Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
CALL FOR PAPERS PARA A REVISTA COMUNICAÇÃO E CULTURA
Já foi publicado o nº 5 da revista Comunicação & Cultura, uma edição da Faculdade de Ciências Humanas da UCP e do seu Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, editado pela Quimera e com o título "Mediatização da Dor".
Agora, enquanto se coligem os materiais para o número 6 - Cultura(Lite), coordenado por Mário Jorge Torres e Catarina Duff Burnay - preparam-se os números seguintes, pelo que deixo aqui os call for papers dos próximos.
OS INTELECTUAIS E OS MEDIA
Coordenação: Jorge Fazenda Lourenço e Rita Figueiras
Número: 7
Um pouco mais de um século volvido sobre o célebre caso Dreyfus, no qual a figura do intelectual, personificada por Émile Zola, se desenhou no horizonte do pensamento europeu, importa reflectir sobre a relação dos intelectuais com o espaço público, no contexto actual marcado pela centralidade dos mass media.
Um eixo possível de reflexão diz respeito à forma como as importantes mudanças que atravessam o campo dos media podem influenciar a actividade dos intelectuais: a natureza e o impacto do seu trabalho, bem como a forma de o comunicar. A questão do tempo parece colocar os intelectuais e os media numa situação paradoxal: os primeiros, filhos de um tempo lento que é o da reflexão e da análise; os segundos, pioneiros do tempo veloz que caracteriza o jornalismo e outras formas de expressão mediática. Por outro lado, se as transformações dos media electrónicos e as novas formas de comunicação como a Internet trazem um potencial imenso de divulgação do pensamento e do trabalho dos intelectuais, elas podem também significar uma desvalorização de algumas características a estes tradicionalmente associadas, como o aprofundamento analítico e fundamentado das questões. Como integram os intelectuais estas mudanças?
Reflectir sobre o papel reservado aos intelectuais nos dias de hoje implica ainda considerar o modo como estes surgem representados nos próprios mass media (a que imagens surgem associados?) e como utilizam o espaço mediático. Aqui, o seu trabalho enfrenta um importante desafio. Pois se uma das suas tarefas é reflectir de forma crítica e distanciada sobre a realidade, a verdade é que os media estimulam um olhar narcísico, em que eles próprios se tornam o centro.
A revista Comunicação & Cultura apela à submissão de artigos científicos que abordem o papel dos intelectuais nas sociedades contemporâneas, nomeadamente nas suas relações com a cultura e os media. Entre outros tópicos, aceitam-se contributos que foquem os seguintes aspectos:
- Cultura mediática e redefinição do papel do intelectual
- Os intelectuais e o poder
- Riscos da actividade intelectual na era da “reprodução mecânica”
- Novas tecnologias da comunicação e perfil dos intelectuais: potencialidades e riscos
- O espaço mediático e a sua utilização pelos intelectuais
- Representações do Intelectual
- Género e Espaço Público
Os trabalhos submetidos a apreciação deverão estar de acordo com as normas de publicação(http://www.ucp.pt/site/custom/template/ucptplfac.asp?SSPAGEID=3493&lang=1&artigo=4966&artigoID=3779), podendo ser enviados até dia 30 de Novembro de 2008, para um dos seguintes endereços: E-mail: comunicultura@fch.ucp.pt; Correio: Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Ciências Humanas, Palma de Cima, 1649-023 Lisboa.
IMAGENS DA REPÚBLICA
Coordenação: José Miguel Sardica
Número: 8 (Outono-Inverno 2009)
Data-limite para a recepção de originais: 30 de Abril de 2009
A Primeira República portuguesa – cujo centenário se evocará em Outubro de 2010 – é ainda hoje um período da história contemporânea do país muito marcado pelas polémicas e confrontos que suscitou e que desde então lhe envenenaram qualquer tentativa de análise e compreensão serenas. Sobre o regime de 1910-1926 e sobre as suas figuras mais representativas impendem visões demasiado marcadas pela ideologia e pelos pressupostos de cada observador, criando tantas ortodoxias quanto as “repúblicas” que cada um julga ou acredita terem existido na realidade durante aquele arco temporal, ou que melhor se enquadram nas leituras político-historiográficas que foram sendo feitas.
Desde os seus ideólogos fundadores até à memória da recente democracia portuguesa, a I República foi louvada, criticada, condenada ou recordada, faltando agora perceber o que significa ela, à distância de um século e ao ritmo mediatizável da efeméride – qual foi o seu significado; o que dela temos a aprender ou a evitar repetir; o que nela foi conjuntural e irrepetível e o que dela ainda resta como herança simbólica, cultural, social ou política.
O que a Primeira República quis ser, foi sendo e acabou por (não) ser, como encruzilhada de modernização que diversas limitações e acidentes conjunturais prejudicaram, é assim objecto de estudo a tratar essencialmente como cultura, até hoje em busca de comunicação.
Aceitam-se contributos que incidam, entre outros, sobre os seguintes temas:
Filosofia política: República e republicanismo entre a nostalgia dos Antigos e os desafios dos Modernos
A funda(menta)ção e desenvolvimento da ideia e dos valores republicanos em Portugal: os “pais fundadores” e a propaganda oitocentista
A cultura do republicanismo: o ensaísmo filosófico, a produção literária e a divulgação jornalística;
A obra legislativa da Primeira República: Direito Constitucional, Lei de Separação, Sufrágio, Família, etc.
Ensinar a República: a escola pública e os projectos socio-educativos
Os intelectuais e o regime: colaboração, oposição e “traição”
O lugar da imprensa na obra republicana e o lugar da censura na “defesa da República”: jornalismo, espaço público e opinião pública
Sociedade, grupos sociais e economia na Primeira República
A vida política e de cidadania: instituições, parlamentos, partidos, lobbying e associativismo popular
A questão colonial, a política externa e a choque da Primeira Guerra Mundial
Iconografia, propaganda e ritualização: a representação da ideia republicana e do regime
O regime visual da República: fotografia, cinema, artes plásticas e performativas
Estudos biográficos sobre figuras de relevo do tempo da Primeira República
Os opositores à República: Monárquicos, Integralistas, Igreja Católica, operariado, sindicalismo e proto-fascismo
Imagens e avaliações historiográficas da Primeira República: modernismo, reviralhismo, salazarismo e anti-salazarismo, revolução, socialismo e democracia presente (1910-Século XXI)
O futuro da República e da ideia republicana no segundo século da sua existência
Os trabalhos submetidos a apreciação deverão estar de acordo com as normas de publicação(http://www.ucp.pt/site/custom/template/ucptplfac.asp?SSPAGEID=3493&lang=1&artigo=4966&artigoID=3779), podendo ser enviados para um dos seguintes endereços: E-mail: comunicultura@fch.ucp.pt; Correio: Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Ciências Humanas, Palma de Cima, 1649-023 Lisboa.
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