Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
domingo, 21 de setembro de 2008
INDÚSTRIA CULTURAL EM ADORNO
Adorno e Horkheimer usaram o conceito indústria cultural pela primeira vez em 1947. Quarenta anos depois, Adorno revisitava o conceito ("A indústria cultural", 1968, impresso no livro coordenado por Gabriel Cohn Comunicação e indústria cultural, p. 287).
Adorno informa que o uso do termo indústria cultural substituía o de cultura de massa, pois este indica uma cultura surgindo espontaneamente das próprias massas, ou, se quisermos, uma forma contemporânea de arte popular. Já a indústria cultural projecta "produtos adaptados ao consumo das massas e que em grande medida determinam esse consumo". A indústria cultural, continua Theodor Adorno, refere-se à concentração económica e administrativa e é uma integração deliberada dos seus consumidores, a partir do alto, forçando a união de domínios, separados há milénios, da arte superior e da arte inferior, com o prejuízo de ambos.
Pouco mais à frente, Adorno conclui que o consumidor não é rei ou sujeito, como faz crer a indústria cultural, mas o seu objecto. E fala de mercadoria e de total perda de autonomia da obra de arte.
Aplicação prática: ler com atenção a entrevista a José Eduardo Moniz, director-geral da TVI, publicada hoje na "Pública", revista dominical do jornal Público.
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