Por qualquer razão inexplicável, não li o texto de 2 de Fevereiro de José-Manuel Nobre-Correia no Diário de Notícias (secção "Planeta Média"). Recupero uma parcela, agora que acedi ao conjunto dos seus textos já publicados, e que nos deve levar a reflectir:
- Em matéria de média, apesar das redes de cabo, das antenas parabólicas e da internet, Portugal continua também a viver demasiado longe de tudo. Longe do resto da Europa. Quando tal situação é de facto insustentável.
O salazarismo condicionou gravemente a afirmação do jornalismo e das empresas de média. A “revolução dos cravos” instituiu o militantismo e dizimou ingloriamente jornais e rádios com longa história. O neoliberalismo favoreceu a eclosão de uma paisagem mediática confrangedora. Observar a Europa, inspirar-se nos melhores exemplos dos vizinhos, ousar por em questão o tempo e o modo que definem o pais, são tarefa urgente…
Portugal fica longe da Europa. Afinal, parece que os bens circulam da Europa para cá (como as televisões de plasma ou os telemóveis com vídeo), aproveitando as auto-estradas que se construiram na gorda década de 1986-1998, mas as pessoas não se consideram (ou não são tratadas como) com cidadania europeia.
Pessimismo realista? Em Nobre-Correia é evidente.
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