sábado, 7 de junho de 2008

LAWRENCE GROSSBERG E A JUVENTUDE


Lawrence Grossberg é um professor cuja obra sobre os cultural studies americanos é das mais fundamentais. Ele esteve em Lisboa, como aqui já referi (9 e 10 de Maio).

Os jornais de referência deram conta dessa passagem, primeiro o Público (Vítor Belanciano, 19 de Maio), agora o Expresso (António Guerreiro, hoje).


Os títulos das entrevistas ou artigos têm uma grande proximidade: "Os jovens não acreditam no futuro e a culpa é nossa" (Público), "Pop. A ideologia da juventude" (Expresso). Onde Grossberg indica que a juventude emerge como categoria importante da modernidade, na transição do século XIX para o XX, relacionada com o futuro e o american dream (Expresso), com a música a ser um grande factor de identidade. Grossberg estudaria as tendências da cultura juvenil até aos movimentos de contracultura dos anos de 1960 e 1970, um dos pontos de referência dos cultural studies igualmente na vertente europeia da escola de Birmingham.

Diz de modo mais acentuado na entrevista ao Público: "Para a minha geração - talvez até aos anos 1980 - a música era das poucas coisas que tínhamos em comum. Intensificava o sentimento de pertença. Agora a música está integrada no quotidiano, ao lado dos computadores, internet, telemóveis. A forma como a música atribui intensidade mudou. Não é menos ou mais intenso, mas o contexto mudou". Ou, voltando ao Expresso: "não se pode dizer que haja uma desmobilização total em relação a qualquer activismo político, a capacidade de mobilização deslocou-se para a luta de causas minoritárias e questões mais circunstanciais". Ou indo mais atrás na entrevista a António Guerreiro: "No início do século XX, a juventude tornou-se um símbolo do compromisso da América com o futuro, mas hoje não há um investimento na juventude e a condição dos jovens já não é invejável".

Curiosamente, as entrevistas foram dadas no mesmo dia: 9 de Maio, a avaliar pela t-shirt usada pelo professor americano.


Deixo aqui no blogue um excerto da sua conferência do dia 10 de Maio, onde ele falava de cultura e história, modernidade e pós-modernidade:


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