficção a justiça há-de prevalecer. Pobres de nós, espectadores, se quisermos ir buscar a Este país não é para velhos qualquer forma de conforto (Jorge Leitão Ramos, Expresso de hoje).
Ontem à noite, eu também verifiquei o espanto e a incredulidade nos espectadores face ao final do filme. Ao mau da fita, Anton Chigurh (desempenhado por Javier Barden), que foge após um embate violento do carro em que seguia, mesmo com um osso do braço à espreita, opõe-se Ed Tom Bell (desempenhado por Tommy Lee Jones), o xerife já reformado e que comenta com a mulher que tem uma idade muito mais elevada que o pai, quando este morreu assassinado. De fora estava já Llewelyn Moss (desempenhado por Josh Brolin), um ladrão com quem nós simpatizamos mas achamos estranhas as suas opções de vida e decisões, assassinado entretanto, quando o xerife estava a chegar junto dele. Aliás, o xerife nunca chega à fala quer com o ladrão quer com o mau da fita.

Um apontamento: não concordo com Jorge Leitão Ramos, quando diz que Chigurh não tem alma. Para mim, ele é super-homem: está nos sítios certos, sabe onde estão os indivíduos que ele procura, caminha como se fosse um robô, não tem moral e a dor é superada facilmente, operando-se a si mesmo e regenerando as suas deficiências e dificuldades.

Em meu entender, as estátuas de Hollywood que o filme arrecadou são inteiramente merecidas.

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